Se a pessoa pagou R$ 500 mil, só poderá receber até R$ 25 mil? Como a outra opção é trocar a dívida por debêntures ou ações da empresa, o cliente fica praticamente obrigado a aceitar os R$ 25 mil, mas sem garantia de que irá receber. Pior: essa dívida seria paga em 12 meses sem juros ou correção, isso é ilegal
O Monumental Oscar Niemeyer — projeto comercial que leva a assinatura do
arquiteto com 798 unidades entre lojas, escritórios e quartos de hotel — vai
voltar para a gaveta. Lançado em 2014 e com a previsão de abrir as portas em
maio deste ano em Niterói, o projeto teve 10% da obra realizados e está entre
os que serão cancelados pelo Grupo PDG, em recuperação judicial. Os mais de 200
clientes que investiram no empreendimento já estão na lista de credores da
companhia por distrato. A situação é a mesma dos compradores de unidades do
Meridiano, projeto de alta renda no Arpoador. Dos 16 empreendimentos em
andamento da PDG, 14 têm as obras paradas: mais de cinco mil unidades
residenciais e comerciais, sendo 2.900 vendidas.
São clientes que correm o risco de engordar a lista de credores. Concluir
essas obras — ou passá-las a uma empresa que possa fazer isso — é um dos
principais caminhos para garantir o pagamento de seus compromissos financeiros.
A dívida incluída na recuperação é de R$ 6,92 bilhões, fora R$ 1,55 bilhão que
deve ser negociado fora do processo.
— O Meridiano e o Niemeyer estão previstos no plano de recuperação
judicial para serem cancelados. Não está definido ainda. Quem já investiu
(nesses projetos) vai para a lista de credores, recebendo de volta o quanto já
pagou — explica Vladimir Ranevsky, diretor-presidente da PDG. — A recuperação
da PDG é a mais complexa já feita no setor imobiliário, envolve centenas de
SPEs (Sociedades de Propósito Específico). É um setor sensível, lidamos com o
sonho da casa própria das pessoas. Todos os ativos da empresa foram dados em
garantia aos credores, os existentes e os futuros, no plano. Estamos honrando
os compromissos que a empresa tem e respeitando o marco regulatório do setor.
O caminho não será fácil. O primeiro passo será obter o aval para o plano
em assembleia de credores. Mas alguns entraves já são percebidos. A proposta de
pagamento aos credores sem garantias (classe III), onde se encaixam os clientes
da PDG, é uma delas. Quem distratou imóvel, por exemplo, já consta dessa lista.
Só em 2016, foram 3.044 distratos, num total de R$ 1,1 bilhão. Neste ano, até
março, foram 643 (R$ 141 milhões). Na classe III, o credor pode receber 12
meses após a homologação do plano, até R$ 25 mil, ou converter o crédito em
debêntures ou ações da PDG. Ranevsky não soube responder quantos desses
distratos foram ressarcidos e quantos entraram na recuperação.
— A companhia afirma que vai pagar aos condôminos com recursos dos
projetos em andamento, mas como fará isso se os projetos são deficitários e
estão parados? O plano não mostra claramente a proposta. Há pessoas que já
estão no quadro de credores por distrato, mas não houve distrato. A PDG tem 23
mil credores, onde vão entrar os condôminos? — questiona José Roberto de
Oliveira, da Associação de Defesa dos Condôminos da PDG no Rio, que tem perto
de 400 membros.
Dívida sem correção é questionada
Ele questiona a proposta de pagar até R$ 25 mil aos clientes que
distrataram imóveis.
— Se a pessoa pagou R$ 500 mil, só poderá receber até R$ 25 mil? Como a
outra opção é trocar a dívida por debêntures ou ações da empresa, o cliente
fica praticamente obrigado a aceitar os R$ 25 mil, mas sem garantia de que irá
receber. Pior: essa dívida seria paga em 12 meses sem juros ou correção, isso é
ilegal — continua ele.
Para Luís Alberto Paiva, da Corporate Consulting, economista especializado
em reestruturação de empresas, embates como esses podem retardar a aprovação do
plano da PDG:
— Não oferecer correção num pagamento a ser feito em 12 meses, em geral,
traz questionamentos, sobretudo em um caso mais complexo, com enorme volume de
credores. Os protestos podem suspender a assembleia e adiar a aprovação do
plano. O ideal é usar um índice como a TR, que garante remuneração próxima à da
poupança. Sem a correção, porém, a PDG deixa de perder de 25% a 30% do valor
devido.
Os credores que têm ações em andamento contra a companhia deverão
solicitar o ressarcimento num prazo de 15 dias após a homologação do plano de
recuperação, mas antes têm que pedir a extinção do processo na Justiça.
— É um caminho que pode levar a abrir mão do restante da dívida, caso a
companhia não consiga pagar todas as parcelas do crédito devido ao credor. E a
troca por debêntures, para o cliente, é ruim por transformar a dívida em título
de uma companhia com futuro incerto — explica Paiva.
(O Globo - Economia - 16/06/2017)
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Que tragédia humana! Sinto muito pelos milhares de lesados por essa companhia bandida. Sonhos e economias destruídos...
ResponderExcluirA negociação de imóveis na planta tem de ser melhor regulamentada (ou proibida).
Pessoal não aprende, já teve o caso Encol, Bancoop... Daqui 10 anos, vai acontecer de novo.
ExcluirQueria saber para onde foi o dinheiro dessa empresa, pois tem uma margem de lucro gigantesca e estão no buraco...mais uma lição aos gananciosos... NÃO COMPREM IMÓVEIS NA PLANTA...as empresas pegam nosso dinheiro junto aos bancos para construir e nos cobram muito em cima de imóveis de péssima qualidade... querem comprar? Sem problemas, mas aguardem terminar a obra...se a empresa tem dezenas de imóveis construídos com dinheiro dos bancos e vendidos e ainda passa por dificuldades é por que tem uma gestão incompetente ao extremo.
ResponderExcluirO dinheiro?
ExcluirNa Itália.
Toda multinacional faz isso...
Sugam e ao sinal de prejuízo largam tudo é vão embora.
Agora, quem comprou vai amargar prejuízo e messssssssmo se ao final de décadas conseguir receber pode agradecer muito.
lavagem de dinheiro e pede sequestro de imóveis de filhas de Palocci
ResponderExcluirProcuradores apontam que Palocci fez doações que somam quase R$ 3 milhões para uma filha, e quase R$ 1,5 milhão para a outra. Com esses valores, elas teriam adquirido os imóveis.
Olha aí a minha tese se concretizando.........
O cara lavando dinheiro sujo em imóveis..........
Ele compra e nem olha o preço.........
Por isso que os corvos eram arrogantes.........
Imóveis de 40 metros quadrados eram vendidos por 1.000.000.000.000 de reais........
Viva o brasil
Salve se quem puder.
Fiquem tranquilos, pois LULA voltará em 2018 para terminar de afundar o país, o povo quer... então terá oque merece.
ResponderExcluirAcho que essa PDG ja era....FALENCIA NA CERTA ou reflexo ENCOL.
ResponderExcluirBem feito. Aprendam a não brincar com a roleta russa de imóveis na planta.
ResponderExcluirPegam o dinheiro vendendo na planta para o trabalhador de baixa formação educacional e cultural e depois pedem recuperação.
ResponderExcluirJá era esperado.
Anta não compra na planta!
ResponderExcluirAs leis no Brasil não dão segurança a ninguém. Inventam a tal modalidade de venda na planta, constroem com o dinheiro de quem comprou, cobram juros, às vezes entregam o ap outras vezes não é fica tudo por isso mesmo.
ResponderExcluirÓtima noticia , quero que todos otário fiquem falidos , foi eles que compravam imóveis a qualquer preço
ResponderExcluirO maior risco no mercado financeiro é a aposta no que não existe!
ResponderExcluirInfelizmente esses desavisados nunca irão reaver seu dinheiro.
No caso em questão é no mercado imobiliário.
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