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terça-feira, 28 de outubro de 2014

Exame: Em crise, distratos de imóveis chegam a 80,2%, elevando estoques

Incertezas econômicas, estoques elevados e o desaquecimento na demanda frearam os negócios das incorporadoras ao longo do terceiro trimestre, provocando redução nas vendas de imóveis e dos lançamentos de novos projetos.
Os empreendimentos imobiliários lançados entre julho e setembro tiveram queda de 23% no VGV (valor geral de vendas) em relação aos mesmos meses do ano passado. 
O levantamento foi feito pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a partir do relatório operacional divulgado por oito das maiores companhias do país listadas na bolsa (Cyrela, Gafisa, MRV, Direcional, EZtec, Even,Helbor e Rodobens).
Números são parciais e devem cair ainda mais
Os números de vendas ainda são parciais e devem ser revistos para baixo, pois algumas empresas divulgaram apenas o volume bruto de vendas, sem considerar a quantidade de distratos. Esses detalhes serão conhecidos só no próximo mês, com a divulgação dos balanços completos. Na avaliação do diretor-financeiro da EZTec, Emílio Fugazza, o ano tem sido muito desafiador para o mercado imobiliário.

As desculpas de sempre
Além dos feriados da Copa do Mundo esvaziarem os estandes de vendas em junho e julho, há um quadro eleitoral indefinido, que tira a previsibilidade sobre os rumos econômicos do país e atrapalha o planejamento de longo prazo, essencial tanto para empresas de construção quanto para compradores de imóveis.

O arrefecimento do setor também pode ser explicado por problemas operacionais das próprias incorporadoras, com estoques altos, aponta o analista de construção do banco JP Morgan, Marcelo Motta. "As empresas tiraram o pé do acelerador e adiaram novos projetos para não criar mais estoques", disse.
Motta lembrou que a prioridade das companhias é vender unidades já lançadas e controlar rescisões de vendas. Desde o ano passado, o distrato se tornou um problema de grandes proporções, reflexo do grande volume de obras em fase final.
Comprar imóvel esperando valorização deixou de ser atrativo
Há casos de clientes que compraram o imóvel esperando valorização na revenda, mas têm optado por devolvê-lo espontaneamente. Como o preço já não sobe tanto, o negócio deixa de ser atrativo.

Distratos chegaram a 80,2%
No terceiro trimestre, a Gafisa foi a única das oito empresas acima a informar os números de distratos. No seu caso, as rescisões atingiram 43,6% das vendas brutas entre julho e setembro.

No caso da Tenda, sua subsidiária, o patamar foi ainda mais alto: 80,2%
Com a rescisão forçada, a Gafisa busca acelerar a revenda para compradores com condições financeiras melhores.
Outro ponto que contribuiu para a retração do mercado imobiliário foi o enfraquecimento da demanda.
Clientes estão mais "seletivos"
De acordo com Belmiro Quintaes, diretor de atendimento da imobiliária Lopes, os compradores têm levado mais tempo para fechar negócio, à procura de preços atrativos e ofertas especiais. "O cliente tem mais opções e está mais seletivo, então demora mais para definir a compra", disse.
Quintaes acredita que, encerrado o período eleitoral, pode haver melhora das vendas e lançamentos no quarto trimestre, que tradicionalmente é mais forte.
(Exame - Economia - Notícias - 26/10/2014)
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