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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Folha: Especialista analisa os efeitos da bolha imobiliária

Contribuição do leitor Célio de Sousa

A situação parece não estar fácil para construtoras e imobiliárias. Com a economia prevendo um crescimento tímido do PIB para 2014 –de 0,52%, de acordo com o último Boletim Focus, anunciado em setembro pelo Banco Central– e a inflação beirando o limite da banda, o consumo de imóveis tem ficado em segundo plano, e os efeitos já começam a se espalhar.

A infinidade de leilões e saldões imobiliários que chegam a oferecer até 45% de desconto acrescidos de benefícios já demonstra o temor dos vendedores com a desaceleração da demanda, indicando um movimento de queda nos preços em um futuro próximo.

Contudo, o argumento de que a demanda permanece intocada vigora. A demanda pode até existir, mas isso não significa que as transações estão sendo efetuadas.

Queda de 48,9% nas vendas
Dados do Secovi-SP mostram queda de 48,9% nas vendas e alta de 2,31% do preço do metro quadrado na capital paulista até o mês de julho, contra 3,76% de inflação no mesmo período.

Ao que parece, os preços estão caindo, e esse fenômeno pode ter relação direta com a redução da demanda, que já não considera viável pagar preços alucinantes como os praticados até há pouco.

Contradição
O marketing, no entanto, permanece em alta. E o imóvel é sempre exaltado não somente como lar, mas também como um excelente investimento para a posteridade. Esse discurso, se mostra bastante contraditório: sendo o imóvel uma forma de aplicação tão vantajosa, por que, então, corretores e empresas estariam os oferecendo com desconto tão grandes?

Na verdade, os imóveis que outrora pareciam fontes de alta rentabilidade e baixo risco, hoje não se mostram tão interessantes.

Os preços subiram tanto que mesmo o retorno obtido tornou-se financeiramente desinteressante, ainda mais em um momento econômico delicado como o atual.

Apesar da valorização no passado recente, esses bens têm diversos custos de manutenção, sendo o aluguel a maior fonte de rendimentos no curto e no médio prazos.

Por isso, para comparar os ganhos oferecidos por um imóvel frente a outras aplicações, deve-se analisar a taxa de aluguel do mercado.

Atualmente, a média da taxa de aluguel no estado de São Paulo fica entre 0,3% e 0,5% ao mês do valor total da casa ou apartamento, enquanto os títulos do tesouro, CDB e outras modalidades de baixo risco remuneram perto de 0,7% líquido ao mês.

Mesmo para quem pretende comprar para morar, o pagamento de aluguel ainda é mais interessante, já que a taxa de financiamento do imóvel fica próxima a 1% ao mês.

Nessas condições, pode-se considerar um capital de R$ 500 mil a ser aplicado em uma ferramenta de baixo risco (como o Tesouro), ou na compra de um imóvel.

O Tesouro Direto oferecerá R$ 3.500 de rendimento mensal liquido, enquanto o aluguel ficará próximo a R$ 2.500, sem levar em conta os custos para manter o imóvel.

Para quem está pensando em investir, o mercado imobiliário não se mostra como uma opção interessante.

Os preços passaram dos limites formando uma bolha que, apesar de estar desinflando, ainda está acima do razoável.

(Folha de São Paulo - Mercado - 26/09/2014)

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