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quarta-feira, 15 de julho de 2015

Portal IG: Com imóvel valendo menos, distratos e encalhes batem recorde

"Eu previa o fundo do poço para 2015, mas se o segundo semestre começar ruim como foi o primeiro, terei de adiar a previsão de fundo do poço para 2016.” [...] "Aí, quem comprou há três anos vê que o imóvel hoje vale menos do que o acordado lá atrás e não quer perder dinheiro, desfaz o negócio."

Os imóveis novos encalhados (ou em estoque) na cidade de São Paulo, maior mercado imobiliário do Brasil, já superam o recorde negativo de 2014, acumulando 28.021 unidades disponíveis para venda na cidade em abril – 1 mil acima dos 27 mil do encalhe histórico registrado em dezembro. Os dados são do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP).

Segundo o Secovi-SP, a oferta equivale a um estoque para 23 meses – considerando a média de 12 meses de vendas, que é de 1.230 unidades. A oferta, explica o sindicato, corresponde a imóveis residenciais novos na planta, em construção e prontos (de um ciclo de produção que conta os últimos 36, lançamentos entre maio de 2012 e abril de 2015).

Estoque aumenta 250% 
Para Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, a economia e a situação institucional atual do Brasil são complicadores para um mercado que vem patinando, depois de viver dias de glória, com grande oferta e preços abusivos, mas de grande liquidez possibilitada pelo bom momento econômico recente. “Precisamos que a confiança seja retomada, para que haja um inflexão, uma mudança de rumo no setor. Por conta da conjuntura ruim, de inflação e juros em alta, falta de crédito e insegurança com nível de emprego, estimamos uma redução de 25% nos lançamentos neste ano”, conta o economista.

De 2010 para 2014, o estoque na cidade, principal mercado habitacional do País, cresceu 250% e a velocidade de venda acompanhou o pessimismo, gradualmente.

“Chamamos de oferta não vendida, outros chamam de encalhe. Esses números representam o fluxo do mercado hoje e é impossível negar que 2015 e 2016 serão anos muito difíceis. É claro que queríamos estar com o movimento de 2010, quando os estoques eram de 8 mil unidades.”

Segundo dados do Secovi-SP, a velocidade de vendas - indicador que mede o desempenho entre a comercialização e a oferta de imóveis novos em determinado período - é de 42% neste ano (janeiro a abril).

Falta de confiança
Para João da Rocha Lima, professor titular de Real Estate da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, o encalhe de imóveis residenciais hoje é falta de confiança. “O mercado residencial é feito de gente que compra uma única vez. A decisão de compra ocorre de uma forma lenta e tem de ter fundamento na confiança. O cenário atual, de escassez de poupança e dificuldades de liberação de crédito pelos bancos, faz com que as pessoas pensem muito antes de tomar a decisão de fazer um financiamento que impacta de 20% a 30% do orçamento ao longo de 20 anos ou mais”, pondera.

Fundo do poço
O professor explica que os indicadores de mercado impedem a recuperação da confiança e a previsão de melhoras no curto e médio prazos. “Está imprevisível como a estimativa do PIB [Produto Interno Bruto]. Fizemos projeções bem conservadoras, mas a realidade tem sido ainda pior. No caso dos imóveis comerciais corporativos, por exemplo, o nível de vazio [ociosidade] está perto de 30% neste semestre, com preços de aluguéis despencando. Para que o investidor volte a colocar dinheiro no segmento comercial, o nível de vazio tem de ser 10%. Estamos bem longe disse e acredito que a crise do setor ainda leva uns cinco, seis anos para ser superada. Eu previa o fundo do poço para 2015, mas se o segundo semestre começar ruim como foi o primeiro, terei de adiar a previsão de fundo do poço para 2016.”

Preços em queda, distratos em alta
Rocha Lima aponta ainda uma consequência do mal resultado. “Há um aumento no número de distratos [rompimento de contrato] hoje porque as empresas venderam empreendimentos há três anos e estão entregando agora. Aí, quem comprou há três anos vê que o imóvel hoje vale menos do que o acordado lá atrás e não quer perder dinheiro, desfaz o negócio. Por outro lado, tem o aumento da taxa de juro e redução de crédito. Há uma inadequação entre o mercado passado e hoje. Já a pessoa que compra hoje fica se questionando se está pagando caro, se preços vão cair no futuro próximo. É a avaliação do risco e da perda de dinheiro que inibe e acentua o período negativo do mercado.”

(Portal IG - Finanças - Casa Própria - 14/07/2015)

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9 comentários:

  1. A crise chegou sem previsão para ir embora.

    Fruto de uma desastrosa política econômica que somada a crise política piora a situação

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    1. Correto, o problema do brasil e interno:O PT E O PIOR DELES.Enquanto PT no poder, e so ladeira abaixo.

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    2. Engraçado que antes do governo do PT a situação era pior.

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      Antes do P. T. era bem pior, não sabíamos o quanto iriam roubar, agora estamos melhor, já sabemos a dimensão.
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    4. Que saudades da época de antes do PT, onde não havia bolha imobiliária porque ninguém tinha dinheiro pra comprar nada e a inflação era só de 9% ao mês.
      Época boa aquela, a TV só dava notícias boas e não havia roubo ou corrupção, não havia esse monte de gente em aeroporto e nem esse monte de carro nas ruas a causar engarrafamentos. Bolha imobiliária, nem pensar. Dava pra trocar um carro por um bom apartamento. ou vice-versa.

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    5. .
      Época boa é agora. 15 milhões de bolsa família, que multiplicado por 4 pessoas em média dá por volta de 50 milhões, ou seja um quarto da população. Desemprego crescendo assustadoramente, tanto que o governo até tirou o seguro desemprego de circulação, por não ter mais dinheiro (claro pela roubalheira deste governo). Inflação que não para de subir, PIB andando para trás, juros subindo sem parar, indústria automobilística abarrotada de carros nos pátios, colocando os empregados em férias coletivas. O GOVERNO DA MAIOR CORRUPÇÃO DA HISTÓRIA DO BRASIL.
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      Ô época legal hoje!, só se for para os petistas que estão parecendo o Tio Patinhas nadando em dinheiro.
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    6. A inflação de hoje está acima de 9,12%
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      Trocar carro por um bom apartamento, onde isso? Você mora com a Alice no país das maravilhas? Dá até pena...

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  2. A questão é que não é só crise no mercado imobiliário. A questão envolve entre outras coisas falta de confiança. momento econômico desfavorável em todos os setores Esta cheio de profetas do apocalipse. Com o reaquecimento da economia, o mercado volta a melhorar.

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    1. De fato vários setores estão sendo atingidos, porém não há perspectiva de a economia aquecer a curto e médio prazo, 2015 está sendo muito piorar que se esperava, inflação beirando 10%, desemprego em alta, empresas fechando, essa recuperação não vai ser rápida e um governo sem apoio popular e político piora a situação

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