A dificuldade em alugar não é exclusividade de imóveis residenciais. Espaços comerciais também encalham à espera de locatários. Nos últimos cinco anos, o número de salas e conjuntos disponíveis teve variação de 172,79%, passando de 1.235 unidades em 2012 para 3.369 unidades em 2017. Espaços para instalação de lojas avançaram 121,73%
Símbolo da pujança econômica que o Brasil viveu anos trás, com prédios
sendo construídos em toda parte e aluguéis tão altos quanto os próprios
imóveis, o mercado imobiliário ainda luta para vencer a paralisia gerada pela
crise. Empresários e especialistas que acompanham o setor apontam 2017 como
possível ano da retomada.
Mas o crescimento, mesmo que tímido, não depende apenas da vontade de
vendedores e compradores: a taxa de juro para financiamento e, principalmente,
o desemprego precisam cair para o setor reagir.
No início do ano, o número de imóveis residenciais para alugar em Porto
Alegre atingiu recorde histórico. Em janeiro, eram 7.145 unidades à disposição
de futuros inquilinos. No mês seguinte, houve um pequeno recuo desse estoque
(7.093), mas nem de perto o suficiente para atenuar a incrível disparada que a
oferta imobiliária para aluguel teve em cinco anos. Quando a comparação é feita
com fevereiro de 2012, o salto observado é de 183%.
A "superoferta" é resultado de dois movimentos simultâneos. De
um lado, a queda expressiva na procura por locação. Conforme a recessão
avançava pelos setores da economia, muitas pessoas procuraram alternativas para
conseguir enxugar gastos. Jovens que perderam o trabalho, por exemplo, voltaram
a morar na casa dos pais ou optaram por dividir o teto e as contas com amigos.
De outro lado, houve o avanço natural de empreendimentos imobiliários.
Quem pôde, aproveitou o aquecimento econômico nos anos passados e transformou a
poupança em investimento em imóveis que estavam sendo construídos. São unidades
novas que recentemente ficaram disponíveis para o mercado de locação. As
construtoras e incorporadoras também enfrentam dificuldades semelhantes.
Salas comerciais também sobram
— Outros segmentos, como a indústria, já começaram a reagir. Quando o
dinheiro volta a circular, as coisas deslancham. Não esperamos que voltemos ao
cenário que tínhamos em 2010, 2011 (de grande aquecimento), mas é o início de
uma recuperação — pondera Leandro Hilbk, vice-presidente de locações do
Sindicato das empresas de compra, venda, locação e administração de imóveis
(Secovi-RS).
Na última semana, a divulgação de indicadores econômicos confirmaram que a
reanimação do mercado imobiliário deve ser lenta. Após 10 trimestres em queda,
a indústria de transformação voltou a reagir. Dados do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea) apontam que a produção tornou a crescer em 2017, com
avanço de 0,3% em fevereiro com relação a janeiro, mas o desemprego atingiu a
marca nada animadora de 13,5 milhões de pessoas. Ou seja, ainda vai demorar um
pouco para que a capacidade de gasto dos consumidores se recupere.
— Os setores são todos encadeados. Em geral, o que se percebe é que a
construção e o mercado imobiliário reagem com uma defasagem de seis a oito
meses da indústria. Quando aparecem os primeiros sinais de melhora e as
expectativas no curto prazo ficam mais otimistas, as pessoas começam a procurar
ofertas, cotar imóveis. As vendas não avançam rápido, mas o ânimo muda. É o
sinal que construtoras e investidores precisam — explica Pedro de Seixas
Corrêa, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e coordenador da
pós-graduação em Viabilidade de Empreendimentos e Incorporações Imobiliárias.
A dificuldade em alugar não é exclusividade de imóveis residenciais.
Espaços comerciais também encalham à espera de locatários. Nos últimos cinco
anos, o número de salas e conjuntos disponíveis teve variação de 172,79%,
passando de 1.235 unidades em 2012 para 3.369 unidades em 2017. Espaços para
instalação de lojas avançaram 121,73%.
O Centro Histórico é o bairro onde o fenômeno da grande oferta de imóveis
para locação é verificado de forma mais evidente. São 631 imóveis residenciais,
841 comerciais e 59 de outro tipo (como box de garagem) disponíveis. A região
concentra 11% de todos os locais vagos para serem alugados em Porto Alegre.
(Portal ClicRBS - Zero Hora - Notícias - Economia - 02/04/2017)
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Abaixem os valores pretendidos pela metade. Recuperação da economia, empregos, salários, etc, é pura ilusão nos próximos anos
ResponderExcluirAinda vai piorar
ResponderExcluirPelos próximos 10 anos o negócio é aluguel barato na base da pexinxa...
ResponderExcluirQuer quer...não quer tchau, outro aceita
Tá tudo travado...
O que sobrar no bolso bora ganhar juros do governo..kkkk
Quem imobilizou seus recursos financeiros em imóveis como investimento acreditando em corretores que diziam que imóveis valorizavam 30% ao ano está ferrado, pois estão imobilizados.
ResponderExcluirEmpresas fechando ou demitindo Só um desiformado para acreditar que no curto prazo irá melhorar
ResponderExcluirImóveis comerciais e industriais residenciais estão em situação pior, principalmente aqueles que estão localizados em contato condomínios
ResponderExcluirFrases incríveis:
ResponderExcluir1- "Quem pôde, aproveitou o(o crédito farto) aquecimento econômico nos anos passados e transformou a poupança em investimento(sem liquidez), em imóveis que estavam sendo construídos."=Imovel não e investimento mais em nenhum lugar do mundo. E um grande "micão" na mão.
2-"As vendas não avançam rápido, mas o ânimo muda."= Investir no ânimo kkkk...