Por Estadão
De janeiro a março, o volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis recuou pela primeira vez desde 2002 [...] Com este cenário, a agência de risco Fitch calcula que o volume de distratos deve atingir os 7 bilhões de reais neste ano
O lema deste ano entre as incorporadoras imobiliárias é
sobreviver. Endividadas com milhares de imóveis encalhados, as empresas se
viram obrigadas, nos últimos meses, a lidar com uma nova variável: a falta de
crédito para construir e para que seus clientes consigam concretizar a compra
da casa própria. A expectativa é de que o governo federal divulgue em breve um
pacote de medidas para destravar o financiamento imobiliário. Enquanto o
socorro de Brasília não vem, as companhias estão buscando alternativas para
estancar as perdas.
A meta é
evitar, a todo o custo, que os clientes (mesmo os que tiveram o financiamento
negado pelo banco) devolvam os imóveis. Os chamados "distratos" são
duplamente negativos para as construtoras, que podem ter de brigar na Justiça
para reter o dinheiro já recebido como pagamento do imóvel e somar mais um
produto parado no estoque, gerando gastos.
A saída
encontrada por algumas delas tem sido facilitar a troca de imóveis dentro da
carteira de produtos da construtora. "Essa prática sempre existiu, mas
nunca foi fomentada pelas companhias", diz Bruno Vivanco, vice-presidente
comercial da imobiliária Abyara Brasil Brokers. "Agora, isso está sendo
incentivado porque ninguém, neste momento, quer perder clientes."
Dívidas e estoques bilionários
Com dívida
de 6,3 bilhões de reais e distratos que somaram 254 milhões de reais no
primeiro trimestre, a PDG é uma das mais agressivas na estratégia de troca de
imóveis. A empresa criou um departamento de retenção, cujo foco é atender os
clientes com esse tipo de proposta. No escritório da empresa em São Paulo, o
corretor Alexandre Matsui tem feito, em média, uma troca por semana.
"Estou no mercado há seis anos e nunca tinha visto um movimento desse
tipo. Antes, eu convencia o cliente a comprar. Agora, eu tenho de convencê-lo a
trocar."
Na PDG, há
casos de investidores que substituíram o financiamento de três imóveis pelo de
um, ou de uma aposentada que trocou um apartamento de 6 milhões de reais por
outro de 1 milhão de reais, no Rio, para garantir o crédito com o banco.
Outra
empresa atingida pela crise, a Gafisa lançou neste mês uma campanha
publicitária com o mote "Risco Zero" em que facilita a troca de
unidades, suspende por seis meses o pagamento das parcelas se o cliente ficar
desempregado e devolve a diferença, caso o imóvel vendido seja anunciado por um
preço mais baixo. A estratégia visa reduzir o nível de imóveis em estoque, que
acumulou 2,1 bilhões de reais no primeiro trimestre deste ano.
"As
empresas estão usando a criatividade", diz Eduardo Luque, sócio da PwC
Brasil. "Quanto mais tempo demorar para melhorar o acesso a crédito, mais
elas serão penalizadas."
De janeiro a março, o volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis recuou pela primeira vez desde 2002. Foram liberados cerca de 24 bilhões de reais, queda de 4,6% em um ano. Na contramão, a poupança acumulou saque de 29 bilhões de reais até abril. Mantido o mesmo ritmo de retiradas, a projeção para 2015 indica saída líquida de 74 bilhões de reais ou 60% do financiamento imobiliário feito em 2014, de 112 bilhões de reais. Com este cenário, a agência de risco Fitch calcula que o volume de distratos deve atingir os 7 bilhões de reais neste ano.
De janeiro a março, o volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis recuou pela primeira vez desde 2002. Foram liberados cerca de 24 bilhões de reais, queda de 4,6% em um ano. Na contramão, a poupança acumulou saque de 29 bilhões de reais até abril. Mantido o mesmo ritmo de retiradas, a projeção para 2015 indica saída líquida de 74 bilhões de reais ou 60% do financiamento imobiliário feito em 2014, de 112 bilhões de reais. Com este cenário, a agência de risco Fitch calcula que o volume de distratos deve atingir os 7 bilhões de reais neste ano.
(Revista Veja - Notícia - Economia - 25/05/2015)
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E QUEBRADEIRA GERAL.....SO ISSO.
ResponderExcluirAté a revista Veja? É, como disse o comentário anterior...QUEBRADEIRA GERAL!
ResponderExcluirE a elaine achou que a bolha imobiliária era ilusão.
ResponderExcluirA tatiana de ibitira agora que tá caindo na real.
ResponderExcluirAlguem acredita em queda de 50% no valor dos imóveis em SP?
ResponderExcluirJá vi apartamento cair de 290K para 250K, com 6 meses de condomínio pago pela construtora...
ResponderExcluir.
ExcluirSugiro não usar termos chulos como 290K ou 250K. Isto nada significa, a não ser o incentivo ao caos ortográfico.
Abraço.
.
Em qual artigo do Estatuto da Internet está escrito isso? Deve ser amigo do Rebelo, no mínimo.
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