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terça-feira, 3 de junho de 2014

Estadão: Euforia na construção está, definitivamente, ultrapassada

Informações das principais companhias de capital aberto divulgadas em maio mostram incertezas na atuação para os próximos meses

O calendário atípico de 2014 – com Copa do Mundo e eleições – somado à pouca previsibilidade sobre os rumos da economia brasileira têm dado nó na cabeça de empresários do setor da construção. O balanço das grandes incorporadoras mostrou que os negócios estão andando mais lentos que nos últimos anos. E quando se olha para frente, o clima é de incerteza.

Mesmo estando quase na metade do ano, as incorporadoras não sabem ao certo quanto vão lançar em 2014. É uma situação diferente da que costuma ocorrer a cada ano, quando a maioria delas divulga suas estimativas ou metas oficiais.

Desta vez, o discurso recorrente no setor é de que os lançamentos irão ocorrer aos poucos, sem comprometimento com quantidade. As avaliações a respeito do mercado imobiliário serão feitas e refeitas periodicamente, com muita atenção à velocidade de comercialização dos imóveis e ao escoamento dos estoques. O discurso sinaliza que os tempos de euforia estão, definitivamente, ultrapassados.

Na incorporadora Eztec, a determinação dada pelo conselho de administração aos seus executivos é a de divulgar uma estimativa dos lançamentos para 2014 somente depois que a companhia tiver uma noção precisa de como foi a receptividade dos consumidores para os empreendimentos já lançados no começo deste ano. "É intenção da companhia divulgar o guidance (meta oficial), sim", afirma o diretor de relações com investidores, Emílio Fugazza. "Mas só vamos conseguir ver melhor qual será a partir dos resultados deste trimestre." Segundo ele, "com as notícias ruins que vemos nos jornais envolvendo as oscilações da economia, e a questão do calendário, o conselho preferiu esperar um pouco".

Excesso de estoque
Além das incertezas ligadas ao calendário e à economia do País, na Cyrela Brazil Realty, o grande desafio está na venda de estoques, especialmente das unidades prontas, que geram custos adicionais de manutenção, como condomínio e IPTU.

Os imóveis prontos da companhia atingiram R$ 1,1 bilhão em valor de mercado no fim de março. O número equivale a 15,3% do estoque total, um nível alto. Embora não exista um porcentual ideal para unidades já concluídas, analistas e empresários costumam dizer que até 10% pode ser considerado um patamar saudável.

De acordo com previsões da Cyrela, o volume de imóveis prontos deve subir mais nos próximos meses em razão do grande volume de obras prestes a serem entregues. Diante disso, a companhia anunciou que irá reforçar as ações para vendas dos estoques a partir de campanhas publicitárias e oferta de descontos pontuais em alguns projetos.

Outras companhias optaram por não se comprometer com um volume definido de lançamentos, porque a prioridade é dar sequência ao processo de reestruturação iniciado em 2012, quando chegaram a amargar prejuízos em função dos atrasos de obras e descontrole de orçamentos. "Nossa preocupação número um é rentabilidade e geração de caixa", diz o diretor presidente da PDG Realty, Carlos Piani. "Não vamos lançar (novos projetos) apenas para reforçar o faturamento. Só vamos fazer se houver um bom retorno. Se não houver, não faremos", ressalta.

Após divulgar seu balanço, a PDG anunciou que busca expandir as operações em 2014, mas o foco continua sendo gerar caixa no curto prazo para diminuir seu endividamento, além de melhorar a rentabilidade.

A situação é semelhante na Tecnisa. A prioridade da companhia é recuperar as margens. Ela não trabalha com metas, mas planeja dar continuidade aos lançamentos em fase de seu principal projeto, o Jardim das Perdizes, minibairro em construção na zona oeste da capital.

A Gafisa foi a única das grandes a divulgar meta de lançamentos. 

Mesmo após a divulgação dos planos, o diretor financeiro e de relações com investidores, André Bergstein, não descarta, porém, a postura cautelosa. "Temos a perspectiva de lançar dentro do guidance, sim. O guidance é uma orientação para o mercado do que planejamos fazer. Mas não me sinto obrigado a fazer. Antes de tudo, vamos olhar o mercado." Na avaliação de Bergstein, a demanda continua saudável, porém não descarta que ocorram oscilações.

(Estadão - Economia - Seu Imóvel - 29/05/2014)

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3 comentários:

  1. Felizmente as construtoras enxergaram a realidade e estão sendo prudentes. Por isso que a bolha não vai estourar, e sim murchar lentamente até que o mercado ache seu novo equilíbrio.

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    Respostas
    1. .
      Infelizmente, caro anônimo, você não enxerga um palmo além do nariz...
      As construtoras estão desesperadas. Ora, quem quer comprar um imóvel, não quer comprar um carro.
      Ou será que as construtoras agora estão se tornando um supermercado de bens de consumo?
      .
      Daqui à pouco será assim: Compre um apartamento e ganhe um cavalo!
      .

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  2. BOLHA IMOBILIÁRIA = QUEDA DE PREÇOS.........DESCONTOS= QUEDA DE PREÇOS, é a mesma coisa com outro nome, igual a 6 e meia dúzia.........

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