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quinta-feira, 14 de março de 2013

Valor: Resultados das construtoras vão apresentar mais problemas

A publicação do balanço da Gafisa do quarto trimestre deu a largada à divulgação dos resultados pelas maiores incorporadoras de capital aberto. Há expectativa de que as empresas apresentem, novamente, resultados fracos e que as margens continuem pressionadas pela entrega de imóveis das safras mais antigas. Comenta-se que PDG Realty, Rossi Residencial e Tecnisa poderão reportar novos estouros de orçamento.

No acompanhamento dos balanços, o mercado continuará atento à geração de caixa operacional pelas empresas, aos distratos, além das despesas gerais e administrativas, que ganham mais atenções num cenário redução dos lançamentos.

Em relatório, a BES Securities do Brasil diz esperar que os resultados do quarto trimestre começarão a separar as incorporadoras de sua cobertura em três grupos. No primeiro deles, estariam Cyrela Brazil Realty e MRV Engenharia, à frente dos concorrentes em termos de melhora do desempenho, ROE (retorno sobre patrimônio) e alavancagem.

Conforme a média das projeções da BES Securities, da Itaú BBA e do JP Morgan, o lucro líquido da Cyrela teve queda de 26,3% no quarto trimestre ante o mesmo período de 2011, para R$ 161 milhões. A receita líquida caiu 22%, de acordo com a média das estimativas, para R$ 1,537 bilhão. 

Nas estimativas dos resultados da MRV, além da BES Securites, Itaú BBA e JP Morgan, foi incluído o Santander. A média das projeções aponta para queda de 32% no lucro líquido, para R$ 142 milhões e para redução de 6% na receita líquida, para R$ 1,098 bilhão. Se confirmada, a retração da receita será consequência do menor nível de lançamentos no quarto trimestre. Há expectativa de geração de caixa no trimestre, mas não se espera que a MRV cumpra o guidance de margem Ebtida de 24% a 28% para o ano.

De acordo com a BES Securities, o segundo grupo de empresas seria formado pela Gafisa e pela Brookfield Incorporações, com resultados fracos, mas sem surpresas de maiores proporções. 

No quarto trimestre de 2011, a Gafisa teve prejuízo de R$ 1,015 bilhão, fortemente impactado por ajustes de orçamento, principalmente por conta de problemas relacionados à Tenda. Espera-se que a divisão de baixa renda tenha continuado a ter efeitos negativos na margem bruta da Gafisa.

Para a Brookfield, há expectativa de que a empresa tenha consumido caixa de R$ 150 milhões no trimestre. Conforme a BES Securities, esse consumo de caixa seria consequência dos elevados níveis de lançamentos e de estoques do período.

Do terceiro grupo de incorporadoras, fariam parte PDG, Rossi e Tecnisa, de acordo com a BES Securities. Conforme a corretora, pode haver surpresas negativas adicionais nos resultados dessas empresas, como estouros de orçamento, cancelamento de vendas, provisões e reversões de receita.

A média das projeções da BES Securities, Itaú BBA e do JP Morgan aponta queda de 18% da receita líquida da PDG, para R$ 1,437 bilhão no quarto trimestre de 2012. As estimativas referentes à última linha do balanço estimam prejuízo líquido de R$ 10 milhões. No último trimestre de 2011, a PDG teve prejuízo líquido de R$ 19,8 milhões. Espera-se novo ajuste de orçamentos de grande proporção. Segundo a BES Securities, se os ajustes de orçamento chegarem a R$ 1 bilhão no trimestre, a alavancagem da PDG poderia alcançar 100%.

A perspectiva é que, junto aos resultados do quarto trimestre, a nova gestão da PDG - liderada por Carlos Augusto Piani - divulgue seu plano de negócios e o tamanho de suas operações. A companhia não apresentou prévia operacional do quarto trimestre. No mercado, há quem afirme que a incorporadora não lançou praticamente nada no período e que, como consequência de elevado volume de distratos, suas vendas líquidas teriam ficado nulas ou negativas.

No caso da Rossi, a média das projeções da BES Securities, Itaú BBA e do JP Morgan indica queda de 74% na receita líquida do quarto trimestre, para R$ 744 milhões. As estimativas para a última linha do balanço estimam prejuízo líquido de R$ 38 milhões. Assim como a PDG, a Rossi não divulgou prévia operacional do período. Há expectativa de que a companhia atinja o guidance de lançamentos divulgado para 2012 e que o nível de distratos seja elevado. A Itaú BBA diz esperar outro trimestre de consumo de caixa.

Para a Tecnisa, a BES e a Itaú BBA, uma das projeções aponta para prejuízo líquido e outra para lucro líquido. No último trimestre de 2011, a Tecnisa teve prejuízo líquido de R$ 31,86 milhões. São esperados novos ajustes de orçamento, que, nas projeções da BES Securities, serão de R$ 30 milhões a R$ 60 milhões no quarto trimestre. A BES Securities diz esperar também aumento de despesas gerais e administrativas e que o consumo de caixa da Tecnisa continue elevado.

(Valor Econômico - São Paulo/SP - EMPRESAS - 11/03/2013 - Pág. B10) 

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