Contribuição do leitor Bruno Motta
"Com esse limite, menos pessoas vão conseguir vender seus imóveis usados para comprar outros maiores, e isso afeta as vendas mercado de imóveis como um todo, inclusive os novos", acredita o economista
A Caixa Econômica Federal vai
reduzir o limite de financiamento para imóveis usados a partir de 4 de maio. O
objetivo é focar a oferta de crédito habitacional em moradias novas. O banco
detém 70% de todos os financiamentos de imóveis no país.
A mudança vale apenas para imóveis usados
financiados com recursos da poupança - ficam de fora da mudança o crédito para
a habitação popular, como o programa Minha Casa Minha Vida, e os financiamentos
com recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Nestas
modalidades, não houve alterações, segundo a Caixa.
Pelas novas regras, os financiamentos com
recursos da poupança (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) terão uma
redução do limite do valor total financiado de 80% para 50% do valor do imóvel
no Sistema Financeiro de Habitação (SFH), e de 70% para 40% para imóveis no
Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), pelo Sistema de Amortização Constante
(SAC).
Com as mudanças, quem comprar um imóvel
usado pelo SFH terá que dar uma entrada de no mínimo 50% e financiar a outra
metade. Antes, a entrada mínima era de 20%. No caso do SFI, o valor mínimo da
entrada passará a ser de 60%, para o consumidor financiar os outros 40%.
Restrição vai afetar as vendas
Para o vice-Presidente da Associação de Empresas do
Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF), Eduardo Aroeira Almeida,
essa restrição vai afetar principalmente consumidores com menos recursos para
comprar imóveis.
"A faixa de compradores entre entre
R$ 190 mil e R$ 250 mil costuma ter valores menores disponíveis para dar como
entrada", diz.
"Com esse limite, menos pessoas vão
conseguir vender seus imóveis usados para comprar outros maiores, e isso afeta
as vendas mercado de imóveis como um todo, inclusive os novos", acredita o
economista, que vê a possibilidade de um aumento no déficit habitacional por
conta da restrição.
Como a proporção de vendas de imóveis
usados é bem maior que a de novos, Almeida também acredita que essa restrição
pode afetar, inclusive, o nível de emprego no setor de construção civil, uma
vez que o desaquecimento nas vendas no mercado imobiliário desestimula o
lançamento de novas unidades pelas construtoras.
O discurso de sempre
Por outro lado, Almeida não acredita que essa restrição nas vendas de usados possa provocar uma redução nos preços dos imóveis. "A margem na queda dos preços já está muito apertada", avalia.
Por outro lado, Almeida não acredita que essa restrição nas vendas de usados possa provocar uma redução nos preços dos imóveis. "A margem na queda dos preços já está muito apertada", avalia.
Em março, os preços dos apartamentos à
venda acumularam no ano queda real (considerando a inflação do período) em 20 cidades brasileiras, segundo o índice FipeZap.
Foi a 5ª vez seguida que o índice teve queda real de preços na comparação
mensal.
Fuga dos recursos da poupança
A restrição ocorre após a caderneta da poupança ter registrado uma saída líquida (retiradas menos depósitos) de R$ 11,43 bilhões em março, a maior fuga de recursos da aplicação para todos os meses. Quando a captação da poupança é reduzida, os recursos para empréstimos ficam mais escassos.
A restrição ocorre após a caderneta da poupança ter registrado uma saída líquida (retiradas menos depósitos) de R$ 11,43 bilhões em março, a maior fuga de recursos da aplicação para todos os meses. Quando a captação da poupança é reduzida, os recursos para empréstimos ficam mais escassos.
Março foi o terceiro mês seguido em que a
poupança registrou recorde de saídas de valores. Em janeiro, R$ 5,52 bilhões
haviam deixado a caderneta, valor que subiu para R$ 6,26 bilhões em fevereiro
deste ano e para mais de R$ 11 bilhões em março.
Juros mais altos
Este mês, a Caixa voltou a aumentar as taxas de juros do financiamento imobiliário com recursos da poupança pelo SFH. O primeiro aumento de 2015 foi aplicado em janeiro. As novas condições passaram a valer para financiamentos a partir de 13 de abril.
Este mês, a Caixa voltou a aumentar as taxas de juros do financiamento imobiliário com recursos da poupança pelo SFH. O primeiro aumento de 2015 foi aplicado em janeiro. As novas condições passaram a valer para financiamentos a partir de 13 de abril.
(Portal G1 - Economia - Notícia - 27/04/2015)
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Amigos observadores do mercado. Qual será o desconto total nos preços aqui no Rio de Janeiro!!!!
ResponderExcluirRidículo. Para tentar limpar o estoque e tentar prevenir o colapso do setor de construcao civil eles decidiram repassar as perdas para o setor de imóveis usados, que nao é composto por grandes construtoras mas sim por cidadaos normais que querem apenas liquidar seu patrimonio. Óbvio que o tiro vai sair pela culatra, como o economista apontou. Que medida ridícula
ResponderExcluirSim, irá sair pela culatra sim.
ExcluirOs donos de imóveis usados não terão outra saída a não ser abaixar e muito o valor.
Com isso, acaba puxando o valor dos novos também devido à concorrência.