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terça-feira, 8 de abril de 2014

Valor: Condenação da Caixa no caso Encol alerta para o estouro da bolha

Depois de quase 20 anos, o Tribunal de Contas da União (TCU) finalmente julgou um antigo empréstimo feito pela Caixa Econômica Federal à Encol, construtora de Goiânia que ficou famosa na década de 90, após colocar na rua 23 mil funcionários e deixar 42 mil clientes sem dinheiro e sem os imóveis que tinham comprado com a construtora, que faliu.
No processo que acaba de ser concluído pelo TCU, 15 ex-executivos da Caixa, que em 1995 ocupavam cargos no Comitê de Crédito e Contratações da matriz do banco e em sua diretoria colegiada, foram punidos com multa individual de R$ 2 milhões, além de terem de pagar o empréstimo de R$ 16,9 milhões concedido pela Caixa à época, mas a preços atualizados, o qual elevou o custo para R$ 54 milhões. A conta total, dessa forma, chega a R$ 84 milhões.
Qualquer semelhança com o cenário atual não é mera coincidência
Segundo o relatório do TCU e o voto da ministra relatora Ana Arraes, a diretoria da Caixa simplesmente ignorou o lamaçal financeiro em que a Encol estava metida em 1995, para conceder, sem titubear, o empréstimo de R$ 16,9 milhões, valor que seria pago em três parcelas, em 90 dias. Na realidade, a Encol pegou o dinheiro para quitar outras dívidas que já tinha com o Banco do Brasil, BNDES e, até mesmo, com a própria Caixa.

"Essas operações ficaram conhecidas como 'mata-mata', em que a Encol contraía empréstimos junto ao Banco do Brasil, ao BNDES e à própria Caixa para quitar empréstimos contraídos anteriormente", disse Ana Arraes.
À época, segundo o tribunal, a diretoria da Caixa preferiu ignorar um parecer técnico do próprio banco, que apontava uma série de pendências financeiras da Encol e outras irregularidades. A diretoria alegava que confiava na empresa. "Os responsáveis negligenciaram os acontecimentos ocorridos, frise-se, dentro da própria Caixa, que indicavam que o empréstimo para a Encol era de elevado risco, haja vista as manifestações técnicas presentes nos pareceres internos."
A análise técnica demonstrou que o montante de endividamento de capital de giro da Encol já chegava a R$ 13,4 milhões em junho de 1995, mesmo mês em que o banco liberou o crédito. "A referida empresa já vinha adotando a política de rolagem das dívidas contraídas, sendo patente a sua incapacidade de honrar compromissos a curto prazo. Mesmo tendo presentes essas conclusões, os membros do mencionado comitê posicionaram-se favoravelmente ao empréstimo", disse Ana Arraes.
Em 2007, o Ministério Público Federal pediu a condenação de oito integrantes da diretoria da Caixa por crime contra o sistema financeiro. Procurada pelo Valor, a Caixa informou que "verificará o conteúdo da decisão assim que for informada pelo Tribunal de Contas da União". A massa falida da Encol não retornou ao pedido de entrevista.
(Valor Econômico - Finanças - 08/04/2014)

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