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sexta-feira, 11 de abril de 2014

Especialista explica a bolha e afirma: preços vão cair 40%

Contribuição do leitor André Luiz Aguiar
"Minha opinião: estamos em bolha imobiliária e escutem o que eu comento com vocês. Quero preservar a economia do país e a população brasileira" (Luciano D'Agostini - Economista)
Ao elaborar uma pesquisa na Boca Maldita, contendo as perguntas “o preço do imóvel em Curitiba está caro?” e “O seu salário nos últimos anos aumentou?”, certamente observaremos a resposta “sim”. Estas duas perguntas, generalizadas para o Brasil e para os emergentes, teriam a mesma resposta: “sim”. Ambos, inflação dos imóveis e inflação dos salários, aumentaram; no entanto, o segundo cresceu bem menos que o primeiro, pelo oitavo ano consecutivo, em Curitiba, no Paraná, no Brasil e nos mercados emergentes (Brics).
Existem também algumas discussões técnicas a respeito da inflação dos imóveis, da inflação dos salários, da taxa de crescimento do crédito, do endividamento das famílias sobre a renda, da rentabilidade do aluguel sobre o preço do ativo imobiliário, da inflação do aluguel e inflação dos salários e taxas de lucros, do déficit habitacional com a demanda efetiva keynesiana e dos custos da construção civil.
A teoria de bolha monetária versa que o segundo estágio da bolha imobiliária inicia-se no instante em que o preço médio fundamental da economia, medido por indicadores de preços básicos como o IPCA, o IGPM e inflação dos salários, se descola levemente da taxa de inflação imobiliária, sendo que esta cresce um pouco mais do que aqueles, e em linha com a taxa de crescimento do crédito às famílias e empresas. Em termos macroeconométricos, o segundo estágio ocorreu entre 2003 e 2007, e o terceiro estágio da bolha imobiliária, de quatro possíveis no Brasil, começou em 2007 e termina em 2013. O terceiro estágio da bolha imobiliária inicia, em termos teóricos, quando existe um forte descolamento e em curto espaço de tempo entre a inflação imobiliária e as inflações básicas, e entre a inflação imobiliária e a inflação dos salários dos trabalhadores. A taxa de crescimento do aluguel é maior que a taxa de crescimento dos salários; a taxa de crescimento do crédito acompanha a taxa de crescimento dos preços dos imóveis; e a taxa de crescimento do crédito é bem maior que a taxa de crescimento dos salários dos trabalhadores e dos lucros das empresas – com este indicador provocando endividamento das famílias e empresas.
Os testes de descolamentos entre variáveis são facilmente visualizados com testes estatísticos de cointegração e modelos de vetores autorregressivos com correção de erros, que levaram Clivel Granger (2003) e Christopher Sims (2011) ao Prêmio Nobel de Economia. Pois bem, pelos testes estatísticos nomeados em relação às variáveis de interesse, o Brasil encontra-se, sim (e um “sim” bem enfático), em bolha imobiliária no fim do estágio 3, quando entramos no paradigma de preços em 2012; e inicia o último estágio da bolha no fim de 2013, o estágio 4.
Por que dizemos isso? Porque atualmente não há relação de equilíbrio de longo prazo entre as variáveis citadas, salvo crédito com inflação dos imóveis, e existem fortes sintomas do início do estágio 4, que é o realinhamento dinâmico entre as variáveis de interesse. O realinhamento pode ocorrer de modo rápido, dito estouro da bolha imobiliária em colapso, em horizonte de até dois anos; ou com um ajuste lento e gradual que pode durar entre dois e quatro anos
No cenário atual, em que a maioria da população está empregada e com baixa produtividade do trabalho, com pouca inovação e baixa tecnologia, portanto, a única trajetória possível dos preços dos imóveis para que o setor retorne ao seu estado de equilíbrio entre oferta e demanda, e ainda mantenha um exame de sangue “saudável” de negócios, é a queda de preços dos imóveis em torno de 40% entre 2014 e 2017 na hipótese de os salários e a inflação básica nesse mesmo período crescerem entre 5,5% e 7% ao ano.
Benchmarks como os estouros das bolhas dos EUA (2007), Espanha, Grécia, Portugal, Irlanda e Chipre entre 2009 e 2012, e indicadores de emergentes estão nesta linha de raciocínio. Fair play à parte com confederação, sindicatos do setor da construção civil e consultores contratados por estas instituições, precisamos que vocês entendam qual é a definição de bolhas de qualquer natureza, para, então, publicar seus artigos científicos ou relatórios técnicos em revistas e corpos editorias de consideração de grande importância para o país e comentar se existe ou não bolha imobiliária. Minha opinião: estamos em bolha imobiliária e escutem o que eu comento com vocês. Quero preservar a economia do país e a população brasileira.
Luciano D’Agostini, economista, é doutor em Desenvolvimento Econômico pela UFPR, integrante do grupo de pesquisa Macroeconomia Estruturalista do Desenvolvimento (CNPq) e filiado à Associação Keynesiana Brasileira (AKB).
(Gazeta do Povo - Opinião - 10/04/2014)

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10 comentários:

  1. Um Keynesiano dizendo que tem bolha?

    Acho que ele quis dizer que o governo precisa aumentar o crédito imobiliário hein...

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  2. Como dizia a grande pensadora xuxa meneguel. Sonhos todos podem ter so basta acreditar..... Eu nao acrefito em bolha.

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  3. chora corretor, seu dia chegou

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  4. Vejo bolha de bolhistas.
    Mas os preços não caem nem a pau.
    Vejo anúncios oferecendo 50% de desconto. Vai lá e verá que essa unidade já não existe mais.
    kkkkkk.
    Chamariz.
    Mas, os bolhistas preferem chamar todos que pensam diferente de corretor.

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    1. Sr. "Anônimo": pelo seu comentário citando a Xuxa, você deve ser o Ricardo Babo, pois fez o mesmo comentário no Facebook do Observador...coincidência? Acho que não...assim, gostaria de lhe fazer duas perguntas:

      1- Se os anúncios oferecendo descontos generosos são apenas "chamariz", significa que o mercado imobiliário é realmente desonesto, e usa de mentiras para se manter, não? Sendo assim, não se pode confiar nas pessoas que atuam nesses mercado, muito menos em suas informações...correto? Dessa forma, não podemos confiar em quem nega a bolha...acertei?

      2- Se somente os "bolhistas" veem a bolha, se você não acredita nela, por quê segue um blog como esse? Por quê tanto medo das informações sobre a bolha imobiliária (que diga-se de passagem são afirmações de especialistas e informações dos principais veículos do país)?

      Pra mim, você não é corretor, mas alguém que tentou pagar de investidor (leia-se especulador), e que está desesperado, todo borrado, pois está vendo o barco afundar e, para piorar, o assunto bolha imobiliária já está na boca do povo, em toda a imprensa...ou seja: FU...

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    2. Nem todos. O senhor, por exemplo, é um desonesto intelectual e mentiroso, já que os preços estão em queda há um ano, a contrassenso do fipe-zap, que não indica nada.

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  5. Camargo Correia faz feirâo de imòveis c/descontos de ate' R$ 346 mil.Previsìvel nâo? As construtoras sâo tâo boazinhas!

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  6. Belo artigo. Espero que consigamos sair bem dessa.

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  7. Primeiro, não sou corretor! Jamais estaria no meio dessa corja, onde poucos são descentes. Agora, esse papo de bolha já encheu o saco!! Alguem aqui ainda acredita que vai comprar um ap com 100 mil reais??? Vai cair, quebrar quanto?? Por favor, por causa dessa babozeira muitos que precisam de UM apartamento para MORAR deixam de comprar. Quem tem que se fuuuud.. é o especulador, junto com a anta que compra deste!! Porque os senhores não vão visitar o escritório da Tecnisa, por exemplo, essas contrutoras estão podres de ricas!!!! Esse aumento vertiginoso possui um único culpado, o Brasileiro!!! O deficite imobiliário é gigantesco, comum em países emergentes. Obviamente, levando o preço nas alturas, não há o que comparar com o valor do m2 de Miame como alguns otarios insistem. Quem comprou um imóvel pra morar não tem com q se preocupar, se o preço cair... cai o dele e dos demais juntos! Vende e compra outro. Quem compra pra especular, vai se fuder... agora, o que isso importa pra nós meros mortais?? Pesquise, a oportunidade bate sempre na porta de quem procura as boas oportunidades. Porém, se vc é um raivoso q só fala em bolha.... acho q sua raiva vem pela falta de oportunidade de não ter especulado tb!

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    1. Eu não entendi a sua reclamação. Ora se as informações sobre a bolha imobiliária estão se proliferando e consequentemente está havendo baixa de preços dos imóveis, para a infelicidade dos especuladores e felicidade dos compradores, qual o problema que você tanto teme e, ainda, não sai daqui?
      .
      Você por acaso está insinuando que para o comprador, que vai utilizar o imóvel para morar, prefere pagar mais caro? Ô... lógica maluca!
      .

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