Relatório recente do JPMorgan calcula que, entre as nove maiores empresas listadas na Bolsa, os estoques somam 24 meses, totalizando R$ 23,4 bilhões. [...] Segundo fontes do setor, no Rio de Janeiro, haveria ao menos quatro construtoras de médio porte que já estudam entrar com pedido de recuperação judicial. [...] Um especialista do setor que pede para não ser identificado diz que a falta de liquidez das companhias é geral diante da queda nas vendas e da explosão dos distratos
O pedido de recuperação judicial da PDG, que já foi a maior incorporadora
do país listada na Bolsa de Valores de São Paulo, deve ter consequências para o
setor de construção, um dos mais afetados pela recessão. A crise da PDG — com
mais de 23 mil credores, dívidas totais de R$ 7,8 bilhões, dos quais R$ 6,2
bilhões foram incluídos no pedido à Justiça de proteção contra credores — deve
tornar o crédito mais caro para as empresas, além de aumentar a cautela dos
consumidores em relação à compra de imóveis na planta.
— O crédito deve ficar mais caro, principalmente para empresas de porte
intermediário. Os bancos vão começar a olhar com um pouco mais de cuidado o
segmento na hora de emprestar, porque o risco de crédito do segmento aumenta
com esse movimento — explicou Marcelo Motta, analista do JPMorgan. — Tem ainda
um impacto, que é menos óbvio, junto aos consumidores. Quem vai comprar imóvel
na planta pode ficar com o pé atrás por causa da repercussão de notícias como
essas.
Os grandes bancos lideram a lista de principais credores da PDG, já que
são eles os principais financiadores dos empreendimentos imobiliários no país.
Ao menos R$ 2,2 bilhões em dívidas foram originadas em operações de empréstimo
com Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e GDC
Partners. A parcela referente às instituições financeiras pode ser ainda maior,
já que o valor se refere apenas aos créditos classificados com e sem garantia.
Há muitas operações ainda que estão em nome de 56 sociedades de propósito específico
(SPEs) incluídas no documento apresentado à Justiça.
As SPEs que entraram na recuperação judicial são sociedades criadas para
cada empreendimento de responsabilidade da PDG. Isso é feito para maior
controle das obras, mas serve também como uma espécie de proteção ao comprador,
já que os créditos e débitos de um determinado empreendimento não se misturam
com outros no chamado patrimônio de afetação. Estas sociedades entram no pedido
de recuperação porque seus terrenos ou unidades que não foram vendidas servem
como garantia aos bancos credores. Há uma lista de SPEs que não entraram na
recuperação porque têm sócios que não autorizaram o processo, estão inativas ou
têm condições financeiras e posição jurídica que não justifica ingressar no
processo.
Desde o ano passado, o governo tenta incentivar o setor da construção. Uma
das medidas mais significativas foi o aumento do limite do valor do imóvel que
pode ser financiado com FGTS para R$ 1,5 milhão. O esforço não é a toa.
Relatório recente do JPMorgan calcula que, entre as nove maiores empresas
listadas na Bolsa, os estoques somam 24 meses, totalizando R$ 23,4 bilhões. Os
problemas se concentram nos ramos de média e alta renda. Para o fim deste ano,
estima-se que o prazo cairá para 19 meses, valendo R$ 22,4 bilhões. Apesar da
queda dos juros, a expectativa é que os preços dos imóveis continuem a cair
pelo terceiro ano seguido. Nos últimos dois anos, a queda real foi de 14%. Para
este ano, o recuo deve ficar entre 2% e 3%, calcula o banco.
Efeito Encol: Outras quatro estudam recorrer à recuperação judicial
Segundo fontes do setor, no Rio de Janeiro, haveria ao menos quatro
construtoras de médio porte que já estudam entrar com pedido de recuperação
judicial. No ano passado, foram registrados 1.863 pedidos de recuperação
judicial, dos quais 259 foram feitos por grandes empresas. Uma delas foi a
incorporadora Viver, com dívida em torno de R$ 1,2 bilhão.
— Um dos grandes benefícios da recuperação judicial é que você ganha a
suspensão de ações contra a empresa. Até a aprovação do plano, que ainda vai
levar uns 30 dias úteis, nada pode ser feito. Agora a empresa tem uma chance
real de se recuperar e voltar a fazer lançamentos — explicou Rafael Carlos,
executivo da consultoria Alvarez & Marsal que está tocando a Viver durante
o processo de recuperação.
Um especialista do setor que pede para não ser identificado diz que a
falta de liquidez das companhias é geral diante da queda nas vendas e da
explosão dos distratos.
— Se o plano da PDG for inteligente, vai estimular outras construtoras a
pedirem proteção à Justiça para blindarem suas operações e seguirem em
atividade — avalia.
'Tempestade perfeita'
Na avaliação de Motta, do JPMorgan, as empresas de construção e
incorporação passaram por uma “tempestade perfeita” nos últimos anos, prejudicadas
pelo rápido aumento dos juros a partir de 2013 e pela desaceleração da
economia, que levou à alta do desemprego e, consequentemente, à explosão dos
distratos (desistência do imóvel). O movimento atingiu o setor como um todo,
mas características próprias da gestão da PDG tornaram mais aguda sua crise em
comparação com a das rivais.
Apenas no terceiro trimestre de 2016, o percentual de distratos sobre o
total de imóveis vendidos da PDG foi de 101%, já que as rescisões podem ser
referentes a vendas feitas anteriormente àqueles três meses. Nesse mesmo
período, a taxa de distratos no mercado foi de 44,8%. Diante do pedido de
recuperação, as ações da PDG voltaram a desabar ontem e fecharam em baixa de
30,56%, a R$ 2.
Dívida atual parece impagável
Para Motta, o único caminho para a PDG é a negociação de um desconto
expressivo da dívida:
— A dívida atual nos parece impagável. Então, em nossa visão, duas coisas
têm que acontecer: uma delas é que a dívida precisa sofrer uma redução da ordem
de 50% a 60% para que a PDG, com os estoques e projetos que têm para gerar
caixa, tenha condições de pagá-la. Hoje a PDG está sem dinheiro até para pagar
distratos. E, obviamente, obter a redução dos juros associados a essa dívida.
Para sair dessa situação, a empresa espera levantar recursos com a venda
de alguns bens, como terrenos. No entanto, eles também servem como garantia de
créditos tomados no passado.
Os clientes que compraram imóveis ainda não entregues pela PDG têm uma
chance de se livrar do processo de recuperação judicial da empresa, que
implicaria entrar na fila de seus credores. A empresa espera ganhar fôlego
durante os próximos 60 dias para conseguir dar continuidade a parte das 14
obras que estão paralisadas em seis estados (Amazonas, Bahia, Maranhão, Pará,
Rio de Janeiro e São Paulo).
“A PDG envidará todos os seus esforços para acabar as obras o quanto
antes. Assim, a princípio esses clientes não entrariam na categoria de
credores. Via de regra, a PDG priorizará os interesses de consumidores nessas
situações”, informou a empresa.
O plano que vem sendo costurado para manter a PDG de pé está sendo
construído para maximizar a recuperação de crédito dos credores por meio de
diferentes opções de negociação. Entre as opções estão o alongamento do fluxo
de pagamentos, a conversão da dívida da companhia em capital e a criação de
mecanismos que incentivem os credores a liberar dinheiro novo para a PDG,
explicou uma fonte próxima ao grupo.
— A PDG pode oferecer aos próprios clientes cotas de ativos ou dos
empreendimentos em garantia aos pagamentos. Com a retomada do mercado, podem
ser vendidos e usados para indenizar as pessoas. A partir do momento que a
empresa pede recuperação, todo cliente com valores ou imóvel a receber já é
credor — explica um especialista em recuperação de empresas.
A PDG suspendeu os pagamentos de multas e distratos devidos a
consumidores, afirmam fontes de mercado. A companhia poderia recorrer a seu
banco de terrenos, vendendo áreas para obter recursos ou realizando,
posteriormente, lançamentos que renderiam vendas a partir da retomada da
economia. Na petição enviada à Justiça, porém, a incorporadora explica que
esses terrenos estão “onerados em favor de alguns credores do Grupo PDG”.
— Não se sabe de qualquer negociação de ativos ou terrenos no mercado. A
questão é que, além do momento econômico ruim, os terrenos e projetos da PDG
não são atrativos para as empresas do segmento — diz um empresário que atua no
mercado imobiliário.
Nota do blog: Em função do feriado de Carnaval, retornaremos com as publicações na próxima Quarta-Feira de Cinzas (1)
Nota do blog: Em função do feriado de Carnaval, retornaremos com as publicações na próxima Quarta-Feira de Cinzas (1)
(O Globo - Economia - 24/02/2017)
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Enquanto isso na Banania... Povo celebrando e pululando ao som dos batuques e instrumentos de pele executados por exímios músicos e instrumentos de uma corda: Berimbau...
ResponderExcluirCelebrando sua própria desgraça...
Corvos entrando em desespero...
Tsunami cada vez mais perto...
Destruição total para recomeçar do zero...
Perfeição
Renato Russo
Vamos celebrar a estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos
Covardes, estupradores e ladrões
Vamos celebrar a estupidez do povo
Nossa políica e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado, que não é nação
Celebrar a juventude sem escola
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião
Vamos celebrar eros e thanatos
Persephone e hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade
Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta de hospitais
Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras e seqüestros
Nosso castelo de cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda hipocrisia e toda afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias:
É a festa da torcida campeã
Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar o coração
Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado de absurdos gloriosos
Tudo o que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos o hino nacional
(a lágrima é verdadeira)
Vamos celebrar nossa saudade
E comemorar a nossa solidão
Vamos festejar a inveja
A intolerância e a incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente a vida inteira
E agora não tem mais direito a nada
Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta de bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isso - com festa, velório e caixão
Está tudo morto e enterrado agora
Já que também não podemos celebrar
A estupidez de quem cantou esta canção
Venha meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha, o amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça:
Venha, que o que vem é perfeição
Uma coisa e fato....imóvel deixou de ser investimento!!
ResponderExcluirAgora, pra moradia somente se for a vista ou financiamento o mínimo possível, pois até pra moradia ta difícil!
Negócio é pagar aluguel e poupar nem que for "1 real" por mês !
Pelos estudos e dados, este 2017 ganhará 1 milhão e 500 mil desempregados! Afff
So restou os pedaçaos da explosap da bolha....kkkkkkkkkk
ExcluirRossi
ResponderExcluirEst'a a caminho.
E outras massssssssss.......pra nao dizer todas
ExcluirNao desejo o pior...mas a quebradeira sera fatal, aqui no bananallllll.........nao havera nem galhos
ResponderExcluirpara o repouso/pousa dos corvos e corvas....kkkkkkkkkkkkkkk
Rossi está a caminho dá roça...kkkk
ResponderExcluirA PDG faliu, quebrou e deixou milhares de vítimas eternamente destruídas, mas o site da PDG continua ativo e os corvos vendendo destruição.
ResponderExcluirEu passei um email para a Construtora e uma Corva me respondeu com as propostas abaixo, note-se que a cara da Corva não fica vermelha em anunciar o assalto em 48 Metros quadrados (a partir) de R$220.720,00 eu disse a partir de...
E tenho certeza que desses 48 metros quadrados 12 metros é da garagem.
ONDE ESTÁ O MINISTÉRIO PÚBLICO PARA DEFENDER O CIDADÃO DE BEM?
Sou a xxxxxx da Incorporadora PDG e recebi seu contato a respeito do condomínio Adresse em Guarulhos.
Cláudio, você já conhece o condomínio e a região?
Neste empreendimento tenho apartamento de 48m² e 49m² - 2 dormitórios - terraço na sala - 1 vaga de garagem.
Valor para apartamento de 48m² - 2 º andar - valor mínimo Fevereiro/17 - R$ 220.720,00.
Gostaria de marcar uma visita?
Aguardo seu retorno.
Atenciosamente
Corva - PDG
kkkkkkkkkkkkk Esses corvos não conhecem o sentimento de sentir vergonha na cara mesmo.
ResponderExcluir48 metros valor mínimo R$220.000,00;
49 metros deve ser uns R$350.000 kkkkkkkkkkkkkk
Meu Deus, quanta maldade...
Ainda vindo de uma empresa falida...
Vão vender ilusões.
Com todo respeito, já vi sala de estar com quase isso de metragem. É um absurdo um preço desses! Era pra ser no máximo 100 mil, no máximo mesmo. A solução, porém, é simples: não compre, deixe arder! Achei até legal sua iniciativa de dar falsas esperanças aos corvos. É tipo uma alienação reversa kkkk
ExcluirA reportagem falou das causas da crise: juros altos + distratos + desemprego economia. Verdade já sabida.
ResponderExcluirMas o fatores anteriores a esses que as reportagens não falam até porque são frutos de entrevistas de construtoras são ganância (vendendo acima do valor real), pseudo investidores (fomentaram a ganância das construtoras comprando na planta e revendendo mais caro), financiamento de 35 anos (contribuindo para endividamento das famílias) etc.
Se não houvesse esses três itens, independente da crise no Brasil, não haveria crise imobiliária.
Nao tem mais bolha nao....Pois ja explodiu...kkkkkk
ExcluirEngraçado que a construtora quer um abatimento de 60% na sua dívida. Agora vai lá e pede pra construtora dar um desconto de 60% se vc estiver devendo pra ela. Kk
ResponderExcluircomprar imóvel na planta é igual entrar no "TITANIC"
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