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quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Folha: Com mercado em queda, compra de imóvel exige muita atenção

"Imóvel é o melhor investimento" e "o preço dos imóveis nunca cai" são frases muito repetidas e que, às vezes, são tomadas por verdade, não importa a situação.

Mas a compra de um imóvel, como em qualquer decisão de investimento ou compra, precisa ser analisada com muita atenção. Em um cenário de queda nos preços e nas vendas, como o atual, mais ainda.

Em 2010, com o mercado aquecido, comprar na planta e revender quase sempre era bom negócio.

Hoje, porém, a valorização apenas acompanha a inflação oficial. 

Um investimento imobiliário não deve ser feito só com a calculadora na mão, embora ela seja indispensável. Considerados bens de patrimônio, os imóveis devem ser pensados a longo prazo. Antes de fechar a compra é preciso levar em conta, por exemplo, o estado do imóvel, a localização e o tempo gasto com reforma.

Hoje, o aluguel ganha a preferência de investimento, em vez da compra para revenda.

E, antes de fechar o negócio, é bom lembrar que, diferentemente do que se diz, nem sempre o apartamento na planta é mais barato.

Como o estoque de imóveis prontos das construtoras está elevado, muitas oferecem descontos, podendo reverter essa "lógica", lembra Bruno Vivanco, vice-presidente comercial da imobiliária Abyara Brasil Brokers.

Um ponto essencial é calcular as despesas com documentação e a reforma do imóvel e considerar que há risco de ele ficar vago.

Se isso acontece, além de não receber os valores previstos com a locação, o proprietário arca com a taxa de condomínio, IPTU e a manutenção do imóvel. "É prejuízo", sentencia Valter Police, planejador financeiro pessoal.

Imposto de Renda e concorrência
Deve-se lembrar também de descontar o imposto de renda, que pode chegar a 27,5% dos rendimentos do aluguel –modalidade que é vista "como a previdência privada do brasileiro", segundo Alexandre Lafer, proprietário da incorporadora Vitacon.

Como os preços dos imóveis desaceleram, a compra é mais indicada se pensada no longo prazo ou quando há uma alternativa em mente.

O analista de sistemas José Henrique Martins Lopes, 43, adquiriu um apartamento na planta na região central da capital paulista há dois anos. O objetivo era revendê-lo ou alugá-lo.
Mas a "concorrência" aumentou, com outros prédios que subiram no local, e ele já cogita ter o bem para uso próprio – a menos que consiga uma boa oferta para venda ou locação.

Dívida só cresce
No caso do professor Luiz Fernando Fernandes da Silva, 31, a compra foi para moradia, mas a possibilidade de investimento veio por acaso.

Como acontece com os apartamentos comprados na planta, o valor do imóvel foi corrigido durante a obra. Com o consequente aumento na dívida, ele vislumbra dificuldades para conseguir o financiamento bancário.

Se isso acontecer, terá como saída pedir o cancelamento do contrato com a incorporadora, perdendo parte do valor pago, retido pela empresa como parte de custos administrativos. Por isso, ele tenta vender o imóvel.


(Folha de São Paulo - Imóveis - 09/11/2014)


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Um comentário:

  1. Já fiz muitas críticas a bolha que estava se formando,mas o que observo aqui na minha região próximo à Av.Paulista(Aclimação,V.mariana,Paraíso,Liberdade e Cambuci) é que os preços de apartamentos usados pequenos não param de subir e já está difícil achar kitinete por menos de 200 mil reais enquanto que os apartamentos de tamanhos maiores estão muito baratos em relação a imóveis menores e mais difíceis de vender.Como diz um amigo meu,dono de imobiliária,por causa do financiamento os imóveis pequenos não param e mercado para eles está aquecido enquanto de maior valor demora muito para vender.Agora o mercado de imóveis comerciais,realmente a bolha estourou e estão deixando desesperados seus investidores.

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