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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Economista confirma e explica a bolha imobiliária brasileira

“Diversos antecedentes indicam que há bolha imobiliária no Brasil”


A formação ou não de uma bolha imobiliária no Brasil foi um dos assuntos mais debatidos durante o ano. A preocupação estimulou comparações com o que ocorreu em países como Estados Unidos e Espanha, onde a bolha estourou (vídeo explicativo disponível no blog). Em um curso ministrado no Conselho Regional de Eco­­no­­mia do Paraná (Corecon), o doutor em economia Luciano D´Agos­tini citou exemplos de como se forma a bolha e suas conse­quências. 

Para ele, há bolha imobiliária no Brasil por diversos antecedentes, um deles a melhoria da renda da população. “Mais de 30 mi­­lhões de brasileiros saíram da linha de pobreza e entraram na classe de consumo, mas houve um espírito de consumo bem maior do que de poupança. Isso auxiliou o mercado imobiliário a inflar os preços, porque o público comprou o imóvel com um custo elevado de financiamento. Ao longo de oito anos os juros caíram, mas ainda são muito elevados”, disse. Ele destacou, ainda, política monetária e taxas de juros. Confira o que mais D´Agos­­tini falou sobre o atual cenário nos principais trechos da entrevista.

Que comparação o senhor faz do cenário brasileiro com países como Estados Unidos e Espanha, que experimentam a crise no setor?
A percepção é a mesma. Os sintomas são os mesmos. O endividamento das famílias sobre a renda é um excelente indicador. En­­quanto existe crédito na economia, retroalimenta o sistema de preços. Ao secar o crédito, com o endividamento das famílias so­­bre a renda, as chances de uma correção para baixo nos preços e/ou aumento dos salários na economia são enormes. Descartada a segunda opção (aumento dos salários), sobra a queda de preços dos imóveis. Va­­le lembrar que estouros de bolha imobiliária no Japão (1991), Estados Unidos em 2008 e países europeus em 2009 a 2011, tiveram um pouco antes de seus estouros de preços dos imóveis uma taxa de desemprego em seu país muito baixa. No Brasil temos baixo nível de desemprego (é recorde no regime de me­­tas) e a grande sacada é “como o governo manterá a taxa de desemprego baixa nos próximos anos” com a falta de dinamismo da in­­dústria, um dos motores do crescimento real da economia. Progra­mas sociais, por si só, não resolvem. Deve haver crescimento econômico com desenvolvimento.

Como o consumidor pode en­­tender se há ou não bolha imobiliária?
Normalmente ele é o último a entender o processo. A percepção é de que o preço dos imóveis sobe muito e os salários não acompanham o ritmo. No primeiro mo­­mento, as pessoas sofrem de ilusão monetária e euforia, contribuindo para a alta dos preços. No segundo, quando o endividamento so­­bre a renda aumenta, que é o caso atual, as pessoas começam a se dar conta de que en­­traram na “casa er­­rada” e no “mo­­men­­to er­­rado”. Também quan­­do muitas pessoas fazem co­­mentários com amigos e familiares sobre o as­­sunto é indício de que exis­­te distorção. Quanto mais pessoas falam do processo é porque a preocupação é maior e também é um bom “indicador” da situação.

VEJA VÍDEOS SOBRE O ASSUNTO AQUI NO BLOG OU PELO LINK
 http://www.youtube.com/results?search_query=verumspectator&aq=f

14 comentários:

  1. Excelente artigo.
    Alguns pontos que eu gostaria de acrescentar:

    > um deles a melhoria da renda da população

    Não acho que tenha havido uma melhoria de renda compatível com o aumento do consumo. O fator predominante foi o aumento de crédito.

    > Va­­le lembrar que estouros de bolha imobiliária no Japão (1991), Estados Unidos em 2008 e países europeus em 2009 a 2011, tiveram um pouco antes de seus estouros de preços dos imóveis uma taxa de desemprego em seu país muito baixa

    Sim, é esperado, já que o setor imobiliário, por estar na bolha, gera um número enorme de empregos diretos e indireto: construção civil, corretoras de imóveis, vendas de materiais de construção, etc. Ou seja, esse nível baixo de desemprego é insustentável.

    > como o governo manterá a taxa de desemprego baixa nos próximos anos

    Não terá como manter. Depois que a bolha estourar o desemprego ficar alto por muitos anos. Vide EUA e Espanha.

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  2. Prezados colegas, o cenário atual é de publicidade agressiva para o consumo, acesso indiscriminado ao crédito e inaptidão do brasileiro médio em fazer cálculos financeiros elementares. Espero que pelo menos sirva de lição para os mais novos...Vamos fazer nossa parte como formadores de opinião o quanto antes. Parabéns pelo lúcido blog.

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  3. E a mídia não se cansa de inventar mentiras para esconder a bolha. Em BH, parecere que estão todas unidas ( para não dizer compradas ) no intuito de esconder o óbvio. A vantagem são os comentários postados na matéria que refletem a verdadeira visão dos consumidores sobre o fato. Lamentável para a jornalista que fez a matéria, deve estar de celular novo mas com a consciência pesada. Leiam na íntegra antes que tirem do ar:

    http://estadodeminas.lugarcerto.com.br/app/noticia/noticias/2011/12/25/interna_noticias,45638/verticalizacao-reduz-problemas-com-a-falta-de-espaco-para-construir.shtml

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  4. Quero ver os corretores de plantão, com sua arrogância e soberba, quando o mercado imobiliário desabar.

    Se nos EUA e Europa aconteceu, está acontecendo na China, o que nos restará?

    É como na história da galinha que botava ovos de ouro: resolveram retirar todos de uma vez e a galinha morreu.

    Ganância é o nome do que estamos assistimos.

    O acesso ao crédito fácil e farto e o conto de fadas das copas e olimpíadas propuseram esse momento único para os especuladores.

    Sabemos que não existe um mercado de touro que seja eterno.

    Questão de tempo

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  5. so para exemplificar, sou mineiro de BH,mas vivo a 10 anos nos EUA, e fui uma das vitimas da bolha imobiliaria aqui dos estados unidos, so pra ter uma ideia,em 2005, consegui um credito bancario de $ 450.000,00,e precisei de desenbolsar apenas 15.000, dolares de recurso proprio,para adquirir um imovel de 465 mil dolares,um ano depois este mesmo imovel estava avaliado em 550.000,no inicio de 2007 pulou para 670.000,infelismente erradamente pensei que iria continuar a valorizar,mas ao inves disto com o estouro da bolha,em 2008 a mesma casa passou a valer apenas 195.000, conclusao estava pagando um financiamento de 450 mil, por algo que passou a valer 195.000, que isto sirva como um alerta, cuidado conterraneos. pois no final aqui como ai apenas, o consumidor comum servira como massa de manobra.

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  6. Alguem sabe informar se houve esse aumento de 27% em média?
    O mercado não está parado?

    http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,imoveis-devem-subir-acima-da-inflacao-em-2012,97912,0.htm

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  7. As pessoas precisam por as cartas na mesa e mostrar a que vieram.
    O mercado está parado, ou está em movimento (por inércia)?
    Como houve 27% de aumento em 2011, se várias matérias diziam desaquecimento, queda, diminuição?
    Hoje o teto para se usar FGTS é de 500 mil.
    O preço vai cair ou o governo vai aumentar o limite de 500 para 750 mil?

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  8. Prezado Gebher:

    Agradecemos pelo seu comentário e, em relação ao suposto aumento de 27%, perceba que a matéria sequer cita a metodologia utilizada, tampouco o universo pesquisado. Outro detalhe: ao contrário da maioria das matérias do Portal Estadão, esta não permite comentários dos leitores...por quê será???

    Ao mesmo tempo, ela faz uma previsão nada animadora para 2012, mesmo afirmando que a valorização será acima da inflação...será???

    Veja o post de hoje (02/01), cuja informação foi retirada da revista Exame, e veja se o ano de 2011 foi tão bom quanto estão tentando mostrar...

    Agradecemos mais uma vez pela contribuição, desejando a você e a todos os leitores um excelente 2012!

    Um grande abraço,

    Observador

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  9. Não concordo não.
    Venho acompanhando o preço de imóveis na zona sul de SP. Os preços não ficaram "estacionados". Houve sim aumento dos preços em 2011.
    Nas minhas pesquisas de imóveis pude observar um aumento da ordem de 20% (um pouco mais). Ou seja, bem a cima da inflação. A cima do rendimento de um bom CDB DI.
    No início do ano passado o preço do m2 de um apartamento usado, na região da Saúde/Vila Mariana estava na faixa de 4 a 5 mil. Agora está de 5 a 6 e pouco.
    Eu gostaria que o cenário não fosse esse, mas não vou tapar o sol com a peneira.
    No início de 2011 eu apostava que a valorização acompanharia a inflação, ou um pouco a cima (na ordem de 15%).
    Por isso estou revoltado!
    E para 2012? Será a mesma falácia?

    Sds,

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  10. Caro leitor:

    Agradecemos pela contribuição, e abriremos espaço para que os próprios leitores possam compartilhar com você.

    Continue nos acompanhando.

    Um abraço,

    Observador

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  11. Olá,
    Muito bom o artigo...,
    Gostei do blog, vou seguir.
    Visite o meu, se achar interessante, siga.
    Abs!

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  12. Amigos,trabalho cara a cara com o povão,faço prestação de serviço,ramo telefonia celular,e incrivel como a arrogancia e burrice de quase todos,acreditarem que pagar 20% do equipamento pelo conserto e conseguir economizar sobre a aquisição de um novo não e vantagem,o povão está digamos andando de salto alto sem saber se equilibrar,não sou pessimista,mas observe, o primeiro mundo que tem como hábito poupar,hoje está cortando e economizando,já os brasileiros,só alegria,inclusive o carnaval já chegou,num sei não,acredito que já começou a cheirar mal tudo isso,vamos esperar e enchegar o resultado de tudo isso,como um sr de 92 anos me disse¨¨ O brasileiro em relação a credito e caso perdido,igual a mel,nunca comeu,e quando come se lambuza¨¨

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  13. ola pessoal. estou tentando descobrir desde quando o brasil esta usando derivativos (CRI).. Este foi um dos grandes viloes aqui nos eua e ainda continua sendo.

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  14. O estouro da Bolha Imobiliária.
    Há algum tempo vimos divulgando que, em função da forte queda nas vendas, muitas construtoras já vinham praticando, de forma velada, descontos que chegavam a 36%.

    Muitos leitores nos questionaram, alegando que apesar da queda nas vendas, os preços continuavam altos (o que é verdade). Em nossas explicações, sempre afirmamos que, por uma questão estratégica, os preços continuariam altos, mas que descontos cada vez mais generosos fariam parte da nova realidade do mercado imobiliário.

    Porém, com o estouro da bolha (e a completa estagnação do mercado de imóveis), os descontos - que até então eram "informais" -, agora já são parte de uma estratégia de sobrevivência. Prova disso é a promoção da construtora Even. Conhecido como "Even Day", a ação visa desovar mais de mil (isso mesmo, mais de mil) unidades em estoque, numa espécie de "super queimão", com descontos de até 36%.

    Num exemplo simples, um imóvel cujo valor de tabela seja de 1 milhão, pode sair por 640 mil. Vale lembrar que este é só o começo de um processo de redução drástica nos preços dos imóveis. Além disso, se uma única construtora (que não figura entre as maiores) possui mais de mil unidades em estoque, imagine todo o mercado? Talvez seja por isso que representantes do setor não tenham recebido bem a estratégia da empresa, fato que, para muitos, escancara de vez a crise do setor.

    Demissões confirmam crise na construção
    Os trabalhadores da construção civil, que até pouco tempo eram beneficiados por um "apagão" de mão de obra, começam a sentir o impacto da crise imobiliária. Houve retração significativa no ritmo de geração de novas vagas no setor.

    No ramo imobiliário, que responde por 40% dos empregos no setor, já há queda efetiva no número de funcionários. Em maio e junho, as construtoras demitiram 2,3 mil pessoas a mais do que contrataram, o que representa uma mudança de tendência.

    "Estamos entrando em um cenário de estabilidade da mão de obra", acredita Eduardo Zaidan, vice-presidente de economia do Sinduscon-SP. "Pode ocorrer corte pontual de pessoas, mas entramos em uma fase de crescimento mais modesto", completa.

    As famílias estão mais endividadas e adiaram a decisão de comprar a casa própria. Outro fator negativo é a queda dos investimentos das empresas. "A economia parou e o setor acompanhou. O investimento, que é o alimento da construção civil, está baixo", diz Zaidan.

    Nesse cenário, obras já contratadas estão sendo finalizadas, mas não são substituídas por novos projetos. O setor também não atravessa uma boa fase. Com o fôlego financeiro prejudicado pela queda das ações na bolsa, as construtoras alongaram o prazo para finalização das obras, o que possibilita trabalhar com equipes menores.

    "Obras que estavam com 500 pessoas agora têm 300", conta Antônio de Souza Ramalho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (Sintracon-SP). Ele diz que o sindicato, que chegou a contabilizar 15 mil vagas em aberto no setor, hoje tem dificuldades para recolocar seus filiados.

    Segundo o sindicalista, dois fatores são evidências do desaquecimento do mercado: a queda de 20% na contribuição sindical paga pelos trabalhadores e o aumento do número de homologações. O Sintracon-SP, que fazia 100 rescisões de contrato por dia, não dá conta do número de pedidos diários, que chega a 170.

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