Contribuição do leitor Eduardo Mazzini
Mais de meio milhão de trabalhadores serão
demitidos na construção civil este ano. O mercado de imóveis está quase parado
e a retomada do programa "Minha Casa, Minha Vida", que era esperança,
está sem previsão. [...] O problema não é de hoje, a crise começou ainda no ano passado. Os corretores de imóveis foram os primeiros a sentir, porque os clientes sumiram
Um dos setores que mais emprega está
parado. O problema não é de hoje, a crise começou ainda no ano passado. Os
corretores de imóveis foram os primeiros a sentir, porque os clientes sumiram.
Um outro sinal foi a queda nas vendas de concreto. Agora, a situação se
agravou. Muitas obras pararam, ou estão atrasadas. E o setor contava com a
contratação imediata da fase 3 do programa “Minha Casa, Minha Vida” para tentar
evitar demissões.
O ritmo de trabalho nos canteiros de obras
está bem mais lento. Com a crise, muitas construtoras suspenderam planos de
lançar projetos este ano. O setor já estimava que não ia crescer e agora
calcula que vai encolher 7%. É assim em quase todo o país.
Em queda livre
Em Salvador, os lançamentos de imóveis novos despencaram. Segundo a
Associação de Dirigentes do Mercado Imobiliário, foram lançadas, de janeiro a
agosto deste ano na cidade, apenas 431 unidades. Em 2014, nesse período, foram
1.321. Sem obras, 8,6 mil trabalhadores já perderam o emprego.
“Essa crise aí abalou principalmente a
construção civil. É uma crise que ninguém sabe quando é que vai ser superada,
então a gente prefere procurar outra coisa para fazer”, diz o desempregado
Edvan Souza.
Tem muita gente na mesma situação. Por 17
meses seguidos o desemprego aumentou no setor. Os dados são do Sindicato da
Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo. Entre janeiro e julho, 184 mil
trabalhadores foram demitidos em todo o país. A previsão agora é de 505 mil
demissões até o fim do ano.
Com essa crise toda na construção civil, a
grande esperança do setor era em relação a nova fase do programa “Minha Casa,
Minha Vida”. O governo até já anunciou as novas regras da fase 3, mas ainda não
sabe quando ela vai começar. O esforço agora vai ser para tentar concluir as
obras das fases anteriores - e que ainda não terminaram.
Representantes da construção esperavam
boas notícias no anúncio feito pelo governo semana passada. Mas continuam sem
qualquer previsão.
“O "Minha Casa Minha Vida", que
era a única esperança que a gente tinha de ter algum crescimento ou
continuidade, ele está do jeito que está. A gente já está no mês de setembro,
era para ter uma reunião para anunciar 3 milhões de moradias e está paralisado.
Então, realmente o setor está sofrendo muito”, afirma o presidente do
Sinduscon, José Romeu.
Na Região Metropolitana de Belém a crise
atingiu em cheio as construções do programa “Minha Casa, Minha Vida”. As construtoras
estão trabalhando com menos da metade da capacidade. Em um canteiro, por
exemplo, o ritmo da obra está devagar quase parando. Dos 600 operários, pouco
mais de 100 continuam lá. A construção civil é o setor que mais está demitindo
no Pará. De janeiro a julho deste ano, quase 13 mil trabalhadores foram
mandados embora.
"Está ruim demais"
“Não estão contratando, está ruim demais,
a gente anda por aí, sai de madrugada, ás vezes vem depois do almoço, e não
consegue”, conta o carpinteiro Marcelo Cardoso.
O ministro das Cidades, Gilberto Kassab, diz que
o governo não tem metas para a nova fase porque o Orçamento ainda vai ser
votado pelo Congresso. “O que nós estamos fazendo é uma ação de transparência.
Nós estamos falando a verdade para a população. Conseguimos garantir o recurso
para 1,5 milhão de casas que estão sendo construídas”, explica.
A Câmara Brasileira da Indústria da
Construção está pessimista. ““Minha Casa, Minha Vida” neste ano dificilmente
terá novas contratações. Acredito que o ano que vem haja contratação, mas mais
para o final do ano”, afirma o presidente da CBIC, José Carlos Martins.
(Portal G1 - Bom Dia Brasil - Notícia - 14/09/2105)
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Preparem para o aumento no número de assaltos e roubos.
ResponderExcluirDIZEM QUE VAI PIORAR MUITO MAIS,POIS AS CONTRUTORAS ESTÃO ENDIVIDADAS ATÉ O TALO
ResponderExcluirAs construtora de capital aberto sim. As construtoras menores acredito que não porque tem muita gordura pra queimar no preço sem ter prejuízo.
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