"Além disso, as companhias podem enfrentar impairments de ativos (depreciação) porque os preços dos imóveis estão caindo, enquanto o cancelamento de vendas está subindo", destaca a agência
O mercado imobiliário brasileiro permanecerá fraco à medida que a recessão
afeta a confiança do consumidor e que os bancos se tornam bem mais seletivos na
concessão de crédito, segundo a agência de classificação de risco Moody's.
Em relatório sobre o setor imobiliário brasileiro, a Moody's projeta queda
de cerca de 10% nas receitas das construtoras 2016, mas margens brutas
estáveis, uma vez que os estoques de unidades concluídas e não vendidas
continua crescendo. "Além disso, as companhias podem enfrentar impairments
de ativos (depreciação) porque os preços dos imóveis estão
caindo, enquanto o cancelamento de vendas está subindo", destaca a
agência.
Em meio à recessão e ao aumento do desemprego, a Moody's diz esperar
aumento nos atrasos e nos calotes em financiamentos imobiliários nos próximos
anos, apesar de as taxas de inadimplência terem se mantido estáveis em cerca de
2% nos últimos 5 anos.
A agência destaca ainda que os bancos terão de buscar novas fontes de
captação para apoiar a concessão de empréstimos, uma vez que os depósitos em
poupança estão caindo. Em fevereiro, as retiradas superaram os depósitos em R$
6,63 bilhões, no que foi a maior saída líquida de valores para meses de
fevereiro desde o início da série histórica, em 1995.
Na avaliação da Moody's, a Caixa é quem enfrenta a maior necessidade de
considerar outras fontes de captação, uma vez que o valor de sua carteira de
crédito imobiliário já excedeu o dos depósitos em poupança.
“Como os fracos fundamentos do mercado imobiliário persistem, há uma maior
probabilidade de que as construtoras tenham que reestruturar suas dívidas ao
longo dos próximos 18 meses”, afirma Cristiane Spercel, uma vice-presidente e
analista sênior da Moody´s.
Crédito imobiliário em queda
O volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis no Brasil
caiu 33% no ano passado, na comparação com 2014, segundo a Associação
Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Para 2016,
a projeção é de mais uma queda, da ordem de 20%.
Na tentativa de atenuar o forte desaquecimento do seto, o governo anunciou
em fevereiro que o Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)
decidiu ampliar o orçamento destinado a investimentos em R$ 21,7 bilhões neste
ano.
(Portal G1 - Economia - Notícia - 27/04/2016)
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É a típica readequação do contexto. Caiu 33% em relação ao ano passado que já foi péssimo.
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