A quantidade de imóveis à venda no
Brasil foi maior que a de potenciais compradores no ano passado, apontou o
relatório Dados do Mercado Imobiliário de 2013, elaborado pelo site VivaReal.
Enquanto os anúncios de venda representaram 86% da oferta total, os visitantes
interessados em comprar não ultrapassaram 65%.
Esta lacuna foi puxada
pelos imóveis de alto padrão, a partir de três quartos. A procura por unidades
a partir de quatro dormitórios (9,51%) foi equivalente a quase metade da oferta
(17,40%) no último trimestre do ano passado.
Da mesma forma, os imóveis com três
quartos representaram 45% de toda a oferta de venda no País, vencendo de longe
o segundo colocado – o imóvel de dois dormitórios, que teve 31,8% dos anúncios.
O preço médio do metro quadrado nos
imóveis mais amplos foi mais atrativo que nos pequenos. Enquanto o de um
dormitório custou, em média, R$ 5.166,67 o metro quadrado, o de quatro saiu 6%
mais barato, a R$ 4867,49.
“É
notável que os imóveis deste padrão, acima de R$ 700 mil, sofreram uma redução
de valor devido à maior oferta no mercado. Se o consumidor tiver
condições de comprar para morar, é um momento oportuno”, avalia a consultora financeira Suyen Miranda .
Ela também atribui o aumento da oferta
destes imóveis à maior aposta das incorporadoras por empreendimentos de alto
padrão, que teria ocorrido poucos anos atrás e refletido no mercado atual.
Falta de procura obrigou proprietário
a baixar o preço
Não há dados no Brasil que mapeiem os
valores negociados (preço real da operação) na venda imobiliária. Índices como
o FipeZap medem somente os preços anunciados no mercado.
Foi o que aconteceu com o designer
Marcel Leal, de 38 anos, que há oito meses tenta vender um lote residencial de
518 metros quadrados em Itupeva, no interior paulista. Sem interessados no
negócio, ele já baixou o valor do bem em 20% para atrair potenciais
compradores, ainda sem sucesso. Contudo, o descolamento entre oferta e demanda
pode ser o primeiro sinal para a falta de liquidez de um imóvel (dificuldade em
vendê-lo em pouco tempo). Com menos interessados no bem, o proprietário pode
ser obrigado a reduzir o preço de venda para tentar fechar o negócio.
Quando colocou à venda, o metro
quadrado do terreno valia R$ 430. Hoje, a revenda está em torno de R$ 400.
Mesmo reduzindo o valor de venda de R$ 225 mil para R$ 195 mil, não atraiu
nenhuma proposta.
“A cidade está em crescimento, o lote
fica em um excelente condomínio e bem localizado. Os investimentos estão indo
para outro lugar. Com lançamentos pipocando, as revendas ficam para trás
mesmo”, diz o proprietário.
Nem o Rio de Janeiro escapa
O motorista carioca Wagner Souza, de
34 anos, está sentindo na pele a demora em encontrar um interessado em seu apartamento
de três dormitórios, localizado no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Faz quatro meses que Souza anunciou o
imóvel de 75 metros quadrados por R$ 390 mil, mas até agora, não houve procura.
Ele se diz surpreso com a situação. “Não tenho interesse em negociar o preço,
que já está abaixo do ideal no momento”, conta.
Contudo, Souza admite que se houver
potenciais compradores no futuro, pode até negociar descontos na venda, de
acordo com as propostas que vá receber no imóvel que possui condomínio e vaga
na garagem.
Excesso de oferta e baixa procura
A lacuna entre oferta e demanda de
imóveis na capital paulista também foi expressiva no ano passado: os vendedores
representaram 84% do total, ao passo que os compradores interessados foram 55%.
Já os imóveis com tamanho entre 250 e
400 metros quadrados tiveram um abismo entre oferta e procura: o número de
vendedores (10,22%) foi três vezes maior que o de interessados (3,41%).
os imoveis em belo horizonte e região estão com uma variação enorme,você vê o imóvel sendo anunciado por 350000 e só e vendido quando o preço chega a 150000 então quer dizer que os imoveis estão muito caro bobo quem comprar caro porque quem quiser vender vai ter que por o preço justo.
ResponderExcluirAtenciosamente,
cesar
No mesmo prédio no bairro de Vila Madalena, em São Paulo, onde adquiri recentemente um apartamento em leilão judicial, foi vendido há 4 meses atrás, um outro idèntico que possui 3 dorm, 2 vagas, com 94m2 área útil por R$ 930 mil. Este imóvel foi construído há aproximadamente 10 anos. Isto significa quase R$ 10 mil/m2. Levando em conta que Vila Madalena é quase que um bairro periférico, muito diferente da Vila Nova Conceição e Jardins, onde um imóvel usado atinge com facilidade esse valor, suspeito que estamos no mínimo caminhando para uma bolha, já que a renda média dos moradores dessa região está muito aquém da capacidade de compra de um imóvel desse valor. A conta simplesmente não fecha
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