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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

O Globo: Recessão, crise fiscal e Lava-Jato dobram falências na construção


A fatia de empresas do setor de construção pedindo proteção judicial ou em falência é bem superior à média da economia como um todo [...] Grandes empresas como OAS e Galvão Engenharia, investigadas pela Lava-Jato, entraram em recuperação judicial. Mas isso também ocorreu com outras que nada têm a ver com a operação da Polícia Federal. [...] Em muitos casos, para evitar a retomada dos empreendimentos pelos bancos por falta de pagamento dos financiamentos, as construtoras pedem recuperação judicial

A crise econômica, o agravamento da situação fiscal do país e os desdobramentos da Operação Lava-Jato estão balançando o mercado de construção civil e já resultam em encolhimento do setor. De janeiro a outubro, 125 empresas do segmento tiveram a falência decretada pela Justiça. É mais que o dobro do volume registrado em igual período de 2014, de 60 casos, segundo dados do Instituto Nacional de Recuperação Empresarial (Inre). O alto índice de óbitos é consequência de um também robusto aumento no número de corporações que recorreram à recuperação judicial, numa tentativa de reestruturar o negócio e preservar as operações em meio à turbulência da economia. No total, 304 empresas de construção civil pediram proteção à Justiça, contra 165 nos primeiros dez meses do ano passado, um salto de 84%.

— A situação econômica crítica do país tem levado a muitos pedidos de recuperação judicial. A paralisação de grandes obras e a falta de financiamento no mercado financeiro fazem com que as grandes empreiteiras entrem com o pedido de recuperação — diz Carlos Henrique Abrão, desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que também é conselheiro e fundador do Inre. 

— Isso causa um efeito boliche. Sem pagar os fornecedores, geralmente empresas menores, estes entram em situação falimentar.

"Ainda não há luz no fim do túnel"
O que se vê hoje, argumenta Abrão, é a falência de um maior número de empresas menores. E, segundo ele, “ainda não há luz no fim do túnel.”

A fatia de empresas do setor de construção pedindo proteção judicial ou em falência é bem superior à média da economia como um todo. De janeiro a outubro, o número de falências cresceu 17%. Em pedidos de recuperação judicial, o aumento foi de 40,6%, segundo a Boa Vista SCPC. A companhia de serviço de proteção ao crédito argumenta que a crise econômica e os custos elevados dificultam a geração de caixa, comprometendo a solvência das empresas. Sem perspectiva de mudança a curto prazo, a Boa Vista SCPC prevê que os indicadores de falências continuarão em alta, podendo apresentar este ano o maior crescimento da série, iniciada em 2005.

Culpa da Lava-Jato
É consenso entre especialistas, dirigentes de classe e empresários que a parada no setor de infraestrutura e os atrasos e cortes de pagamentos feitos pelo governo são a principal ameaça à saúde financeira das companhias de construção. Também a Lava-Jato, que compromete as maiores corporações do setor no país, tem forte impacto na diminuição do volume de investimentos, projetos e negócios na área.

— Com os grandes desse mercado fora de combate devido à Lava-Jato, o freio em investimento vem em cascata. Trava o processo de concessões e cria também um problema de compliance, afugentando investidores estrangeiros — conta uma fonte do setor. — Não existe um plano “B”. As empresas vão reduzindo custos e equipes para atravessar a crise. Com isso, muitas vão desaparecer.

Grandes empresas como OAS e Galvão Engenharia, investigadas pela Lava-Jato, entraram em recuperação judicial. Mas isso também ocorreu com outras que nada têm a ver com a operação da Polícia Federal.

Sem recuperação
A advogada Juliana Bumachar, especializada em recuperação de empresas, admite uma alta significativa nas consultas feitas ao escritório por companhias que avaliam pedir proteção à Justiça.

— O que se vê agora são empresas que, pelo comprometimento de caixa, já não são mais elegíveis a um processo de recuperação judicial — diz Juliana. — A recuperação pressupõe que a empresa possa manter sua atividade de forma a ter recursos para honrar gastos regulares e o cumprimento do plano de reestruturação. Do contrário, melhor liquidar ativos.

A especialista avalia que mais empresas vão engrossar as estatísticas de pedidos de proteção judicial:

— Há empresas de diversas áreas tentando vender ativos para escapar ou fazer frente a uma recuperação judicial. Mas o mercado está difícil para quem compra ou vende ativos. A insegurança econômica e jurídica travou a atuação dos investidores nacionais e estrangeiros.

Credibilidade em risco
Para recorrer à recuperação, as empresas precisam ter condições de operar com um mínimo de saúde financeira, diz Luís Claudio Montoro, especialista em recuperação judicial do Insper:

— A recuperação judicial foca em proteger a atividade empresarial. Tal e qual um remédio, ela ataca a parte ruim, que é a crise, mas afeta também a parte boa. Há impacto em credibilidade, acesso a crédito e investimento, levando à queda em participação de mercado.

Para Montoro, 2016 será um ano de postura conservadora para os empresários, que devem avaliar inclusive a viabilidade da atividade foco de seus negócios:

— Tem empresas perdendo o prazo para buscar uma negociação saudável com seus fornecedores porque estão tentando sucessivas alternativas, sem resultado. O empresário deve estar atento.

Setor minimiza efeitos da Lava-Jato
José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), minimiza o efeito da Lava-Jato e diz que empresas de pequeno e médio porte atravessam problemas, principalmente, por falta de pagamento:

— Quem entrou em recuperação é porque deixou de ter receita. Não há como não receber e manter o fluxo de caixa tendo de arcar com pagamento de impostos, salários e outros compromissos, sem contar a alta do juro e o crédito mais restrito.

Efeito cascata no setor imobiliário
O Rio Grande do Sul é um dos estados que mais sofre com problemas de pagamentos no segmento de construção de estradas e pavimentação. Dentre as 80 empresas gaúchas que atuam na área de rodovias e infraestrutura, 15 entraram em recuperação judicial este ano, conta Ricardo Portella, presidente do Sindicato da Construção Pesada do Rio Grande Sul (Sicepot-RS):

— O governo do estado está numa situação falimentar, com dívidas ainda de 2014 a pagar. Os contratos com o governo federal, principalmente com o Dnit, estão com pagamentos atrasados em até 120 dias. Não há como operar com juro alto, insumos mais caros e sem caixa.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) soma hoje perto de R$ 2,5 bilhões em valores a pagar. Em nota, o órgão informou que parte desta soma será quitada em dezembro. E ressaltou que os pagamentos são efetuados de acordo com a disponibilidade de recursos oriundos do Tesouro Nacional.

No mercado imobiliário, a situação não é diferente. Olivar Vitale, conselheiro jurídico do Sinduscon-SP, conta que o caixa das construtoras vem sofrendo com a alta dos juros no financiamento à produção, que já alcançam 12% ao ano, quase o dobro do praticado entre 2006 e 2013.

Em muitos casos, para evitar a retomada dos empreendimentos pelos bancos por falta de pagamento dos financiamentos, as construtoras pedem recuperação judicial, conta o presidente da Corporate Consulting, Luís Alberto Paiva. Isso, explica ele, afeta toda a cadeia:

— Os fornecedores menores pedem falência direto. Acredito que essa situação difícil deve durar por mais três anos.

(O Globo - Economia - Infraestrutura - 29/11/2015)

VEJA VÍDEOS SOBRE O ASSUNTO AQUI NO BLOG OU PELO LINK

22 comentários:

  1. Culpa da Organização Criminosa, PT.
    Eu não gostava do FHC, hoje menos ainda pois falhou na sucessão, deixando essa corja distribuir dinheiro para o povo, criando um grande problema: aumento da violência (os jovens não querem trabalhar), prostituição e pobreza (as mulheres só ficam parindo).
    Li uma reportagem que um apartamento do MCMV estava sendo pago para as construtoras (preço final) R$96.000,00, e o MPF está investigando pois há fortes indícios de corrupção, o que tem elevado os preços dos imóveis, (se um MCMV) vale R$140.000,00, o barraco na favela, vale 100.000,00 e assim foi elevando os preços e hoje ninguém compra, ninguém vende, estagnou a economia, quebradeiras, desemprego por culpa de uma política corrupta sem precedentes do PT.
    Por fim, a culpa é dos Corvos, imobiliárias, CEF, Construtoras e todos os atores envolvidos que pensaram apenas no momento, pensaram em ganhar os 6% não importando o futuro e o pior, quem iria pagar essa conta quando a Pirâmide desabasse????
    Agora, senhores Corvos, chorem amargamente, mas vocês podem se redimir... façam avaliação dos imóveis dentro da realidade, mesmo que o proprietário não aceite, sejam profissionais e éticos e morais pelo menos uma vez na vida.
    Vou dar um exemplo na minha cidade: Condomínio enorme com mais de mil apartamentos, perto de favela, lugar violento, sem qualidade de vida, sem praça, sem clube, sem comércio, sem árvores, apartamentos com mais de 30 anos que foram construídos de 45 metros quadrados...
    Quanto deveria valer esse apartamento? No máximo, máximo, máximo R$25.000,00 até mesmo pela depreciação do imóvel, mas não, os Corvos vendem ou tentam vender ou vendiam por R$120.000,00 a R$150.000,00.
    Então meus amigos, minha conclusão de leigo que sou é que imóveis não vão baixar de valor, não mesmo, vão chegar nos valores que sempre foram e deveriam ser.
    Abraço

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  2. SIMPLESMENTE CATASTROFICA SITUAÇAO AQUI DO BANANAL.....PROVAVEL INTERVENÇAO FEDERAL NESSE DESGOVERNO CORRUPTO....NAO TEM MAIS JEITO...ESTA FALINDO TUDO, MENOS OS BANCOS E CLARO....NAO TEM PLANO DE "B A Z".E O PARAGUAY DE VENTO EM POPA...APOS GOLPE.DEMOCRACIA NO BRASIL DA CORRUPÇAO NAO DEU CERTO.

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    1. Cara, na boa. Melhora o nível das tuas postagens. Para de ficar repetindo essa baboseira fasci-golpista e depreciando teu pais. Argumente com embasamento em fatos e percepções e não nesse monólogo de revoltado do facebook. Nem a oposição tá mais nessa.
      O mundo está em crise, o pais foi junto. O mercado imobiliário está sofrendo o reflexo da ganância do empresariado brasileiro que elevou os preços às alturas, e agora, na hora de baixar os preços e mantê-lo funcionando, tergiversa tentando faturar algum com propagandas. Adiando a solução, só está dando um tiro maior no pé.
      O crédito imobiliário disponibilizado deveria ser usado com sabedoria. Quem pegou e não se programou se lascou. Ou será que você usa todo o limite do cheque especial e do cartão de crédito todo mês sem saber se vai poder pagar no futuro? Precisa ser um gênio pra saber isso?

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    2. A realidade é essa vergonha! Mar de corrupção! PTralhas, Collor, Renan, Cunha etc. O que mais piorou nas últimas décadas no país foi a educação. Não tem como votar, cobrar, fazer parte do jogo político sendo analfabeto funcional. Além do mais houve uma corrupção moral do brasileiro, onde é valorizada a esperteza e a malandragem em detrimento do mérito e da honra. Mais uma década perdida pra entrar na história. Fatos são mais fortes que palavras. Abraços!

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    3. Concordo 11:30!! Não tem o que escrever não escreve!

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    4. Que lixo de comentário 09:25!! Fica quieto!!

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    5. .
      "Que lixo de comentário 09:25!! Fica quieto!!"
      .
      O papai mandou ficar quieto... KKKKKKKKKKK
      .

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  3. .
    Esses caras, como o anônimo acima, não podem ler algo falando mal desse governo corruPTo - Aliás o mais corrupto de todos os tempos, graças ao lulla -, que vem logo tentar desviar o assunto. Certamente está desesperado, a boquinha está acabando, vai ter que trabalhar...
    .

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    1. PERFEITO CACTUS, A TETA SECOU PRA ESSES PELEGOS CHUPINS AI DE CIMA,,,,DEVEM MAMAR NAS TETAS DO GOVERNO OU OUTRAS FONTES INEXPLICAVEIS, FICAM REVOLTADOS APENAS POR DIZER QUE TODOS EMERGENTES: PARAGUAY,MEXICO,INDIA,COLOMBIA,PERU,MEXICO ETC... TEM PIB POSITIVO E AQUI NEGATIVO -3 DEVIDO A CURRUPÇAO,SINDIGATOS,ETC...SO TEM MARACUTAIA EM TUDO,,,,CHEGA A SER INACREDITAVEL....

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    2. Esses comentários políticos virtuais, desvirtuam o debate no blog. Isso só afugenta aqueles que querem debater acerca do mercado imobiliário.
      Enquanto o moderador permitir essa abominação, dando espaço a essa manifestação inútil, somente irá ver sumir os comentários afeitos a finalidade do blog.

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    3. Anônimo da 8:50 - Se afugentar você eu ganhei o dia!
      .
      Aliás, esse tipo de gente foge da verdade como o diabo da cruz...
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      .

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    4. Cactus e Anônimo que sempre escreve em caixa alta, realmente, rapazes, fica extremamente chato a repetição de textos clichês que apontam sempre para qualquer outro participante do blog como "PTralha", "Corvo maldito", "Lúcifer" etc. Não concordar faz parte do debate, entendem? E nem tudo na complicada situação econômica nacional está correlacionado com a histeria política de alguns loucos.
      Isto tudo sem falar que existem inúmeros "espertalhões" por aí que eram amiguíssimos da Dilma e Lula enquanto a economia parecia ter deixado "todos" ricos da noite para o dia. Agora, muitos destes oportunistas, que caíram no conto do vigário, querem dividir o prejuízo ou acreditam piamente que mudando-se o governo os problemas desapareceram da noite para o dia. Acaso vocês não são pessoas assim são?! (espero que não)!
      Acho que vale a pena sim elevar o nível do debate com argumentos sólidos e fundamentados na realidade real!

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    5. Anônimo 20:50 - Obrigado, esse pessoal pensa que engana alguém, só dando risadas...
      .
      Aliás, sendo esse governo um lixo e esse sujeito tentando defender sem nenhum argumento, é o quê?
      .

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    6. Anônimo das 8:50, penso que o moderador do blog deve permitir sim todo tipo de comentário (fundamentado ou não), pois caso contrário a censura de alguns posts seria tão anti-democrático quando a ideia do cara que escreve em caixa alta, qual seja: "APOS GOLPE.DEMOCRACIA NO BRASIL DA CORRUPÇAO NAO DEU CERTO.". =/

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  4. Só digo uma coisa!
    Viva a Lava Jato e que todos paguem o que roubaram só isso!
    Chega de ganhar dinheiro fácil!

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    1. E viva toda ação política que torne evidente o quanto o povo está sendo lesado. Vamos observando, pois o buraco é mais fundo do que imaginamos.

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  5. Ô coisa gostosa de se ler.
    Começaram os peixes pequenos a sumir.
    Daqui a pouco, os grandes também serão engolidos. Aí vai ser ótimo!

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  6. Ao anonimo 19:11.....A ma gestao politica-corrupta e a liberaçao dinheiro base do credito gerando especulaçao,,tem tudo a ver com o mercado imobiliario,automotivo,bens duraveis , nao duraveis,senao nao estariam todos endividados.Alem disso ainda tem os impostos mais altos do mundo sobre os"bens" que estao se tornando cada menos liquidos(liquidez) impossibilitando o giro de mercado.Ninguem compra,ninguem vende,ninguem produz....gerando assim recessao,desemprego e nao investimentos internos e nem externos.....infelizmente.

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  7. Enquanto isso, paguem meus juros! Vou aguardar de camarote a quebradeira geral.

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  8. Se a ditadura tivesse eliminado esses corruptos nao estaríamos sofrendo hoje, e vai piorar, esta so no começo.

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    1. Se a ditadura tivesse erradicado a ignorância das pessoas via educação, comentários grotescos como o seu não existiriam. Afinal de contas os ditadores eram tão corruptos quanto os que você deseja ver mortos.
      Se a ditadura política fosse um sistema tão bom quanto alguns imaginam, provavelmente não teria existido apenas em países subdesenvolvidos como os daqui da América Latina ou outros Africanos. Afinal de contas, só são a favor da ditadura aqueles que têm mentalidade típica de lugares subdesenvolvidos onde educação, desenvolvimento tecnológico e bom senso parecem estar anos luz da realidade local.
      Talvez seja por mentalidades como esta que na "Banânia" (como dizem por aí) os habitantes estejam mais propensos em cair em golpes dos mais variados ou em papo de "covertores" (como dizem por aí também).
      Desejo-lhe felicidades, amigo, e progresso intelectual também!

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  9. Cara eu quero é sair desse país o mais rápido possível. Isso aqui já era. thau pra quem fica.

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