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domingo, 7 de outubro de 2012

A bolha estourou, afirma jornal Valor Econômico

A maioria dos analistas ainda adota um discurso "político" em relação à existência de uma bolha no setor imobiliário brasileiro. Porém, todos são unânimes em afirmar que mais um forte indício se confirmou: existia uma bolha contábil, e ela já estourou.

A Rossi, que divulgou as demonstrações contábeis com 49 dias de atraso, é a mais recente má notícia do setor de construção, que veio em massa para a bolsa na época de uma outra bolha, a do mercado de capitais, em 2007. (Hoje é maior segmento setorial, em número de empresas, da BM&FBovespa.)

Muitas perguntas devem estar passando pela cabeça do investidor. No caso da Rossi, além do atraso na entrega dos números, houve "abstenção" do auditor. Não se trata de ressalva, o que já seria grave para qualquer empresa, e muito mais para uma que está no Novo Mercado da bolsa, segmento no qual supostamente figuram as empresas com a melhor governança. Uma ressalva, apesar de indicar que algo está fora das normas, pelo menos ainda é uma opinião.

Um auditor se abstém de dar opinião quando não obteve comprovação suficiente para fundamentar seu parecer. Ou seja, depois de quase 50 dias, a Deloitte não sabia ainda o que fazer dos números da Rossi.


Somem-se as desculpas relacionadas à mudança das normas contábeis às peculiaridades do setor e outras discussões. Justifica-se?

O diretor financeiro da Rossi disse na teleconferência com analistas que os auditores já tinham finalizado "de 98% a 99%" do trabalho. E que a empresa manteve a postura "proativa" e de transparência de divulgar dados assim que eles estivessem disponíveis e com "conforto das partes" para assegurar os valores colocados. (Conforto das partes?)

A empresa declarou, na mensagem dos administradores que acompanha o balanço, que, desta vez, havia um "anseio por uma visão mais conservadora e mais alinhada com o ambiente do setor imobiliário".

A empresa não diz qual seria a visão anterior. Liberal? Destemida? Acrescenta apenas que optou por acatar as recomendações do novo auditor a alterar algumas "práticas contábeis" (R$ 715,3 milhões de ajustes). Essa declaração diz algo sobre trabalho do auditor anterior da empresa, a Ernst & Young Terco, ou simplesmente sugere que os tempos, as opiniões e os costumes mudam? E se os auditores atuais já haviam concluído 99% do trabalho, por que não esperar mais uns dias e vir com um balanço "limpo"?

Não se sabe ainda. E não adianta procurar respostas na bolsa, na Comissão de Valores Mobiliários, no Comitê de Pronunciamentos Contábeis, no Instituto dos Auditores Independentes, no Sindicato da Habitação, na Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor. Por enquanto, vamos nos contentar em saber que a bolha estourou. Acabou a folia contábil imobiliária.


(Valor Econômico - São Paulo/SP - EMPRESAS - 05/10/2012 - Pág. B6)

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5 comentários:

  1. De fato eu acreditava que a Rossi era a mais bem posicionada das construtoras justamente pelo fato de seu último balanço ainda estar no azul. Agora vejo que não passou de uma manobra contábil (que um dia teria de vir a tona). Hoje, com esse pequeno acerto de 715 milhões vejo que realmente todas as grandes construtoras estão no mesmo barco.

    Agora é esperar que os imóveis abaixem de valor.

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  2. É isso aí. As constutoras estão (in)devidamente alinhadas. Quando afunda uma, afundam todas.

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  3. A farsa imobiliaria vai sendo demolida uma a uma.
    Logo mais serão os preços estratosféricos

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  4. Gostaria de convidar você para divulgar no seu blog um ótimo livro sobre mercado imobiliário. Com certeza será do interesse de muitos leitores do seu blog. E existe um programa de afiliados que paga comissões para cada livro que for vendido através de anúncios no seu blog. Conheça o livro em http://www.livronegro.com/imoveis e como funciona o pagamento de comissões em http://www.livronegro.com/atendimento/ganhe-dinheiro.html

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  5. estou a 3 meses tentando comprar um imovel para moradia...nas minhas contas toda oferta inclui um valor para o construtor e outro para o proprietário..está sobrando calculadora no mercado não é possivel.. as grandes construtoras estão favorecendo a investidores que não compraram a vista o imovel e querem repassar por dois valores.... absurdoooooossss.... conclusão a construtora ficará com imovel encalhado.. já que este investidor muitas vezes não quita este valor total e impede que pessoas e familias como eu consiga comprar um imovel.... outra situação é da supervalorização que só faz encalhar um produto e te obriga a financiar desnecessariamente... se vc tem 300... te empurram um de 450... para que vc caía na situação das parcelas decrescentes....estou decepcionada com o trabalho dos corretores aqui em recife...

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