Ele tentou despistar sobre o assunto Bolha Imobiliária, mas, ao mesmo tempo , afirmou que em relação ao mercado imobiliário, o Brasil não é diferente dos outros países. Foi enfático ao dizer que jamais faria qualquer investimento imobiliário visando retorno durante a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
Sua movimentação mais emblemática ocorreu em 2010, quando deixou a Gafisa na
hora certa. De lá para cá, a incorporadora perdeu cerca de 80% do valor de
mercado em meio a problemas como atrasos de obras e descontrole de custos.
A seguir, os principais trechos da entrevista com o investidor.
O senhor tem algum interesse em negócios ligados à Copa do Mundo e à
Olimpíada no Brasil?
Não. Os Jogos Olímpicos duram menos de duas semanas. Quem vai construir um
hotel para duas semanas? Alguém vai, mas eu não. A Copa e a Olimpíada são
coisas maravilhosas que estão acontecendo para o Brasil, mas isso vai custar
para o seu País uma fortuna. Vocês ficarão muito orgulhosos, mas vão passar
muito tempo pagando. Olhe o exemplo de Montreal. Eles demoraram 35 anos para
pagar os jogos.
Como o Brasil tem sido visto pelos investidores estrangeiros neste momento
em que a economia está desacelerando?
A dúvida é se essa desaceleração já acabou ou não. Há opiniões diferentes
sobre isso, mas de maneira geral, os investidores estrangeiros veem o Brasil e
os outros mercados emergentes com cautela. Hoje, os emergentes enfrentam muitos
obstáculos, muita resistência.
O mercado imobiliário ainda tem boas oportunidades?
A pergunta principal é se o Brasil ainda tem boas oportunidades. Na minha
opinião, a resposta é sim. O País tem muito potencial. No setor imobiliário,
nunca deixamos de ter interesse, só estamos mais cautelosos.
Há sinais de bolha no setor imobiliário brasileiro?
Não sou um expert nessa área, mas acho que, se tivéssemos uma bolha, é mais
provável que ela se desinflasse lentamente. O setor de moradias ainda oferece
um bom valor no Brasil, apesar dos preços altos.
O que deu errado com as incorporadoras? A maioria enfrenta problemas como
atraso de obras e estouro nos orçamentos.
Em alguns casos, isso é resultado de incompetência. Em outros, o problema
dos custos é resultado do ambiente de inflação na construção, que é maior que
em outros setores. Eu não acredito que o que está acontecendo no Brasil seja
diferente de outras partes do mundo.
No Brasil, muitas incorporadoras perderam mais da metade do valor em dois
anos. Seria o momento ideal para investir nelas?
O fato de elas terem perdido mais da metade do valor de mercado é muito
expressivo. Apesar disso, vale lembrar que, nos últimos seis anos, a receita
dessas companhias cresceu duas ou três vezes. Como elas dobram de tamanho, fica
difícil afirmar que a situação foi um desastre. Eu acredito que elas estavam
sobrevalorizadas antes, mas não sabemos se estão subvalorizadas atualmente.
Quais foram os principais motivos para deixar a Gafisa?
Nossa saída da Gafisa foi uma decisão normal de investimento. Entramos em
2005 e saímos definitivamente em 2011. Todo fundo tem um prazo para ser
encerrado, pois é nossa responsabilidade dar o retorno de capital para os
sócios.
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Não é preciso ser um megainvestidor, tampouco economista para saber que essa história de valorização imobiliária com a Copa e as Olimpíadas é pura balela, conversa de corretor. É sempre assim: como não estão mais conseguindo enganar os compradores com aquele papo de "crescimento infinito", de "melhor investimento", agora apelaram e partiram para essa estratégia.
ResponderExcluirAqui em BH o negócio está tão feio que uma construtora daqui está trazendo novamente para a cidade aquele pelêgo do Ricardo Amorim para dar uma "palestra isenta" e desmentir tudo o que vem sendo mostrado pelos números e pelos jornais.
Vai vendo.
Fábio Martins
Copa e Olimpíadas duas obras do senhor Lulla !
ResponderExcluirFalou o óbvio. 20 dias de Copa e 20 dias de Olimpíadas, que custará uns 300 bilhões ao nosso bolso, só deixará estádios superfaturados e alguns remendos em aeroportos. Nada que traga evolução permanente será construído. Nenhum aeroporto, nenhum porto, nenhuma estrada. nenhuma indústria.
ResponderExcluirÉ óbvio que isso é pretensão para se fazer (como de fato está ocorrendo) o maior desvio de dinheiro público da história do mundo.