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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

O Globo: Com estoques altos, mercado faz promoções e reduz preços

Procuram-se compradores de imóveis. No Rio, em São Paulo, Brasília, Recife, Porto Alegre... Em diferentes cidades brasileiras, campanhas publicitárias vêm mostrando construtoras e imobiliárias adotando estratégias para liquidar imóveis não vendidos. 

De acordo com especialistas, o fato é um pouco consequência da empolgação do setor com o bom momento dos últimos anos - o ritmo de lançamentos foi acelerado e a demanda não acompanhou - e um pouco de mercado parado por causa das incertezas com o rumo do país. 

Segundo o Índice FipeZap, em algumas cidades o valor do metro quadrado no país ficou abaixo da a inflação, e em uma, Brasília, houve recuo. 

Situação crítica em São Paulo, com forte queda
A situação mais crítica é a de São Paulo, onde as vendas acumuladas de imóveis novos de janeiro a agosto caíram 48,8%ante o mesmo período de 2013. Em número de lançamentos, a queda foi de 23%, o que sinaliza, para especialistas, um freio de arrumação.

Promoções e descontos em todo o País
Diante disso, algumas das maiores empresas do setor investem em saldões de imóveis. Em agosto, a Lopes Imobiliária deu descontos de até 34% em unidades de 72 empreendimentos em São Paulo. A Lopes não divulgou o balanço da ação.

Já a construtora PDG Realty realizou uma promoção envolvendo imóveis em 13 estados.

- Nosso produto tem valor alto, não existe compra de imóvel por impulso. Num momento de incerteza política e econômica, o comprador fica na retaguarda. E qual o melhor estímulo à compra que se pode dar, em qualquer setor? Promoção, afirma o diretor da PDG Rio, Claudio Hermolin.

Em Brasília, terceiro lugar na lista do metro quadrado mais caro do país, atrás de Rio e São Paulo, o volume de imóveis residenciais e comerciais vazios no mês de setembro teve alta de 11% em relação ao mesmo mês de 2013. Nos últimos três anos, o número de unidades sem compradores cresceu 68%.

Mercado faz "mea culpa"
Além de não construir num ritmo em que o mercado pudesse absorver, as construtoras pecaram, também, em alguns casos, no planejamento e no conhecimento do público, diz Germano Leardi Neto, diretor de Relações Institucionais da imobiliária Paulo Roberto Leardi:

- Hoje, apartamentos de um quarto representam 45% dos imóveis sem compradores em Brasília.

Em Recife, de janeiro a setembro do ano passado, houve redução de 17%. Em Porto Alegre, o mercado imobiliário acumula queda de 20,83% nas vendas de imóveis novos, considerando-se os últimos 12 meses até agosto, na comparação com os 12 meses anteriores. Para evitar a alta de estoques, as construtoras diminuem o ritmo de produção: o número de lançamentos nos últimos 12 meses caiu quase 22%.
Haveria uma Bolha no País?
Estaríamos diante de uma bolha imobiliária? Pelo menos para o economista Gilberto Braga, não. Segundo ele, o mercado passa por uma fase de ajuste de preços, principalmente no segmento de novos, mas frisa que o conceito de bolha, comparada com o que ocorreu nos EUA, não se aplica aqui:

Braga diz que os “feirões” promovidos por incorporadoras são vistos de forma natural e esclarece que eles são formados por dois tipos de unidades: as encalhadas e as retomadas.

- As encalhadas são aquelas em andares muito baixos ou altos e colunas ruins. E há as retomadas por falta de capacidade de pagamento: muitos apostaram que a valorização continuaria e poderiam fazer negócio fácil com suas unidades, o que não se confirmou.

Para morar, talvez...para investir, NÃO
Para o economista, esta pode ser uma boa hora para se comprar um imóvel, mas basicamente se for para morar:

- Para investimento, não vale. Embora os preços dos imóveis não estejam caindo, eles sobem menos que a inflação no momento. É mais vantajoso investir na tradicional renda fixa.

Até o mercado do Rio
Apesar dos números divulgados pela Associação dos Dirigentes das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), indicarem estabilidade, as empresas fluminenses também estão lançando mão de campanhas agressivas de descontos e incentivos à força de vendas para se livrar de estoques neste fim de ano.

- Oferecer promoções em eletrodomésticos ou instalação de carpete ou pisos de madeira, entre outros; promover o pagamento da escritura ou deixar seis meses de condomínio acertado são algumas formas de motivar o cliente, que deve tirar proveito disso e buscar as melhores ofertas, diz Germano Leardi Neto, da imobiliária Paulo Roberto Leardi.

(O Globo - Economia - Imóveis - 02/11/2014)

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