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sexta-feira, 6 de junho de 2014

Infomoney: Especialista prova a existência da bolha no Brasil - Parte I


Luis Carlos Ewald, mais conhecido como Sr. Dinheiro, prova, em um artigo dividido em duas partes, que estamos perto de uma bolha imobiliária

Quase todo mundo tem como objetivo prioritário na vida conseguir comprar a sua casa própria. Mas, normalmente os recursos financeiros são escassos e é necessário tomar dinheiro emprestado em Bancos. E isso custa juros e uma vida amarrada em longos financiamentos. Daí, para tomar essa decisão de adquirir o seu teto, duas coisas são fundamentais: um preço justo para o imóvel e uma taxa de juros baixa.

Pois é. No momento os preços dos imóveis estão artificialmente muito altos em todo o país e as taxas de financiamentos imobiliários voltaram a ser impagáveis, com raras exceções tipo Minha Casa Minha Vida .

E para princípio de conversa , do termo "bolha", tão badalado por aqui, pode ser uma provável crise imobiliária que pode acontecer no curto e médio prazo, por várias razões demonstradas a seguir. Quem tem medo do termo bolha quer desclassificar a nossa situação dizendo que nos EUA era outra coisa, que
envolvia especulação, crise bancária, fraudes, etc. E quem comprou e não consegue vender pelo preço acredita que vale. Isso aconteceu muitas outras vezes, mas ninguém se lembra...

E o pior, esses se expressam com a frase mais perversa criada ao longo de oito séculos de crises financeiras: agora é diferente!

Mas, que aqui os preços vão cair, ah isso, vão! Ou, no mínimo, ficarão estagnados, como já estão, por falta de compradores nesses preços, ou seja perdendo a renda de aplicações na atual taxa SELIC, que está muito alta novamente.

E porque deve acontecer a curto prazo? Curto prazo, no caso, será logo após a Copa, pois todos os especuladores apostaram na Copa, como se os estrangeiros estivessem ansiosos para comprar imóveis muito mais caros aqui que nos seus países, para aqui conviver com os eventos de grande emoção do nosso cotidiano...

Pirâmide financeira
Acontece que isso foi papo de especuladores para encontrar compradores idiotas. É a clássica teoria, comprovada na prática, do "the greatest fool". Assim, quem compra um produto que já é caro, pode até se achar tolo, mas pensa em vender para "um idiota maior", e assim por diante, chegando no final de várias transações até chegar ao the greatest fool, que fica "pendurado na brocha", isto é, fica sem encontrar comprador. Caso muito parecido com nossas conhecidas pirâmides.

E quem são os especuladores? São todos aqueles que compraram na planta para tentar vender na entrega das chaves, momento crucial do compromisso financeiro. É claro que alguns ganharam, mas muitos leigos, maria-vai-com-as-outras, compraram para ter seu primeiro imóvel para morar e pagarão caro por isso, mas, como vão morar, tudo bem...

Porém, aqueles idiotas que se deixaram levar, em todo o país, e compraram tarde demais salas comerciais com preços artificialmente elevados, vão ter que bancar por um bom tempo para conseguirem alugar: hoje há cerca de 40% de vacância no Brasil todo (Rio, Niterói, Salvador, Recife, Osasco, Fortaleza, Curitiba, Goiania, São José dos Campos, e por aí vai), pois numa Economia com baixo crescimento e altos custos, quem se arrisca a comprar para empreender com um pibinho na faixa de 2%? Só um idiota maior.

A oferta de financiamentos e as facilidades foram enormes quando as taxas Selic caíram abruptamente até os históricos 7,25% ao ano. Acontece que, agora que já está em torno de 11% ao ano, os Bancos querem é
comprar títulos do Governo, pois rendem muito mais, sem risco e sem trabalho. Daí, financiamento barato agora só no "Minha casa minha vida", segmento que não deve sofrer crise , mas só serve para baixa/média
renda.

Construtoras insolventes
E há um ditado do Mercado Financeiro: "O Mercado desconta tudo". Pois bem, pelo menos 5 grandes construtoras estão à beira da insolvência, com quedas maiores nas suas cotações da Bolsa até mesmo que as da coitadinha da Petrobrás... É sinal de que? Lançaram ações , levaram grana boa para especularem nos preços de terrenos e construções, e agora estão super estocadas e aguentando devoluções.

A caixa-preta da CEF
E o que são esses feirões da CEF pelo Brasil a fora? A CEF comprou aquele montão de imóveis para ela ou tem muita devolução? A caixa-preta da CEF não revela a verdade. Hoje se vê anúncios para fins de semana com liquidações de estoques de construtoras com descontos de até 40%! E não é uma só, não: são várias!

Repito: só vale a pena comprar agora é no "Minha casa Minha vida", porque os preços não subiram por causa da limitação do valor de financiamento em cada Estado. No entanto, tem que examinar o padrão das construções para não comprar gato por lebre..."

(Infomoney - Imóveis - 02/06/2014)

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2 comentários:

  1. interessante a Teoria do Greater Fool, ou Teoria do idiota maior, refere-se à tendência que as pessoas têm para comprar uma bolha não porque acreditem que o que estão a comprar vale o preço, mas sim porque acreditam que virá alguém que pagará ainda mais por aquilo que acabaram de comprar. É o comprar caro para vender mais caro ainda, e no fundo é a principal teoria no final de todas as bolhas. Descreve essencialmente uma pirâmide de compradores. É óbvio, pela natureza de uma bolha, que os "fools" (idiotas) serão sempre escolhidos de entre aqueles que compram sem outra razão que não seja o esperarem que apareça alguém mais idiota ainda para pagar um preço superior. No fundo, esta teoria é equivalente ao concurso de beleza descrito por Keynes, que descreve o investimento não como a compra dos activos que o investidor acha mais atraentes, mas sim como uma espécie de concurso de beleza em que quem ganha, é quem compra aquilo que pensa que os outros investidores julgarão mais atraente. - See more at: http://www.thinkfn.com/wikibolsa/Teoria_do_Greater_Fool#sthash.UDitnsOl.dpuf

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  2. No que diz respeito às cotações das empresas na bolsa, não concordo.
    Na bolsa existem empresas que dão lucro, as que "querem" der lucro, as que "não querem" der lucro, e as que dão prejuízo.
    As construtoras estavam em baixa mesmo quando os imóveis duplicaram de preços.
    Ous seja, elas "não querem" der lucro, para não ter que pagar dividendos.
    Quanto ao resto do artigo, ok.

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