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domingo, 30 de setembro de 2012

Valor: Números da construção geram temor no mercado

O mercado continua à espera do balanço do segundo trimestre da incorporadora imobiliária Rossi, que há mais de 44 dias divulgou resultados apenas preliminares, uma vez que as informações contábeis ainda estão sendo analisadas pelo auditores. Com a redução da perspectiva da nota de crédito anunciada pela agência Moodys, as versões segundo as quais haveria um sério problema nas contas da empresa ganharam fôlego.

O cenário que o mercado traça para a companhia é o mesmo vivido por concorrentes como PDG, Brookfield e Gafisa. Estouros de orçamento e distratos levam a ajustes no balanço que, na sequência, acabam criando a necessidade de se levantar novos recursos, como a própria Rossi já indicou que pretende fazer, com um aumento de capital de 500 milhões.

Em 14 de agosto, data final para que as empresas entregassem os balanços do segundo trimestre, a Rossi informou que divulgaria o formulário de Informações Trimestrais referente ao período de abril a junho "nos próximos dias", acompanhado de um relatório de revisão especial dos auditores. No entanto, passados mais de 40 dias, os resultados não foram divulgados. Procurada, a Rossi informou que ainda não há data prevista.


Um motivo para a demora seria o desejo de, ao divulgar um buraco nas contas ao mercado, apresentar ao mesmo tempo a solução.

Especula-se que os ajustes que a Rossi terá de fazer podem ter efeito não apenas nos números do segundo trimestre, como também em balanços anteriores, que teriam que ser republicados. Com isso, poderia haver um "mega ajuste" em sua contabilidade, o que não é confirmado pela companhia. 


Recentemente, a empresa divulgou em Fato Relevante a intenção de realizar um aumento de capital no valor de R$ 500 milhões com o objetivo de "adequar a estrutura de capital" da companhia. 


Chama atenção o valor estimado para o aporte, de R$ 500 milhões, ao se considerar que nos resultados preliminares divulgados em 14 de agosto a Rossi divulgou ajustes motivados por revisão de orçamento bem menores, da ordem de R$ 50 milhões.

Outro fato que alimentou as preocupações do mercado foi o anúncio de que a Rossi teve que renegociar com a Brazilian Securities, detentora de debêntures que dão lastro para uma emissão de Certificados Recebíveis Imobiliários (CRIs), a dispensa do cumprimento de covenants financeiros. Os covenants, que estabelecem limites de endividamento, são incluídos em contratos de dívida como uma espécie de garantia aos credores de que as condições financeiras da devedora respeitarão certos limites. O perdão à Rossi será votado em assembleia de detentores de CRIs, convocada para o dia 4 de outubro. Como condição para o acordo, foi proposto um prêmio de 1% sobre o valor das debêntures.
 

(Valor Econômico - São Paulo/SP - EMPRESAS - 27/09/2012 - Pág. B7)

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3 comentários:

  1. Quando o resultado do balanço é bom nenhuma construtora divulga com atraso.

    O buraco é grande e , sem dúvida, estão pensando numa boa desculpa que virá junto com os números.

    Parabenizo o blog por seu excelente conteúdo de matéria e ótimo nível dos comentários.

    Estou sempre

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  2. Não entendo como esses caras inflando os preços do jeito que fizeram , ainda conseguiram ter prejuízos......Ou foi muita incompetência ...ou muito trambique....

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  3. O despenhadeiro do prejuízo está pronto aguardando os investidores gananciosos e os corretores picaretas.
    Cadê os entendidos do assunto para dizer que bolha imobiliária é só nos EUA.
    KKKKK

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