Esse esforço dos bancos em despejar os clientes rapidamente gera efeito positivo nos indicadores de inadimplência. Isso acontece porque, com a retomada do imóvel, a operação deixa de ser considerada “crédito inadimplente” e passa a ser um “ativo” do banco. A posse desses imóveis, portanto, acaba amenizando os indicadores de calote
Com a alta inadimplência nos financiamentos imobiliários provocada pela
crise econômica, o número de imóveis retomados pelos bancos disparou nos
últimos anos. Desde o início de 2014, as cinco maiores instituições financeiras
do País retomaram R$ 11,5 bilhões em imóveis por falta de pagamento. O setor
estima que essa cifra corresponde a cerca de 70 mil casas e apartamentos.
A inadimplência cresceu à medida que a crise elevou o desemprego e reduziu
a capacidade financeira das famílias. Atualmente, os cinco maiores bancos têm o
volume recorde de R$ 13,7 bilhões em imóveis à espera de um interessado –
incluindo as unidades que já estavam no estoque –, cifra que cresceu 745% em
quatro anos e meio.
Números nos balanços do Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica
Federal, Itaú Unibanco e Santander revelam que, juntas, as instituições tiveram
aumento médio de quase R$ 2 bilhões no volume de imóveis retomados a cada ano
entre 2014 e o ano passado. O ritmo continua forte em 2018 e, em apenas seis
meses, bancos tomaram mais R$ 1,48 bilhão em casas e apartamentos de
inadimplentes.
A líder no setor imobiliário, a Caixa, encabeça esse movimento, com cerca
de 70% desse total de unidades retomadas. Em junho, eram cerca de 47 mil imóveis
de clientes que, somados, valiam R$ 9,1 bilhões. Em 2016, o estoque era menos
da metade: 23 mil unidades.
O mesmo fenômeno acontece nos concorrentes, ainda que com ritmo um pouco
menos intenso. Desde o início de 2014, Bradesco, Santander e Itaú somaram,
cada, cerca de R$ 1 bilhão a essa carteira. O BB teve aumento menos expressivo,
com R$ 116 milhões no período.
“São números que chamam atenção. Se continuarmos observando esse movimento
por mais um ou dois anos, poderemos ter um problema razoável”, avalia o
professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo, Rafael
Schiozer. O professor nota que o principal risco para os bancos é a queda do
preço dos imóveis, o que reduz a possibilidade de a instituição reaver o
dinheiro emprestado.
Retomada rápida dos imóveis para maquiar os indicadores de calote
O presidente da Associação dos Mutuários de São Paulo, Marco Aurélio Luz,
explica que bancos normalmente retomam o imóvel em processos que duram de seis
meses a um ano, mas há casos mais rápidos. Imóveis financiados pelo Sistema
Financeiro Imobiliário (SFI) – acima de R$ 950 mil em São Paulo, Rio, Minas e
Distrito Federal, e R$ 800 mil nos demais Estados – podem ir a leilão em 90
dias. A retomada de imóveis financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação
(SFH), que têm valores abaixo dos limites do SFI, costuma demorar alguns meses
a mais.
Esse esforço dos bancos em despejar os clientes rapidamente gera efeito
positivo nos indicadores de inadimplência. Isso acontece porque, com a retomada
do imóvel, a operação deixa de ser considerada “crédito inadimplente” e passa a
ser um “ativo” do banco. A posse desses imóveis, portanto, acaba amenizando os
indicadores de calote.
Segundo o Banco Central, o porcentual dos financiamentos imobiliários para
pessoas físicas com inadimplência superior a 90 dias tem oscilado em torno de
2% desde o início da década. Ou seja, atrasos no pagamento são cada vez mais
frequentes, mas o banco corre para liquidar a operação antes que isso seja
visível na inadimplência.
(Estadão - Economia - Notícias - Geral - 27/08/2018)
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Duvido que seja só 70 mil...O Kaos é certo.Matemática é exata.
ResponderExcluirconcordo.
ExcluirTambém desconfio dessa frase que o Banco corre pra liquidar a garantia.
A gente sabe primeiro da incompetencia e lerdeza duma estatal como a Caixa, depois dos interesses escusos pra isso aí acontecer devagar e não ferir interesses politicos
E melhor deixar de pagar o bulhudo pelo preço atual,já que ele vai a leilão com desconto de 90% do valor atual...kkkk só trouxa compra imóvel bolhudo de 900 mil que na verdade vale 120.
ResponderExcluirTenho uma estratégia melhor . Deixa ir à leilão e compra pela metade do preço kkkkkj simples assim uai.
ResponderExcluirEstratégia de mineiro
esse gráfico é interessante...
ResponderExcluirdesde que a bolha estourou em 2012, a Caixa economica vem absorvendo crédito podre, pedalando cada vez mais, se parasse de pedalar o mercado imob desabava, e mesmo que continuasse pedalando ela mesma se punha em risco de solvência, que ato continuo, por ser uma estatal garantida pelo governo federal, pelo tesouro nacional, ela levaria o governo inteiro pra bancarrota, o país quebrando, aí a fórmula é velha conhecida: juros mais alto do planeta, inflação e moeda podre desvalorizada no mercado internacional.
Somando os maiores bancos temos o volume da conta, cerca de 14 bilhões de reais em crédito podre somente no mercado imob, que comparando-se com o PIB nacional, representa apenas 1% do PIB. Dado o tamanho do país é uma conta que pode ser paga, lentamente, às custas de quem paga imposto, de quem possui real no bolso, às custas da saúde do país, novesfora, isso não impede o comprador do mico se ele pagou os valores da tabela oficial ele vai sofrer as dores do parto de ré dessa grande naba.
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Museu Nacional do RJ ardendo...
ResponderExcluir200 anos de história, bem deixando delado um pouco a história,
Isso é uma boa LEMBRANÇA:
Custa uma fortuna manter um imóvel por 200 anos, somente o Estado tem condições de arcar com um imóvel cuja rentabilidade é negativa, ou seja, se fosse alugar teria que pagar pra alguém ficar lá, se fosse vender, teria que pagar para o comprador, exceto este pudesse demolir e usar o terreno pra fazer um shopping ou algo assim.
iMÓVEl por mais bem construído que seja, e aquele foi feito com o melhor da época afinal abrigou a principal familai do país, a Real, não tem como escapar do efeito do tempo: depreciação dos materiais, projeto antiquado, manutenção da coisa toda, de limpeza a pequenos consertos, impostos e taxas, reformas e revitalizações, seguros, outras contas fixas: água, gás, luz, jardinagem. Tudo isto soma uma pequena fortuna, melhor demolir e fazer outro tudo de novo, o custo de demolir vc abate do valor do terreno, ou seja vale menos que um terreno igual só que nu.
É o chamado ciclo do produto: uma caneta dura semanas, talvez meses, acabou a tinta ninguem recarrega, melhor jogar fora; um carro bem cuidado dura de 10 a 20 anos, passado isso manda pro restauro se valer a pena, um imóvel no original dura uns 50 anos +/- 10 anos, os do centro de SP lá pelos 40 anos, 45, começam a correr risco de abandono e invasão.
É isto que o corvo esconde nos calculos de compra/venda/financiamento para convencer a pessoa a largar o aluguel pra comprar. Hoje, entre alugar e pagar o preço da tabela oficial, melhor alugar, sme duvida, caso contrário, vc vira mais um numero do que trata este artigo de hoje acima. Comprar, só se for a vista, na base de troca E com enorme desconto frente a tabela E um bairro que não tenha sofrido a sanha eufórica dos novos ricos + velhos especuladortes.
O responsável por tudo isso se chama SOCIALISMO ( estado inchado) e povo desinformado.
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