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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Especialista afirma: Valorização dos imóveis é artificial e informação sobre o mercado é fabricada

A capital paulista (e o restante do País) já dá indícios de viver uma bolha imobiliária, situação semelhante à que começou a acontecer nos Estados Unidos em 2006. O alerta é de João da Rocha Lima Júnior, professor titular da Universidade de São Paulo (USP) e consultor de investimentos imobiliários.

 “Os preços de empreendimentos de renda média e de escritórios estão fora do eixo em São Paulo”, alertou, em entrevista à Rede Brasil Atual. O especialista participou da 11ª Conferência Internacional da Latin American Real Estate Society, realizada no mês de setembro, na capital paulista.

Para mensurar a “gordura” – ou o quanto a especulação influi – na ação de empreendedores, Lima Junior lança mão do conceito de preço "justo" ou "adequado". Para esse cálculo, são incluídos custos, riscos do negócio e margens de lucro. Com base no critério, ele apresentou cálculo para um empreendimento hipotético na Vila Mariana, zona sul da capital paulista, um dos bairros que mais vê crescer arranha-céus.
A planilha de preço final do empreendimento simulado fica 17% menor do que o indicador de preços de imóveis da Fundação Instituto de Pesquisas econômicas (Fipe), desenvolvido para o portal de imóveis Zap para o mesmo local. Essa parcela é o indicativo da tal bolha.

De acordo com Lima Júnior há "excesso de adrenalina" e até irracionalidade no mercado brasileiro. “O mercado de real estate (denominação internacional para mercado imobiliário) não deveria funcionar com adrenalina, deveria funcionar com Lexotan (medicamento contra ansiedade)”, brinca. "Imaginar que a alta do mercado e dos preços durará para sempre é ingênuo", analisa o especialista. 

Como exemplo, o consultor descreve uma situação comum vivida por quem visita estandes de lançamentos ou feiras imobiliárias. Os corretores usam campainhas para marcar contratos de venda assinados ou avisam a operação aos gritos. “A cada venda, tocam o sino. Você está sentado, tentando negociar, e alguém grita: 'Fechou o 39, tira da tabela'. E lhe vem à mente: 'Vou perder o imóvel, fecha o negócio logo'. É um indutor porque deixa a pessoa sob pressão”, descreve.

Para ele, uma bolha verde-amarela não seria de crédito, e sim de preço.

Também não faltaram críticas à ética e desinformação fabricada por empreendedores imobiliários.  “É preciso ter ética nos negócios imobiliários. Não há necessidade de o empreendedor, para ganhar mais, desinformar o mercado. Ele pode até ganhar mais se o mercado aceitar o preço que ele está propondo, mas não por um viés de desinformação”, dispara o pesquisador brasileiro. “A tendência do empreendedor é desinformar”, completa.

João Manuel Carvalho, professor e pesquisador da Universidade Técnica de Lisboa, vê a falta de boa informação no mercado imobiliário e restrições à produção de informação independente como uma das raízes de bolhas imobiliárias.


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4 comentários:

  1. Na ultima sexta-feira recebi um e.mail que exemplifica bem a falta de ética das imobiliarias/construtoras. Ele fazia menção a um lançamento na zona oeste de São Paulo e, dizia que era "em frente" a USP e poderia ser um bom negócio para investimento pois, seria facilmente alugado para "universitários". Quando abri o mapa, como conheço o local, verifiquei que o tal enpreendimento fica no minimo a 3 ou 4 km de qualquer portão da Cidade Universitária (USP). Quem não conhece...Outra coisa que dizia o e.mail era : venha no Sábado pois, a previsão é de que seja tudo vendido no lançamento. O preço : R$4.900 o M2. Há três anos atras, isso era o que pagavamos em bairros como Itaim, Vila Olimpia, Brooklin. Hoja você paga isso para morar no Rio Pequeno (nada contra este bairro mas, não tem comparação!)

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  2. E É ESTA TAL DE FIPE QUE FOI CONTRATADA PELO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO PARA AVALIAR OS VEICULOS PARA FINS DE PAGAMENTO DE IPVA.

    E ALEM DE TUDO TAMBEM SOLTA INDICES DE INFLAÇÃO.

    A PALAVRA ÉTICA QUE TODOS JULGAM POSSUIR SOBRANDO, MAS A GRANDE MAIORIA PODE ATÉ TER MAS NUNCA PRATICOU. OU PENSAM QUE ÉTICA É SÓ NÃO ENTREGAR ALGUEM CONHECIDO QUE PRATICOU UM DESLIZE?

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  3. Sem dúvida a ética em muitos negócios já era mesmo.
    Temos que ter muito cuidado para não ser otário.
    Mas paciência pois o exemplo vem de cima, como do molusco e seus puxa saco, de grande parte do Congresso Nacional, às vezes até de elementos do Judiciário, só podemos esperar de vendedores um comportamento ant-ético total ( ou de picaretagem e roubalheira)

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  4. Ética e corretores são palavras excludentes entre si.

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