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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Estadão: Estandes vazios e corretores ociosos confirmam crise

Às 8h40 de terça-feira - feriado chuvoso de 15 de Novembro - boa parte de São Paulo ainda dormia quando 40 engravatados se aglomeravam dentro de um estande de vendas na esquina das ruas Henrique Sertório e Catiguá, no Tatuapé.

Encerrava-se o prazo para que os corretores da imobiliária Lopes se inscrevessem no sorteio que, cinco minutos depois, definiria a ordem de atendimento no plantão do You Metropolitan, empreendimento da incorporadora You, Inc.

Às 9h10, as luzes acesas anunciaram o início das atividades no espaço. "Se vocês tiverem o e-mail ou telefone de um cliente, é hora de mandar para ele", disse o coordenador do produto, Cesar Eduardo Cruz de Oliveira, rapidamente interrompido por um "estamos sem telefone", anunciando a morte de mais uma opção de angariar consumidores. Nem por isso eles arredaram o pé do plantão.

Motivo maior tinha a jovem Francileide, de 22 anos, a primeira da fila para o atendimento. Sorte? Talvez. Ela demorou mais de três horas para atender o primeiro cliente a entrar espontaneamente para visitação, mas foi a única em 11 horas a receber dois consumidores no dia. "Tenho a expectativa de vender umas quatro unidades."

A jovem está há um mês na corretagem. Quer ganhar dinheiro e montar o próprio negócio após se formar em farmácia. Mas ainda não vendeu um imóvel sequer. É uma "calça branca", como costumam chamar os não iniciados na arte de negociar.

O também novato Renie, de 48 anos, não teve a mesma sorte. Esperou sentado por algum cliente que entrasse no estande e chamasse seu nome. Oitavo da lista de preferência, morreu "na vez", às 20 horas. "No lançamento você vai ver vender quem ficou esperando", disse esperançoso. Para ele, a corretagem tornou-se uma oportunidade depois de dois anos e meio de desemprego.

Esperar pode parecer inútil, mas não é. Joana, que distribuíra panfletos na região na semana anterior, tinha esperanças de receber algum retorno - o que aconteceu às 16 horas, quando atendeu um casal. "Distribui 20 mil panfletos e sabe quantos vieram me procurar? Um", disse, sem arrependimento: "Você tem de pegar um bom número e atender um cliente que queira comprar (um baludo, na gíria do meio). E você tem que ampliar a sua probabilidade de sorte."

Não fosse pelos nomes incomuns, Antônio Renie Marciano, Francileide Pesce Pizarro e João Eurípedes de Souza teriam adotado apelidos impactantes. Por sinal, o último dos três só fez um atendimento às 18h45.

Às 20h, depois de 14 atendimentos - sete de visitas espontâneas -, os  40 corretores encerraram a jornada na expectativas de ganhos futuros. Cada um deve receber comissão de 0,85%, além de bonificações da incorporadora. Recursos para sustentá-los por outros meses de escassez.


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Um comentário:

  1. E o impressionante é que eles ganham mais que você, hahaha...

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