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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Os reflexos da Bolha Imobiliária - Parte I

Durante anos, o condomínio de apartamentos Mar de Canet, ao sul de Barcelona, ficou vazio. Ele era mais uma vítima da quebradeira imobiliária que deixou o país cheio de cidades fantasmas e empreendimentos semiacabados.

No entanto, nas últimas semanas, a piscina do Mar de Canet ficou cheia de crianças, e toalhas de praia coloridas tremulavam em quase todas as sacadas. As 308 unidades do condomínio foram vendidas, a maioria para espanhóis que finalmente conseguiam um negócio irresistível: belas residências de férias por menos da metade do preço normal.

Isso acontece porque os bancos, que estão sentados sobre uma pilha de ativos imobiliários, diminuiram o preço dos imóveis, ansiosos para sair desse tipo de investimento. Alguns especialistas temem que eles estejam simplesmente repetindo erros do passado ao oferecer novamente hipotecas de 100%.

O país tem mais de 1,2 milhão de casas novas à venda e está longe de colocar suas finanças em ordem. 

Muitos especialistas veem as pechinchas como o início do que provavelmente será um longo destrinchar dos excessos imobiliários da Espanha. Durante a fase dourada da construção, os bancos emprestaram liberalmente para empreiteiras e proprietários de residências e acabaram com bilhões em empréstimos ruins quando a crise econômica eclodiu em 2008.

Mesmo depois de diversas auditorias, muitos especialistas dizem que a verdadeira extensão dos empréstimos ruins ainda não está clara, e a recessão continua aumentando. O Banco da Espanha disse, em setembro, que 9,9% dos empréstimos bancários do país estavam em atraso, contra 9,4% no mês anterior.

Nos últimos meses, muitos bancos foram obrigados a cancelar prejuízos, abrindo caminho para vendas com desconto.

Perto de Madri, Seseña, uma das mais famosas cidades fantasmas do país, ficou virtualmente vazia desde a crise de 2008. Alguns meses atrás, o Santander, que possuía 500 unidades, começou a cortar os preços. Em janeiro, o banco anunciava as unidades restantes por um terço do preço original.

"Este é o ano em que a realidade se instala", disse Fernando Encinar, um dos donos da empresa imobiliária Idealista.com.

Nem todos consideram a onda de descontos algo bom. Alguns acreditam que os bancos rumam para novos problemas enquanto tentam vender propriedades rapidamente por baixo preço. Eles dizem que os bancos oferecem hipotecas fáceis para os clientes, sem levar em conta sua situação financeira.

As autoridades bancárias, porém, dizem que estão mais cuidadosas sobre seus mutuários. "Mesmo que nem todos paguem", diz Carlos Bode Vallespín, diretor da divisão imobiliária do Banco Sabadell, "muitos pagarão. Eles pagarão os impostos e manterão o ativo."

(Folha de S. Paulo - São Paulo/SP - THE NEW YORK TIMES - 29/10/2012 - Pág. 4) 

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7 comentários:

  1. "Não haverá “estouro”, como houve nos EUA. Haverá uma redução gradativa de preços, motivada por diversos fatores já elencados, até que o mesmo se ajuste a um patamar mais adequado. No entanto, a baixa do preço dos imóveis e o aumento da oferta dos mesmos pode ser utilizado, pelos governos, como ferramenta para reverter um pouco a realidade de segregação existente nas principais regiões metropolitanas do país (...)"

    retirado de A Bolha Imobiliária (Parte II)
    disponível em: http://leorossatto.wordpress.com/2012/03/27/a-bolha-imobiliaria-parte-ii/
    O mercado requer cada vez mais atenção. Agora definitivamente não é a hora de comprar um imóvel. As boas oportunidades devem começar a surgir em breve.

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  2. "Outra pergunta inevitável: se o Brasil está realmente numa bolha imobiliária adiantada e bem inflada e ela estourar, as consequências serão iguais àquelas dos EUA? A resposta é não. O que aconteceu nos EUA foi uma completa anormalidade, possibilitada pelo nível de intervenção do governo tanto no setor bancário - haviam políticas que obrigavam os bancos a conceder hipotecas a pessoas com histórico de crédito ruim, quanto no setor imobiliário (Fannie Mae e Freddie Mac), além da própria intervenção no setor monetário, por meio da taxa de juros manipulada pelo FED. Tudo isso fez com que a parcela da economia voltada para o setor imobiliário se agigantasse enormemente, fazendo com que grande parte da própria riqueza americana estivesse ligada ao setor.



    A situação chegou a tal ponto que, quando o sujeito perdia o emprego, ele simplesmente comprava um imóvel e ganhava a vida com sua valorização. Como isso funcionava? Ele ia ao banco, arrumava um empréstimo (fácil, mesmo sem emprego) e fazia o pagamento de entrada. Teoricamente, ele deveria pagar juros mensais por essa hipoteca, mas como o preço do imóvel se valorizava cada vez mais, o cidadão conseguia negociar junto ao banco novos empréstimos, tendo como caução a valorização do imóvel. Assim, ele atingia a mágica de ficar rico (na verdade, endividado) sem ter qualquer fonte de renda. Como ele achava que seu imóvel iria se valorizar perpetuamente, ele não precisava se preocupar em pagar sua dívida junto ao banco - isso até o dia em que o preço do seu imóvel começou a cair e ele percebeu que sua dívida era

    impagável.



    A menos que nossa economia chegue a esse ponto, girando majoritariamente em volta do setor imobiliário, não há motivos para imaginar que nossa bolha, quando estourar, trará consequências igualmente danosas. Enquanto o estouro da bolha imobiliária não vem, é possível ganhar bastante dinheiro nesse setor. Basta, para quem tem liquidez, jogar e ter o tempo correto da hora de sair."

    retirado de: Artigo: A bolha imobiliária no Brasil está formada (2010)
    disponível em:
    http://www.anoreg.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=16125:artigo-a-bolha-imobiliaria-no-brasil-esta-formada&catid=3:jurisprudencia&Itemid=22

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    Respostas
    1. Interesante esse comportamento da turma do mercado imobiliário: não se identificam, ou quando o fazem, usam pseudônimos.

      Em relação ao discurso, antes não havia bolha imobiliária, era pura fantasia de "pessoas invejosas" que não tinham condição de comprar seu imóvel. Agora, já admitem sua existência, mas não suas consequências, pois, para eles, no Brasil, isso não vai passar de uma "marolinha"...

      Volto a repetir mais uma vez: se estão se dando ao trabalho de acompanhar e ficar criticando as informações de blogs como esse, é porque a crise e o desespero já os atingiram em cheio mesmo...

      Valeu pela tentativa, corretor desesperado, construtor quebrado ou investidor endividado...ou seja lá o que mais...

      Fábio Martins

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    2. O velho ditado é sábio mesmo: A ignorância é uma benção....

      Se o o nobre colega, que se identifica com o pseudônimo Fábio Martins (deve haver milhares deles) observasse a fonte das informações (leia-se "disponível em...") teria oportunidade de atestar as credenciais do autor daquele artigo que postei parcialmente (Luciano Luiz Manarin D´Agostini** Doutor em Desenvolvimento Econômico pela Universidade Federal do Paraná. Pesquisador de métodos de previsões em política monetária e professor dos Programas de Pós-Graduação em Finanças do IBPEX/UNINTER/FACSUL. (Artigo publicado na revista Economia & Tecnologia - Ano 06, Vol. 23 - Outubro/Dezembro de 2010.))

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    3. Pois é, Vossa sapiência, Sr. Doutor Anônimo, o mesmo D'agostini afirmou em artigo publicado nesse mesmo blog, sobre a bolha imobiliária brasileira (http://observadordomercado.blogspot.com.br/2012/03/economista-ve-bolha-e-desvalorizacao-de.html) que "há risco de queda de preços dos imóveis nos próximos anos. Uma queda de 15% significa uma bolha fraca. Se chegarmos a 35%, teremos uma bolha moderada, afirma. A percepção de que os preços do imóveis atingiram valores infundados também pode ser explicada, segundo o economista, pelo descasamento dos preços do imóvel e do aluguel. Um apartamento hoje comprado por R$ 200 mil não consegue ser alugado perto de 0,7% de seu valor - algo em torno de R$ 1,4 mil -, o que mostra a distorção, diz."

      Valeu pela tentativa.

      Fábio Martins

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    4. Atenção Observador, tem fundamento as afirmações de bolha. Veja abaixo o resultado das imobiliárias no terceiro trimestre de 2012, indicando queda vertiginosa nas vendas. Se possivel publique no BLOG:

      http://www.guiainvest.com.br/resultado-trimestral/lpsb3.aspx

      Lopes Imoveis:

      Resultado do 3º Trimestre de 2012
      A empresa divulgou lucro líquido de R$ 16,7 M no 3° trimestre de 2012, uma variação de -56,6% em relação ao segundo trimestre de 2012 e decréscimo de 43,8% em relação ao 3° trimestre de 2011. A receita líquida totalizou R$ 20,3 M neste trimestre, uma variação de -4,7% em relação ao trimestre ligeiramente anterior e crescimento de 31,2% em relação ao 3T11.

      O resultado corresponde a uma margem bruta de 77,7% contra 77,7% no trimestre anterior e 69,5% no terceiro trimestre de 2011. Já a margem líquida ficou em 82,2% no 3° trimestre de 2012 contra 180,2% no 2T12.

      Os ativos totais registraram o saldo de R$ 909,9 M, crescimento de 14,0% em relação ao saldo no 3T11. O patrimônio líquido atingiu a soma de R$ 487,5 M no 3° trimestre de 2012, valor 24,1% superior ao saldo no mesmo período do ano anterior.

      Ao longo do trimestre, a ação oscilou 8,9% contra 8,9% do Ibovespa, enquanto que o valor de mercado atingiu R$ 2,1 B contra R$ 1,7 B no terceiro trimestre de 2011.

      Outra Imobiliária e seus resultados na Bolsa de Valores:

      http://www.guiainvest.com.br/resultado-trimestral/bbrk3.aspx

      Brasil Brokers Imobiliaria:

      Resultado do 3º Trimestre de 2012
      A companhia registrou lucro líquido de R$ 18,2 M no 3° trimestre de 2012, decréscimo de 13,1% em relação ao 2T12 e decréscimo de 45,6% em relação ao 4° trimestre de 2011. A receita líquida somou R$ 600,0 k no 3° trimestre de 2012, decréscimo de 3,2% em relação ao 2° trimestre de 2012 e redução de 10,0% em relação ao 4T11.

      O resultado corresponde a uma margem bruta de 100,0% contra 100,0% no trimestre anterior e 100,0% no quarto trimestre de 2011. Já a margem líquida ficou em 3.036,2% no 3° trimestre de 2012 contra 3.379,7% no trimestre ligeiramente anterior.

      Os ativos totais registraram o saldo de R$ 823,3 M, acréscimo de 2,6% em relação ao saldo no mesmo trimestre do ano anterior. O patrimônio líquido alcançou a soma de R$ 713,5 M no 3T12, valor 2,3% superior ao saldo no mesmo período do ano anterior.

      Ao longo do trimestre, a ação oscilou 9,3% contra 8,9% do Ibovespa, enquanto que o valor de mercado alcançou R$ 1,4 B contra R$ 1,1 B no quarto trimestre de 2011.

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    5. se esta bolha estourar, isto é certo, as consequencias serão: a perda de imóveis dos inadiplentes, gente no olho da rua, desemprego, o setor de cosntrução civil eleva as taxas de emprego de um país, lojas de móveis, eletro, cosntrução, ficariam falidas, pedreiros, marceneiros, arquitetos, decoradores, todos desempregados, cosntrutoras falidas, empresários derrotados com a cara no chão, a bolsa de valores em queda, quebra e desvalorização de acções, a valorização de ouro e prata batendo records inimaginaveis, pedras preciosas como: diamante e rubi super valorizados, as jóias de ouro, prata, paldio e iridio igualmente. protestos nas ruas, saques em dinheiro á rodo, medo, desolação, aumento de roubos e invasãoes de domicilios, exercito nas ruas, guerra no exterior pesada dando origem a 3ª guerra e outros.

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