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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Estadão: Estudo confirma desequilíbrio entre renda e preço dos imóveis

A perda no poder de consumo ocorreu mesmo com a melhora nas condições do financiamento. Fato confirmaria a existência da bolha imobiliária

Nem o crescimento da renda dos brasileiros e nem a melhora nas taxas e nos prazos do financiamento nos últimos anos foram suficientes para evitar a deterioração do poder de compra dos consumidores. Na prática, comprar um imóvel ficou mais difícil, como mostra pesquisa da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) elaborada a pedido do Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

O estudo compara a evolução do preço das moradias nas maiores capitais brasileiras com a renda da população, as taxas de juros e os prazos do financiamento imobiliário entre os anos de 2006, quando teve início o boom do setor, e 2013. A conclusão é que de houve uma perda em torno de 21% no poder de compra, o que tornou o imóvel caro para os consumidores e exigiu revisão da estratégia de venda das incorporadoras. Em 2013, os preços começaram a desacelerar, com altas menores que a inflação. Em 2014, a alta dos imóveis perde para a inflação.

Em uma simulação, a pesquisa observa as condições para compra de uma unidade de 82 metros quadrados avaliada em R$ 200 mil em 2006, valores médios de referência da época. A unidade subiu 229%, chegando a R$ 658 mil em 2013. Uma família interessada em financiar a compra em 2006 precisava apresentar renda mensal de pelo menos R$ 7,7 mil para ter o empréstimo bancário aprovado. Já em 2013, após a disparada nos preços, a renda exigida pulou para R$ 17,6 mil.

Discrepância 
A renda da população não acompanhou a subida dos preços. A família que ganhava R$ 7,7 mil por mês em 2006 passou, em média, para R$ 13,9 mil no fim de 2013. Com esse dinheiro, comprar o imóvel de 82 m² ficou inviável. No máximo, caberia no bolso outro de 64,6 m², uma queda de 21,2% no poder de compra.

A perda no poder de consumo ocorreu mesmo com a melhora nas condições do financiamento. A taxa média de juros do crédito imobiliário caiu de 10,3% ao ano em 2006 para 7,88% no fim de 2013. No período, o prazo de quitação dos empréstimos passou, na média, de 200 meses (16,6 anos) para 358 meses (29,8 anos).

"Essa perda obriga o comprador do imóvel a poupar mais para dar a entrada na compra. Então o negócio acaba sendo fechado bem mais tarde", afirmou o coordenador do Núcleo de Mercado Imobiliário da Poli/USP e coautor da pesquisa, João da Rocha Lima. Na simulação, a entrada de 30% do valor do imóvel em 2006 era igual a R$ 60 mil, ou o equivalente a 7,7 meses de renda da família. Já em 2013, a entrada passou a ser de R$ 197,4 mil, ou o equivalente a 11,2 meses de renda da família. "Comprar um imóvel ficou mais difícil porque é preciso mais tempo de poupança", disse Lima.

Para o vice-coordenador do Núcleo de Mercado Imobiliário da Poli e coautor do estudo, Claudio Alencar, houve um desajuste no mercado. "Com crescimento da renda e da oferta de crédito, as pessoas deveriam, em tese, ter ganhado poder de compra, mas elas perderam", afirmou. "Isso indica que os preços cresceram de modo acelerado, criando um desequilíbrio."

(O Estado de São Paulo - São Paulo/SP - Economia e Negócios - 07/05/2014 - Pág. B9)

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6 comentários:

  1. Princípios básicos de matemática e economia: se mesmo com o crescimento da renda e da oferta de crédito houve perda do poder de compra, está mais do que claro que estamos diante da "MAIOR BOLHA IMOBILIÁRIA DA HISTÓRIA DESTE PAÍS"...sai dessa, Ricardo Amorim!

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  2. e que o governo esta fazendo, deixando os empresario do setor so faturando

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  3. Aí vc pega as perspectivas futuras:

    - Renda estagnada (exceto nas classes baixas, pex., o Bolsafamilia subiu 10%)
    - Superestoque de imóveis na mão de especuladores
    - Inflação alta corroendo a renda
    - Juros subindo, tanto para o investidor como para o tomador
    - Pib patinando, criação de empregos patinando
    - Oportunidades no cambio e na bolsa para especuladores
    - Fluxo migratório negativo nas grandes capitais (ricos indo embora, haitianos entrando)

    Por óbvio os preços em 2014 vão cair.
    Na minha hipótese vão muito além destes 20% de desajuste da época pré-bolha.

    E ainda estou sendo otimista, alguns especialistas renomados estão apontando um 2015 de forte guinada na economia, será a fase Panic quando os preços vão se deteriorar em ritmo ainda mais acelerado.

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  4. Aqui no Rio o mercado parou, ninguem vende imovel desde 2013, mas ainda nao baixaram os preços, porem cada vez mais a oferta esta maior que a procura. Muitos compradores tentando passar financiamentos. Tem um condominio em jacarepagua que entregou em dezembro e esta praticamente desabitado

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  5. Gostaria de parabenizar enfaticamente esta iniciativa e todos os envolvidos. Como milhões de brasileiros, estou em busca de um imóvel para comprar para casa própria e não consigo pois esta país está vivendo um delírio psicótico com relação aos preços. Recentemente quase fechei negócio em um apto 2 qts em Santa Teresa/Rio de Janeiro por R$ 460 mil para financiar R$ 160 mil. Detalhe: literalmente do lado de uma favela. Um simples cálculo de deflação indica que o preço real pago pela atual proprietária em 1986 era de R$ 80 mil (repetindo: dinheiro de hoje, atualizado!). No entanto, com tudo combinado, financiamento aprovado pela CEF, a dona vendeu para outro que se predispôs a dar uma entrada de R$ 100 mil (sem fazer a escritura, acreditando na palavra da dona). Infelizmente o brasileiro não pensa socialmente, podendo resolver seu problema particular não se importa em ajudar a produzir uma bolha e impedir muitos de atingir o sonho da casa própria. Desisti de comprar agora, embora precise há mais de um ano. Meu dinheiro está guardado, capitalizando, enquanto vejo os preços começarem a cair e serem comidos pela inflação. A sanidade terá que imperar depois da psicose. Já vemos a choradeira dos corretores e especuladores.

    Atenciosamente,
    Alvaro

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  6. Aumento de renda? Só se for nos Ministérios e Palácio do Planalto! Mais uma das contas mágicas do Governo1

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