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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Efeito Encol: Reclamações contra atrasos em obras crescem 30%


As reclamações contra construtoras a respeito de atrasos de obras em Belo Horizonte cresceram quase 30% de janeiro a setembro deste ano na comparação com o mesmo período de 2012. O número é da Associação dos Mutuários e Moradores de Minas Gerais (AMMMG).

De acordo com o diretor-presidente da AMMMG, Sílvio Saldanha, a média de atraso na entrega dos apartamentos é de 18 a 24 meses, e o crescente número de reclamações seria reflexo do boom imobiliário de 2010. “Está na hora de entregar, mas as construtoras venderam mais do a capacidade de construir” , diz.

De acordo com Saldanha, as construtoras usam como justificativa a falta de material de construção no mercado, dificuldades para encontrar mão de obra qualificada e burocracia para liberação de alvará de construção. “Dos argumentos que as empresas apresentam, poucos são plausíveis”, diz. Segundo ele, as mais reclamadas são Habitare, MRV e Tenda.

Surpresa
O servidor público Renato Vasconcelos estava convencido de que seria melhor comprar um apartamento na planta e, depois de quitar todas as parcelas relativas a entrada, taxas administrativas e seguro, recebeu a notícia de que a entrega iria atrasar.

Hoje, ele mora separado da esposa e da filha de 11 meses, porque cada um está na casa dos pais devido à inviabilidade de pagar prestações do imóvel comprado e mais aluguel. “O compromisso inicial da construtora Habitare era entregar o prédio em fevereiro de 2015. Depois, adiou para junho do mesmo ano, e agora a previsão é março de 2016. Só que no lote onde o prédio será construído, no bairro Palmeiras, só existe mato. E antes do meu existem 40 prédios para a construtora entregar”, diz Vasconcelos, que já entrou com uma ação na Justiça contra a empresa.

Moradores de um prédio no bairro Camargos, em Belo Horizonte, também acionaram a Justiça por meio de uma ação coletiva para reaver os gastos com o financiamento dos apartamentos, que demoraram dois anos e meio para serem entregues pela MRV.

Um deles, a analista financeira Alessandra Fortunato, conta que era para ter recebido o imóvel em 2010, e só em 2013 pegou as chaves. “Estamos processando a construtora para reaver 2% do valor do imóvel, corrigido mês a mês, a contar dos três primeiros meses de atraso”, diz.


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5 comentários:

  1. Gostaria de traçar um panorama jurídico do que vem adiante no setor de construção civil:
    Hoje, as construtoras que tem capital aberto apresentam dívidas estratosféricas, adquiridas, por incrível que pareça, quando o mercado imobiliário estava “vivendo seu melhor momento” e as empresas do ramo receberam bilhões em aportes de capital. Bem, se conseguiram se endividar absurdamente durante a fase de vacas gordas, o que vai acontecer na hora das vacas magras? Pagarão as dívidas? Entregarão o que venderam? Quase certo que não.
    Nesse cenário, a quebra generalizada no setor parece certa.
    O governo vai salvá-las, certo? É muito provável que tente, mas do ponto de vista jurídico/financeiro , não parece tarefa pouca. Explico:
    É fácil verificar, que a qualidade da maioria dos empreendimentos que foram entregues e dos que estão em construção, está muito aquém do que seria aceitável. Isso vai gerar muitas ações na justiça.
    Os atrasos, que já fazem parte da esmagadora maioria dos empreendimentos, também motivam muitas (e caras) ações no judiciário.
    As unidades que estão sendo devolvidas (distratos) geram discussões judiciais sobre os valores a serem restituídos.
    O batalhão de empregados na construção civil, a serviço destas empresas e pior ainda, de empresas por elas terceirizadas, ocasiona também, muitas ações trabalhistas.
    Os compradores que, num futuro próximo, verão apartamentos idênticos aos seus sendo vendidos por preços muito menores do que foi pago nos deles ( na verdade, financiado em 30 anos), também tendem a procurar o judiciário para tentar uma renegociação.
    Como todos sabem, ações judiciais custam muito, muito caro.
    O dinheiro dos imóveis, quando devidamente financiados pelos bancos, ao entrarem no caixa das construtoras, evapora, pois elas estão superendividadas. Assim, quando começar a onda de despachos judiciais bloqueando contas das construtoras vai acontecer o seguinte:
    Primeiro, não vão encontrar dinheiro para bloquear, pois além destas contas provavelmente estarem negativas, os devedores, hoje em dia, sabem escapar do BACEN/JUD (ferramenta que o judiciário usa para bloquear valores nas contas correntes de empresas com problemas judiciais).
    Segundo, os juízes não encontrando dinheiro, vão bloquear bens, no caso imóveis das construtoras.
    Assim, em muitos casos, as construtoras vão oferecer unidades dos empreendimentos em penhora, pois podem alegar que os tais imóveis valem muito mais do que o valor real.
    Também terrenos destinados à construção de empreendimentos hoje “na planta”, serão penhorados.
    Desta forma, muitos moradores (aqueles que tiverem sorte de receberem os imóveis) vão ser vizinhos de apartamentos sem dono, presos à um processo judicial. Tais unidades não pagarão condomínio, que ficará a cargo dos pobres moradores reais.
    Com a situação ficando preta para as construtoras, vai ser a hora dos credores atacarem o patrimônio delas. Aí teremos quebra.
    Nessa hora, entraria o governo. Mas aí está a questão, o governo certamente estará disposto a injetar bilhões nas empresas por conta da tragédia econômica que o quebra-quebra do setor ia provocar. Porém, as construtoras endividaram-se mesmo no melhor momento que viveram, quando receberam a injeção de bilhões de reais. Qualquer dinheiro que for injetado pelo governo, quando elas entrarem em crise, vai virar pó. E com milhares de ações judiciais pendentes, imagine a dificuldade de se administrar estas empresas!
    Enquanto isso, os empreendimentos já mal construídos, sem a manutenção adequada, por falta de condôminos, vão se deteriorar.
    Portanto, se você está pensando em comprar imóvel na planta ou se for comprar um imóvel nestes prédios novos, que tem mais placas de vende-se do que janelas, pense bem.

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    Respostas
    1. ^excelente

      acrescentando: as reclamações estão explodindo apenas 30% ao ano por que os investidores ainda estão iludidos com a valorização artificial de sites de imobiliarias, como o zap.

      Quando eles perceberem que a valorização é ilusão, as reclamações aumentarão 300% ao ano, nos mesmos moldes da piramide financeira telexfree.

      Fujam enquanto a tempo.

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  2. Traduzindo o texto da matéria: CORRAM PARA AS COLINAS !!!!

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