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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Estouro da bolha: Construtoras perderam R$ 13,3 bi em valor na Bolsa

Em 2013 as 17 construtoras e incorporadoras que têm ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) perderam R$ 10,2 bilhões em valor de mercado. Levantamento feito pela consultoria Economatica a pedido do Globo mostra que, juntas, elas começaram 2013 valendo R$ 41,3 bilhões e chegaram ao fim de dezembro com valor reduzido a R$ 31,1 bilhões, resultado de perdas que chegam a superar 50% no preço das ações, como foi o caso dos papéis da Brookfield (66,37%) e da Rossi (55,16%). E neste ano, o valor desse grupo já encolheu mais R$ 3,1 bilhões, totalizando R$ 13,3 bilhões a menos desde o início de 2013. Para estancar as perdas, algumas das principais empresas do setor revisaram sua estratégia de mercado ou de atuação na Bolsa de Valores.

Fazem parte deste processo, por exemplo, a decisão da Gafisa de se separar da Tenda, voltada para a baixa renda, e a da Brookfield, de recomprar suas ações e sair da Bolsa.
Especialistas explicam que as construtoras estão pagando a conta do excesso de apetite com que avançaram sobre o mercado quando viram um crescimento forte, após anos com poucos clientes e crédito escasso. A avidez para lançar muitos projetos, atender a todas as faixas de renda e crescer em todas a regiões do país gerou descontrole, alta de custos e do endividamento. O resultado se refletiu nos balanços e obrigou a maioria a passar por um ajuste severo, que os empresários garantem estar chegando ao fim.

Um executivo do setor, que prefere não se identificar, diz que os problemas tiveram origem na entrada das empresas na Bolsa, processo que foi iniciado em meados da última década.

- Quando começou a abertura de capital todo mundo tinha que ter terreno para dizer que tinha onde investir. Então foram pagando os terrenos à vista em vez de fazer permuta. Depois era preciso fazer lançamento atrás de lançamento, depois construir. Foi um crescimento desproporcional que criou uma demanda por insumos e, de repente, todo mundo estava querendo o mesmo equipamento, a mesma grua, a mesma mão de obra. Os custos explodiram - conta esse executivo.

Lançamentos em queda
Para Leonardo Guimarães Correa, diretor executivo de Finanças da MRV, que aposta no segmento de imóveis populares, a maioria das empresas tropeçou no próprio crescimento.

No caso da MRV, que tem 80% dos negócios voltados para o Programa Minha Casa Minha Vida e fechou 2013 com queda de 26,8% nas ações, o ajuste significou, principalmente, redução de lançamentos. No ano passado, a empresa vendeu mais do que lançou para reduzir os estoques dos anos de 2011 e 2012. A medida repetida por várias empresas fez com que o número de novos lançamentos no país fechasse em queda, segundo pesquisa do Secovi-SP nas principais regiões metropolitanas do país.

O diretor executivo da Gafisa, Duilio Calciolari, diz que a empresa está concluindo um processo de ajustes iniciado em 2010. Ele explica que isso ainda vai levar algum tempo para se refletir na Bolsa. As etapas mais recentes desse processo foram a venda de 70% do empreendimento Alphaville para o fundo Patria Blackstone, e a decisão de se separar da Tenda. A construtora, focada em imóveis para baixa renda, foi comprada em 2008 e é vista pelo mercado com um ônus para a Gafisa, que trabalha com imóveis mais caros.

Foco nas dívidas e entregas das obras atrasadas
Com a maior queda nas ações entre as construtoras no ano passado, a Brookfield decidiu recomprar seus papéis e sair da Bovespa. Procurada pelo Globo, a empresa não quis comentar a decisão.

Na Viver, incorporadora com forte atuação nos estados de São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul, a reestruturação está focada em redução de dívidas e entrega de obras.

- A empresa tem um endividamento alto, já reduzimos em R$ 400 milhões, mas ainda está em R$ 900 milhões. A reestruturação está caminhando conforme o plano, não tem obra parada e nosso primeiro compromisso é entregar tudo que tem que entregar - diz Bruno Laskowsky, diretor-executivo da Viver.

Os eufemismos de sempre
Já a JHSF atribuiu a queda de 49,22% nas ações no ano passado em parte às condições gerais do mercado e, em parte, ao "momento de transição de seu modelo de negócios, que ainda não se completou". 

Procuradas, Rossi, PDG Realty e Cyrela não quiseram comentar. 

(O Globo - Rio de Janeiro/RJ - Economia - 24/02/2014)

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6 comentários:

  1. É MVR mesmo ou é a MRV ?

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  2. Por que nenhuma construtora quis comentar? Quando estavam nadando em dinheiro soltavam rojões e vociferavam o típico ch*****PA, agora não querem nem comentar? Não sabem perder estão perdendo feio.

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  3. Prezado Anônimo:

    Trata-se realmente da MRV. A grafia errada consta da matéria original e acabou por passar desapercebida. Verificamos também um erro na grafia da Cyrela (que estava com dois "L") e que também foi corrigido.

    Agradecemos pelo alerta, e sinta-se à vontade para nos enviar críticas e sugestões.

    Um abraço,

    Observador

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  4. A verdade é que a maioria dos compradores são investidores e quando eles percebem que o imóvel não está mais subindo de preço,demora muito para alugar e juros que os bancos pagam em alguns casos chegam a ser o dobro de muitos alugueis(enquanto o preço do imóvel estava se valorizando isso não era problema),começam bater o desespero neles e acharem que é o começo do estouro da bolha ou desabamento da pirâmide(mais um pirâmide-bolha,entre tantas outras).
    Conheço algumas histórias de pessoas próximas de mim que estão desesperados para tentar alugar ou vender escritórios e não estão conseguindo,isso porque próximo a região onde moro tem prédio de escritórios em construção até não acabar mais e nos próximos anos vão abarrotar o mercado. Haja inquilino para tantas salas!!!!!

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    Respostas
    1. os juros que os bancos pagam chega a ser o dobro dos aluguéis!!!
      confere. CORRETO

      Acrescento:
      os juros que os bancos cobram pra financiar quem compra imovel chega a ser 4x ou até 5x MAIOR que o aluguel do mesmíssimo imóvel.

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  5. Carnificina, essa eh a hora de comprar, quanto pior melhor...assim pensa o grande mestre Warren Buffet...
    mas vou tirando talvez o cavalinho da chuva, esses que tao ai, sao iguais a 2 individuos que brigaram aqui em Santos segundo ouvi de outro senhor. Havia uma briga entre um paraibano e um alagoano um deu uma facada no outro e rolaram o morro abaixo e os 2 morreram e nao tiraram a faca da barriga um do outro acho que vai acontecer com muitos deles, vao a bancarrota mas nao vao se desfazer de seus ativos toxicos, vamos ver ate onde vao aguentar, quem tiver um dinheirinho empregado na grande fraude que eh um VGBL e PGBL e tiver sangue frio podera aproveitar a carnificina que esta talvez para acontecer.....

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