Redução de preço de mais de 20% somente neste ano reflete demanda desacelerada.
Em mais um sinal do desaquecimento imobiliário, dados do Creci-SP
(Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo) mostram que
os preços de venda e locação de imóveis paulistas caíram mais de 20% desde o
começo de 2013.
Os números chamam a atenção principalmente na cidade de São Paulo, onde
pequenos imóveis já estão sendo negociados com 8,5% a 15% de redução no valor
total. Construtoras e corretoras não deixam de tratar a queda como
"desconto", mas já notam a dificuldade em vender ou alugar, que
persiste pelo quarto mês seguido.
Consumidores mais precavidos, que aguardaram a estabilização dos preços,
já conseguem comprar por valores bem abaixo dos encontrados há cerca de seis
meses.
Suponha um restaurante que aluga um imóvel na região central de São
Paulo, no valor de R$ 3 milhões. Considerando uma taxa de aluguel de 0,4%, o
dono do estabelecimento deve pagar R$ 12 mil por mês por um espaço de tamanho
adequado a suas necessidades --um custo, muitas vezes, insustentável.
Dessa forma, com o exagero dos preço imobiliários, comércios ficam
restritos pelo alto custo e muitos acabam fechando as portas.
Empresas que não dependem de exposição, mas necessitam de um espaço
físico, têm optado por alternativas mais baratas, como escritórios
compartilhados.
SAMY DANA é Ph.D em business, professor da FGV e coordenador do núcleo GV Cult
(Folha de S. Paulo - São Paulo/SP -
Folhainvest - 05/08/2013 - Pág. B8)
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