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domingo, 11 de novembro de 2012

Estadão: Pesquisa Dieese desmascara o "boom" da construção


Quem não se lembra das inúmeras matérias, veiculadas maciçamente nos mais diversos meios, que mostravam o mercado de trabalho na construção civil como o novo "Eldorado" da empregabilidade. Muitas delas mostravam que, com o "boom" da construção, e com uma suposta falta de mão de obra, até profissionais graduados nas mais diversas áreas estavam buscando oportunidades nos canteiros de obras, dispostos a atuarem até como pedreiros, devido aos "altos ganhos" desses profissionais (muitas matérias chegaram a equiparar os salários dos operários da construção a muitos cargos executivos).

Porém, parece que tais informações não passavam de mais uma "propaganda" do mercado imobiliário, e que contava com a complacência (para não dizer conivência) de muitos veículos. É isso que afirmou a última pesquisa do Dieese.

Segundo indicadores do Sistema de Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) divulgados na edição de outubro do boletim do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os  trabalhadores da construção civil têm rendimentos menores e jornadas de trabalho mais extensas em relação à média do total das ocupações no Brasil. Os dados, que são de 2011, apontam ainda que o setor possui maior concentração de empregados com o ensino fundamental incompleto. 

A pesquisa foi realizada em sete regiões metropolitanas do Brasil (Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, Distrito Federal e São Paulo) e levou em consideração a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), que divide o setor em três áreas de ocupação: construção e incorporação de edifícios, obras de infraestrutura e serviços especializados.

Em todas as regiões pesquisadas verificou-se que o rendimento médio real e o rendimento por hora são menores na construção civil do que no total de ocupações. A faixa de salário do trabalhador da construção civil varia entre R$ 857 (Fortaleza, onde há menor discrepância: trabalhadores do setor recebem 95% do rendimento médio do total dos ocupados) e R$ 1.707 (Distrito Federal, onde se observa a maior discrepância, com 75,9%). Nas sete regiões, a jornada de trabalho vai de 41 a 43 horas semanais, exceto no Recife, que é de 47 horas, em média.

Mais da metade dos trabalhadores do setor é constituída de pedreiros, serventes e pintores, funções que não exigem conhecimentos complexos. Este indicador é proporcional ao nível de escolaridade: em relação ao total das ocupações, a construção civil possui quase o dobro de trabalhadores com o ensino fundamental incompleto em todas as regiões. Em Belo Horizonte, a relação é de 22,4% para 47,9%; em Fortaleza é de 31,4% para 62,2%; e em São Paulo, é de 23,2% para 52,3%.

A pesquisa também traçou o perfil do trabalhador. Menos de 10%, nas três áreas de atuação (edifícios, infraestrutura e serviços) são mulheres. A faixa etária predominante é dos 40 aos 59 anos (40%), e dois terços são chefes de família. Em todas as regiões, independentemente da distribuição populacional, o setor apresenta maior concentração de negros do que no total das ocupações: em Porto Alegre, 17,1% dos empregados na construção são negros, ante 11,5% no total. Em Salvador, 94% e 88,4%, respectivamente.

Panorama
A construção civil emprega 1,4 milhões de trabalhadores nas sete regiões pesquisadas, o que representa apenas 7,5% do total de postos de trabalho. Na divisão do CNAE, a área de construção e incorporação de edifícios ocupou dois terços dos empregados do setor, seguida pelos serviços especializados (empresas terceirizadas de pintura, eletricidade e de concretagem, por exemplo). Apesar dos investimentos do governo federal, as obras de infraestrutura ainda possuem uma parcela reduzida de trabalhadores (menos de 10% em todas as regiões). 


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