As construtoras na segunda cidade do Brasil estão lutando para encontrar meios de desovar apartamentos, oferecendo vantagens como pagar as taxas de condomínio durante anos, cortar as prestações em 50% e dar viagens para Nova York. Outras oferecem carros compactos e eletrodomésticos aos potenciais compradores. [...] Despencando de sua posição como um dos mercados imobiliários mais caros do mundo, o Rio hoje luta com seu maior excedente em décadas, levantando temores de uma quebra
Os compradores de imóveis no Rio de Janeiro costumavam travar
intensas guerras de apostas quando tentavam conseguir um apartamento, mesmo
modesto, em um dos exclusivos bairros litorâneos da cidade. Não mais.
As construtoras na
segunda cidade do Brasil estão lutando para encontrar meios de desovar
apartamentos, oferecendo vantagens como pagar as taxas de condomínio durante
anos, cortar as prestações em 50% e dar viagens para Nova York. Outras oferecem
carros compactos e eletrodomésticos aos potenciais compradores.
Despencando de sua
posição como um dos mercados imobiliários mais caros do mundo, o Rio hoje luta
com seu maior excedente em décadas, levantando temores de uma quebra, enquanto
dezenas de novos edifícios elegantes construídos para os Jogos Olímpicos de
2016 não atraem compradores. Para realçar o triste clima da economia
local, os esqueletos de projetos de hotéis abandonados enfeiam a silhueta
urbana.
Decepção e prejuízo
Não deveria ser assim.
As autoridades anunciaram a realização das Olimpíadas no Rio como uma maneira
de levantar os ânimos e as fortunas da cidade.
"Este deveria ser o
momento de esplendor do Rio no cenário global", disse Rubem Vasconcelos,
presidente da Patrimóvel, uma das maiores agências imobiliárias da cidade.
"Em vez disso, as propriedades estão saindo a preço de banana."
Estudiosos da história
dos esportes muitas vezes esperam que essas crises econômicas se materializem
depois de Olimpíadas, quando os gastos em construção secam e a enxurrada de
turistas diminui. As ruínas dos locais construídos para os Jogos de Atenas em
2004 são um testamento das ressacas produzidas pelo excesso de gastos em
estruturas com poucos usos práticos.
Mas o Rio está
acrescentando uma nova vertente a esse modelo, pois a economia aqui se
deteriora acentuadamente nos meses que antecedem a Olimpíada, com a oferta
excessiva de propriedades construídas para o evento exacerbando os choques da
recessão nacional e os baixos preços do petróleo.
Alguns dos
empreendimentos mais reluzentes se classificam entre os mais decepcionantes - incluindo a Aldeia Olímpica, concebida para alojar 18 mil atletas, que será
transformada em apartamentos de luxo depois dos jogos. Os desenvolvedores do
projeto, que inclui 31 torres, jardins tropicais e piscinas, começaram a vender
unidades depois que o Rio abrigou a final da Copa do Mundo de futebol no ano
passado.
Fiasco nas vendas e queda dos preços
Batizando seu
empreendimento de Ilha Pura, eles contrataram Fernanda Montenegro, uma das mais
conhecidas atrizes brasileiras, como principal vendedora. Mas, um ano depois,
somente 230 dos 3.604 apartamentos do complexo foram vendidos, segundo os
empreendedores, a empresa imobiliária Carvalho Hosken e a Odebrecht, uma
construtora atingida por escândalos.
"É quase nada, nem
10% do que temos", disse à revista "Veja" Carlos Fernando de
Carvalho, 91, o magnata que lidera o empreendimento. "Estávamos prontos
para lançar o projeto inteiro, mas não temos como fazer isso. Há pouca oferta
de compradores."
Além do fiasco de vendas da Aldeia Olímpica, os preços dos
imóveis residenciais no Rio caíram até 12% no último ano. Com a inflação anual
chegando a quase 10%, isso significa que os preços das propriedades em algumas
áreas aqui diminuíram mais de 20% em termos reais no último ano. E depois de
computada a queda da moeda brasileira em 2015, muitos apartamentos custam cerca
da metade do preço do ano passado em dólares.
Os aluguéis de
escritórios na cidade também estão em queda. Enquanto o Rio já havia superado
Nova York como mercado imobiliário mais caro das Américas, os aluguéis mensais
de escritórios hoje saem por cerca de R$ 140 o metro quadrado, contra R$ 297 em
2013, segundo a consultoria global CBRE.
Depois, há a dura imagem
do emprego: o Ministério do Trabalho estima que o Rio perdeu 48.500 empregos
até agora este ano, o segundo maior número de todas as cidades brasileiras,
enquanto escândalos de corrupção abalam gigantes da construção e a Petrobras, a
companhia nacional de petróleo.
Anúncio de uma crise maior
Para piorar as coisas,
economistas dizem que a queda dos preços dos imóveis no Rio pode ser o anúncio
de uma crise econômica muito mais severa na cidade, com o desemprego prestes a
subir ainda mais quando a construção de locais olímpicos, hotéis e estradas
começar a diminuir nos próximos meses.
O clima sombrio no setor
imobiliário contrasta com a exuberância que marcou empreendimentos anteriores
em torno de grandes eventos esportivos no Rio de Janeiro. Antes dos Jogos
Pan-Americanos de 2007, por exemplo, agentes imobiliários venderam em poucas
horas os 1.480 apartamentos da Vila do Pan, um complexo construído para abrigar
atletas.
Os proprietários de
novos edifícios na área - como EcoSapucaí, uma ampla estrutura projetada pelo
arquiteto Oscar Niemeyer que possui um heliporto em forma de cálice, e a Port
Corporate Tower, um prédio de 22 andares de escritórios construído pela Tishman
Speyer, uma companhia imobiliária de Nova York - estão lutando para encontrar
inquilinos, segundo reportagens na imprensa.
"Nós imaginávamos
que esta crise ocorreria só depois das Olimpíadas em 2016", disse Leonardo
Schneider, vice-presidente do Secovi. "Mas está acontecendo agora, pondo em questão as apostas agressivas feitas
em projetos que visavam os Jogos Olímpicos."
(Portal Uol - Internacional - Últimas Notícias - The New York Times - 14/11/2015)
VEJA VÍDEOS SOBRE O ASSUNTO AQUI NO BLOG OU PELO LINK
Aviso!
ResponderExcluirQuebradeira está só no começo!
Discordo do presidente da Patrimóvel, as propriedades não estão saindo a preço de banana. Os imóveis ainda estão muito caros para a realidade brasileira. Acordem imobiliárias, ou avaliam os imóveis dentro da realidade atual, ou se acostumem a viver sem vendas.
ResponderExcluirSó lembrei do comecinho da música do Tihuana, trilha do filme Tropa de Elite 2: "Agora o bicho vai pegar!!!!".
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=_700caBa9l4
A bolha e os 'bolhitas' vão "chegar chegando" que nem o BOPE. O nosso fuzil será aquele dedão indicador (apontando) e a bala será a famosa frase que os errados/teimosos odeiam ouvir: "tá vendo que eu avisei...". Vai "morrer" muita gente "inocente" nesta história.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Mais propaganda para enganar os incautos e tentar alavancar vendas.
ResponderExcluirOs preços ainda não foram alterados, é uma inércia natural desse mercado. Quando descobrirem, e tentarem se mexer de verdade, estarão todos falidos.
Incrível!! Então quer dizer que os preços de aluguéis no Rio superavam os de Nova York. Tem que quebrar tudo mesmo!!! País feito de incorporadoras gananciosas e de um povo que não possui estudo e cai numas furadas destas. Quer dizer caía, porque nem dinheiro tem mais.
ResponderExcluirRidiculo mesmo ser mais caro que nova york.
ExcluirO pior não é os valores que nem esboçaram movimento de baixar os valores. O pior é ver esta choradeira das construtoras e imobiliárias gastando uma grana nestas matérias pagas e ameaçando um terrorismo de quebradeira e tal. Como se não tivessem ganhado rios de dinheiro nos últimos anos.
ResponderExcluirofantasticomiseravel.blogspot.com
Num avisei a quebradeira está apenas no começo!
ResponderExcluirEles preferem falir do que baixar os preços
ResponderExcluirContinuo vendendo entre 1 a 3 imóveis por semana, essa crise é fictícia, Apenas mortos de fome não tem como comprar um imóvel. Voltem a brincar crianças.
ResponderExcluirKkkkkkk, vc esta digitando isso de qual manicômio?? Tem camisa de força ai nao é??
ExcluirIsso mesmo! Esse povo acha que todos são fracassados como eles!
Excluir