Já o setor de construção civil deve registrar contração de 12,4% neste ano e outra queda em 2016. Segundo Alessandra, as projeções para lançamentos residenciais dão uma boa ideia da "dramaticidade" pela qual passa o setor. O monitor de construção civil da Tendências prevê queda de 34,3% em lançamentos de imóveis residenciais neste ano. Para 2016, a previsão é de queda de 9%. "Por trás disso estão os velhos fundamentos: desemprego com tendência de alta batendo em renda"
Olhar para a trajetória dos investimentos na economia permite entender por
que, após a parada do motor do consumo, o mergulho da atividade pode ser tão
profundo neste e no próximo ano. Entre 2014 e 2016, a formação bruta de capital
fixo - a medida de tudo o que é investido em máquinas e equipamentos,
construção civil e inovação - cairá mais de 30%, segundo especialistas ouvidos
pelo Valor. Com isso, a taxa de investimento pode cair abaixo de 17% do Produto
Interno Bruto (PIB) em 2016. Se isso se confirmar, será a menor taxa de
investimento registrada desde 2003.
Há, no entanto, quem avalie que o quadro pode ser um pouco pior. O Credit
Suisse, por exemplo, espera quatro anos de quedas consecutivas dos
investimentos. Após contração de 4,4% em 2014 e expectativa de baixa de 14,6% e
de 12,6% em 2015 e 2016, respectivamente, a equipe liderada por Nilson Teixeira
espera contração adicional de 2,7% em 2017. A trajetória, diz o banco, deve
fazer com que a taxa de investimento saia dos 20,9% do PIB em 2014 e volte para
15,2% em 2017, a menor em muitos anos.
Entre os mais pessimistas do mercado, o economista-chefe do Banco Fator,
José Francisco de Lima Gonçalves, espera queda dos investimentos de 17% neste
ano, seguida por outro tombo, de 14,7%, no ano que vem. "Não acho
exagero", diz Gonçalves. Para ele, a persistência de um quadro que une
atividade fraca, efeitos da Operação Lava-Jato e a mudança de postura do BNDES
e da Caixa na concessão de crédito justificam a projeção.
Na MCM Consultores, o cenário é de queda dos investimentos de 15% neste
ano e de 13,1% no ano que vem, ancorada nos níveis de confiança dos
empresários, que devem continuar sem reação significativa. "Além da
confiança em patamar ainda baixo, temos condições de crédito mais apertadas e o
processo de ajuste de estoque, que não foi feito em 2015, vai ter que acontecer
em 2016", diz Leandro Padulla, economista da MCM. Confirmadas as
projeções, diz Padulla, o investimento deve se aproximar do nível registrado no
fim de 2007.
A Tendências Consultoria prevê queda para os investimentos de 14,7% neste
ano e de 9% no ano que vem. Caso os números se confirmem, diz a sócia da
Tendências, Alessandra Ribeiro, a taxa de investimento chegaria a 16,8% em 2016
- um retorno para 2003, justamente o início do ciclo mais robusto de
crescimento. Segundo Alessandra, o quadro será marcado por uma queda de 25% do
consumo aparente em 2015 (medida que soma a produção nacional e as importações
desses itens, descontadas as exportações), seguida de uma baixa de 13,7% no ano
que vem.
Construção civil continuará em queda
Já o setor de construção civil deve registrar contração de 12,4% neste ano
e outra queda em 2016. Segundo Alessandra, as projeções para
lançamentos residenciais dão uma boa ideia da "dramaticidade" pela
qual passa o setor. O monitor de construção civil da Tendências prevê queda de
34,3% em lançamentos de imóveis residenciais neste ano. Para 2016, a previsão é
de queda de 9%. "Por trás disso estão os velhos fundamentos: desemprego
com tendência de alta batendo em renda", diz Alessandra.
Para o UBS, o aumento da capacidade instalada, taxas de juros mais altos,
lucros corporativos em baixa e incerteza sobre a política fiscal vão manter o
investimento deprimido. Guilherme Loureiro, economista-chefe do banco, projeta
que a formação de capital fixo deve cair 13,8% neste ano e voltar a ter
desempenho muito negativo em 2016, com retração de 12,2%. Para ele, a falta de
uma âncora fiscal deve manter os prêmios de risco do país elevados, com efeitos
negativos tanto sobre o consumo quanto sobre os investimentos.
Fundo do poço
Para Padulla, da MCM, o fundo do poço fica para o ano que vem, quando a
taxa de investimento encostará nos 16,6%. O economista, no entanto, volta a
projetar alta dos investimentos de 7,3% em 2017, o que deve fazer com que a
taxa volte aos 17,7%. Menos otimista, Alessandra, da Tendências, ainda não vê
gatilho para mudanças na situação dos investimentos. "Não acreditamos em
reforma ou alavancagem das concessões. O único gatilho seria algo meio exógeno,
como um melhor arranjo político que melhoraria a confiança e gerar uma queda
menor."
(Valor Online - Brasil - 29/12/2015)
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Como ira melhorar sem nenhuma reforma,tributaria,trabalhista,fiscal etc.Igual fizeram todos os emergentes?
ResponderExcluirAqui nao compensa mais investir em nada.Ate as siderurgicas estao fechando as portas/demitindo e indo para outros paises.Literalmente o "RUMO A ROÇA DE NOVO" sera inevitavel,pois brasil e um pais agricola e nao industrial. mas tem o lado bom...ACABA com os SINDICATOS CHUPINS DO PT.
Realmente o exodo urbano para outras pastagens sera a tonica da economia.Saturou demais em tudo.
ResponderExcluirFeliz ano ano a todos,e no desejo todos consigam a casa propria sem dividas,...e que dasabem os preços surreiais praticados aqui na BANANIA.
ResponderExcluirCalma, muita calma o ano nem começou direito e já estão com saudades de 2015!
ResponderExcluirOs preços dos imóveis estão baixando em Itaboraí RJ E Mariana MG ..
ResponderExcluirDe 2010 até hoje os imóveis praticamente quadruplicaram de preço. Foram anos de farra e especulação sem limites. Oque não faltou foi esperto querendo se dar bem na moleza. Agora morram abraçados aos seus imóveis. Só um tolo poderia acreditar que essa subida alucinante de preços especulativos ia ser sustentável.
ResponderExcluirAgora ficam com esse papo furado de crise para justificar a não continuação de ganhos estratosféricos da especulação.
Fodam-se. Que os preços dos imóveis caiam à quinta parte.
Especuladores de merda
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