O crédito imobiliário, grande aposta dos bancos brasileiros para fugir
do aumento da inadimplência nas linhas de financiamento ao consumo a partir de
meados de 2011, pode frustrar expectativas e cumprir o mesmo destino, ou seja,
gerar calotes crescentes. Segundo Amnon Levy, diretor executivo da
Moody's Analytics, e Pedro Castro, diretor associado na mesma companhia, a
aceleração dos desembolsos para esse tipo de empréstimo em época de preços dos
imóveis em alta embute um alto risco de perdas para a carteira dos bancos.
Somente nos três primeiros meses deste ano, o volume emprestado para
pessoas físicas nessa modalidade cresceu 7,3%. O saldo em final de março, de
acordo com os últimos dados disponíveis no Banco Central, estava em R$ 273,9
bilhões - uma alta de 34% em 12 meses. "Quando os preços estão em alta,
muita gente compra para vender um ano ou dois depois, imaginando obter lucro
fácil. Mas, se os preços caem, o cliente não consegue vender pelo que imaginou,
e a conta não fecha. Então, deixa de pagar o financiamento", diz Levy. Os
preços estão desacelerando, o que pode melhorar a qualidade dos novos
empréstimos - mas boa parte do estoque concedido no auge dos aumentos ficará
comprometida.
"Ao contrário do que muita gente imagina, dar crédito é
mais arriscado quando a economia e/ou a inflação está alta do que quando a
economia está desacelerando", diz. "Em época de crescimento, há muita
euforia, muita especulação. Já as pessoas que tomam empréstimo em tempos mais
apertados normalmente são mais realistas, e tem mais chances de pagar",
acredita Castro. "Os bancos que encontram seus próprios caminho sem vez de
tomar a direção da manada são os que se saem bem", diz Levy. Fugir de
modalidades e/ou segmentos que tem risco mais alto não é o melhor caminho; o
melhor é aprender a dar crédito de alto risco, administrando esse risco, diz .
Levy, que é diretor executivo da Moody's Analytics em São Francisco, nos
Estados Unidos, e responsável pela pesquisa e desenvolvimento de modelos de
análise de risco de carteiras de crédito e balanços de instituições
financeiras, fez outro alerta durante evento anual da companhia sobre
risco de carteiras de crédito, realizado em São Paulo: "O que os bancos
precisam é melhorar seus sistemas de análise, integrando, por exemplo, o custo
do capital empenhado para garantir os empréstimos concedidos - que é a parte
exigida pelas regulamentações; e o custo do capital econômico, ou seja, aquele
que o próprio banco empenha na operação. É preciso olhar para o passado e,
principalmente, imaginar o futuro", diz.
(Brasil Econômico - São Paulo/SP -
FINANÇAS- 08/05/2013 - Pág. 20)
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NA FOLHA DE SP
ResponderExcluirVenda, preço e locação de imóveis usados despencam em SP
O preço dos imóveis usados para venda e locação no Estado de São Paulo caiu 20,3% nos últimos 12 meses até fevereiro, segundo índice do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo).
Como desta vez é diferente no Brasil, eu digo: Essa queda não é nem o começo do que está por vir!
ExcluirCharles
Calote nos bancos é a principal força da bolha. Pode ser que a nossa seja semelhante à americana.
ResponderExcluirA Caixa e o escudo de porcelana.
ResponderExcluirhttp://horadobananense.wordpress.com/2013/04/30/a-caixa-e-o-escudo-de-porcelana/
Vejam esse link
não acredito na bolha, 90% de compra de imóveis financiados não foi pra investimento direto e sim pra moradia.
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