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quarta-feira, 24 de julho de 2013

Construção civil tem queda generalizada no país inteiro


Enquanto o Brasil criou 123.836 vagas de trabalho em junho deste ano, com expansão de 0,31% nas contratações formais na comparação com o mês anterior, alguns dos setores de atividade econômica que contribuem para a medição apresentaram resultados bastante inferiores. Entre eles, a construção civil, que teve o pior desempenho. Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego, com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem. 

Em maio já 
foram cortadas 1.877 vagas. Agora, levando-se em conta o resultado do mês de junho do ano passado, quando foram criados 4.244 postos, o setor recuou cerca de 50,7%. Em Minas Gerais a construção civil teve o quarto pior desempenho entre os setores. 

No balanço da construção civil, as demissões superaram as contratações em 187 postos de trabalho.  

"Notável acomodação"
Para Plínio Campos, coordenador técnico da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da Fundação João Pinheiro, que será divulgada na semana que vem e abre os números do mercado de trabalho de outros segmentos da construção civil, os resultados podem ser jutisficados pelo “humor estremecido do mercado.” “O país não está crescendo e, numa situação como essa, a tendência é de que as pessoas diminuam o consumo, principalmente de bens duráveis”, explica. Ainda de acordo com Campos, há uma "notável acomodação do mercado imobiliário, que faz com que o ímpeto da construção civil seja diminuído.”

CNI também registra retração
Na sala de espera do Sindicato dos Trabalhadores na Construção de Belo Horizonte, nenhuma dificuldade para encontrar profissionais assinando a rescisão de seus contratos de trabalho. O pedreiro João Ventura Filho foi dispensado pela primeira vez, depois de 17 anos na profissão. Ele trabalhava para uma construtora, que finalizou a obra em que ele atuava. “Por agora, não quero voltar a trabalhar como pedreiro”, diz.

A atividade da construção civil no Brasil continuou a se retrair em junho, acompanhando o enfraquecimento da atividade econômica, segundo a pesquisa “Sondagem da Indústria da Construção”, divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A entidade informou que o indicador, que mede o nível de atividade do setor, caiu para 44,3 pontos em junho, contra 46,9 pontos em maio. O índice vai de zero a cem pontos e resultados abaixo de 50 indicam retração. O nível de atividade do setor da construção não cresce desde março de 2012 e desde dezembro apresenta retração.

“Há alguns meses a construção vem mostrando retração, o que se intensificou em junho”, afirma Danilo Garcia, economista da CNI e responsável pela pesquisa. Como o setor trabalha com períodos mais longos, de dois anos, diz, tem mais dificuldades para se adaptar em cenários negativos. A construção civil em relação à usual para o mês ficou em 42,3 pontos em junho, o que demonstra atividade menor do que o normal para o mês. Esse é o pior resultado da série, que se iniciou em 2009. Em maio, esse indicador apontava 44,8 pontos.

Reflexo da queda da atividade, o indicador do número de empregados ficou em 45,5 pontos em junho, ante 47,4 pontos em maio deste ano. Desde abril de 2012, a construção não expande o quadro de funcionários, segundo a CNI. A entidade observa que a redução no quadro de funcionários é disseminada entre as empresas do segmento. “O cenário negativo da economia leva as empresas a se adaptarem na oferta de trabalhadores”, observa Garcia. 

Queda generalizada
A pesquisa da CNI mostrou que os três segmentos da indústria – construção de edifícios, obras de infraestrutura e serviços especializados – mostram desaquecimento. O que apresenta maior retração é o de construção de edifícios. “Há incertezas por parte do consumidor em relação ao futuro, o que prejudica sua disposição a assumir financiamentos de longo prazo”, diz o economista. 

O desempenho negativo da indústria da construção em junho levou os empresários do setor a reduzir o otimismo em relação à atividade de suas empresas para os próximos seis meses, atingindo o menor resultado desde o início da série, em 2009. 

(Estado de Minas - Economia - 24/07/2013)

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