A capital paulista (e o restante do País) já dá indícios de viver uma bolha imobiliária, situação semelhante à que começou a acontecer nos Estados Unidos em 2006. O alerta é de João da Rocha Lima Júnior, professor titular da Universidade de São Paulo (USP) e consultor de investimentos imobiliários.
“Os preços de empreendimentos de renda média e de escritórios estão fora do eixo em São Paulo”, alertou, em entrevista à Rede Brasil Atual. O especialista participou da 11ª Conferência Internacional da Latin American Real Estate Society, realizada no mês de setembro, na capital paulista.
Para mensurar a “gordura” – ou o quanto a especulação influi – na ação de empreendedores, Lima Junior lança mão do conceito de preço "justo" ou "adequado". Para esse cálculo, são incluídos custos, riscos do negócio e margens de lucro. Com base no critério, ele apresentou cálculo para um empreendimento hipotético na Vila Mariana, zona sul da capital paulista, um dos bairros que mais vê crescer arranha-céus.
A planilha de preço final do empreendimento simulado fica 17% menor do que o indicador de preços de imóveis da Fundação Instituto de Pesquisas econômicas (Fipe), desenvolvido para o portal de imóveis Zap para o mesmo local. Essa parcela é o indicativo da tal bolha.
De acordo com Lima Júnior há "excesso de adrenalina" e até irracionalidade no mercado brasileiro. “O mercado de real estate (denominação internacional para mercado imobiliário) não deveria funcionar com adrenalina, deveria funcionar com Lexotan (medicamento contra ansiedade)”, brinca. "Imaginar que a alta do mercado e dos preços durará para sempre é ingênuo", analisa o especialista.
Como exemplo, o consultor descreve uma situação comum vivida por quem visita estandes de lançamentos ou feiras imobiliárias. Os corretores usam campainhas para marcar contratos de venda assinados ou avisam a operação aos gritos. “A cada venda, tocam o sino. Você está sentado, tentando negociar, e alguém grita: 'Fechou o 39, tira da tabela'. E lhe vem à mente: 'Vou perder o imóvel, fecha o negócio logo'. É um indutor porque deixa a pessoa sob pressão”, descreve.
Também não faltaram críticas à ética e desinformação fabricada por empreendedores imobiliários. “É preciso ter ética nos negócios imobiliários. Não há necessidade de o empreendedor, para ganhar mais, desinformar o mercado. Ele pode até ganhar mais se o mercado aceitar o preço que ele está propondo, mas não por um viés de desinformação”, dispara o pesquisador brasileiro. “A tendência do empreendedor é desinformar”, completa.
João Manuel Carvalho, professor e pesquisador da Universidade Técnica de Lisboa, vê a falta de boa informação no mercado imobiliário e restrições à produção de informação independente como uma das raízes de bolhas imobiliárias.
“Os preços de empreendimentos de renda média e de escritórios estão fora do eixo em São Paulo”, alertou, em entrevista à Rede Brasil Atual. O especialista participou da 11ª Conferência Internacional da Latin American Real Estate Society, realizada no mês de setembro, na capital paulista.
Para mensurar a “gordura” – ou o quanto a especulação influi – na ação de empreendedores, Lima Junior lança mão do conceito de preço "justo" ou "adequado". Para esse cálculo, são incluídos custos, riscos do negócio e margens de lucro. Com base no critério, ele apresentou cálculo para um empreendimento hipotético na Vila Mariana, zona sul da capital paulista, um dos bairros que mais vê crescer arranha-céus.
A planilha de preço final do empreendimento simulado fica 17% menor do que o indicador de preços de imóveis da Fundação Instituto de Pesquisas econômicas (Fipe), desenvolvido para o portal de imóveis Zap para o mesmo local. Essa parcela é o indicativo da tal bolha.
De acordo com Lima Júnior há "excesso de adrenalina" e até irracionalidade no mercado brasileiro. “O mercado de real estate (denominação internacional para mercado imobiliário) não deveria funcionar com adrenalina, deveria funcionar com Lexotan (medicamento contra ansiedade)”, brinca. "Imaginar que a alta do mercado e dos preços durará para sempre é ingênuo", analisa o especialista.
Como exemplo, o consultor descreve uma situação comum vivida por quem visita estandes de lançamentos ou feiras imobiliárias. Os corretores usam campainhas para marcar contratos de venda assinados ou avisam a operação aos gritos. “A cada venda, tocam o sino. Você está sentado, tentando negociar, e alguém grita: 'Fechou o 39, tira da tabela'. E lhe vem à mente: 'Vou perder o imóvel, fecha o negócio logo'. É um indutor porque deixa a pessoa sob pressão”, descreve.
Para ele, uma bolha verde-amarela não seria de crédito, e sim de preço.
Também não faltaram críticas à ética e desinformação fabricada por empreendedores imobiliários. “É preciso ter ética nos negócios imobiliários. Não há necessidade de o empreendedor, para ganhar mais, desinformar o mercado. Ele pode até ganhar mais se o mercado aceitar o preço que ele está propondo, mas não por um viés de desinformação”, dispara o pesquisador brasileiro. “A tendência do empreendedor é desinformar”, completa.
João Manuel Carvalho, professor e pesquisador da Universidade Técnica de Lisboa, vê a falta de boa informação no mercado imobiliário e restrições à produção de informação independente como uma das raízes de bolhas imobiliárias.
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http://www.youtube.com/results?search_query=verumspectator&aq=f
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Na ultima sexta-feira recebi um e.mail que exemplifica bem a falta de ética das imobiliarias/construtoras. Ele fazia menção a um lançamento na zona oeste de São Paulo e, dizia que era "em frente" a USP e poderia ser um bom negócio para investimento pois, seria facilmente alugado para "universitários". Quando abri o mapa, como conheço o local, verifiquei que o tal enpreendimento fica no minimo a 3 ou 4 km de qualquer portão da Cidade Universitária (USP). Quem não conhece...Outra coisa que dizia o e.mail era : venha no Sábado pois, a previsão é de que seja tudo vendido no lançamento. O preço : R$4.900 o M2. Há três anos atras, isso era o que pagavamos em bairros como Itaim, Vila Olimpia, Brooklin. Hoja você paga isso para morar no Rio Pequeno (nada contra este bairro mas, não tem comparação!)
ResponderExcluirE É ESTA TAL DE FIPE QUE FOI CONTRATADA PELO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO PARA AVALIAR OS VEICULOS PARA FINS DE PAGAMENTO DE IPVA.
ResponderExcluirE ALEM DE TUDO TAMBEM SOLTA INDICES DE INFLAÇÃO.
A PALAVRA ÉTICA QUE TODOS JULGAM POSSUIR SOBRANDO, MAS A GRANDE MAIORIA PODE ATÉ TER MAS NUNCA PRATICOU. OU PENSAM QUE ÉTICA É SÓ NÃO ENTREGAR ALGUEM CONHECIDO QUE PRATICOU UM DESLIZE?
Sem dúvida a ética em muitos negócios já era mesmo.
ResponderExcluirTemos que ter muito cuidado para não ser otário.
Mas paciência pois o exemplo vem de cima, como do molusco e seus puxa saco, de grande parte do Congresso Nacional, às vezes até de elementos do Judiciário, só podemos esperar de vendedores um comportamento ant-ético total ( ou de picaretagem e roubalheira)
Ética e corretores são palavras excludentes entre si.
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