[...] a perspectiva para o setor continuará negativa em 2016. No setor de incorporação residencial, este será o quarto ano de contração nas vendas. [...] o nível de distratos, em onze construtoras acompanhadas pela agência, chegou a R$ 3,6 bilhões no primeiro semestre deste ano. E deve se manter alto no segundo semestre
Até setembro, 257
empreiteiras entraram na Justiça com pedido de recuperação judicial, segundo
dados do Instituto Nacional de Recuperação Empresarial (Inre). O segmento de
construção representa 20% de todos os 1.258 pedidos de recuperação judicial
feito no país, este ano, segundo o Inre, e foi o setor que mais recorreu a esse
instrumento, que evita a falência imediata da empresa.
— Esse movimento é um
reflexo da queda do poder aquisitivo do consumidor, seja pela inflação, alta
dos juros ou perda do emprego, que está devolvendo imóveis comprados na planta
— diz Carlos Henrique Abrão, desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo
e um dos conselheiros fundadores do Inre.
O
conselheiro lembra também das grandes construtoras que recorreram à recuperação
judicial depois de serem investigadas pela Operação Lava-Jato, que apura
desvios de recursos nos contratos da Petrobras. Ao menos cinco entraram com o
pedido, com dívidas que totalizam R$ 15 bilhões.
Poucas escapam da falência
Em tempos de crise, a
Justiça tem aceitado esses pedidos, diz Abrão. Mas, no geral, ele observa que
apenas 7% das empreiteiras que recorrem à recuperação judicial conseguem se
reerguer e escapar da falência.
— São processos que
levam entre quatro e cinco anos. Quanto pior a situação da economia mais
difícil é levar o plano de recuperação adiante — afirma o desembargador.
O impacto da crise no setor de construção civil
deve resultar em mais de 500 mil demissões este ano, segundo a Associação
Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). De acordo com a
analista da agência de classificação de risco Moody's, Cristiane Spercel, a
perspectiva para o setor continuará negativa em 2016. No setor de incorporação
residencial, este será o quarto ano de contração nas vendas, avalia a analista,
e ainda há excesso de oferta, com queda média de preços de 6,6% no país. Com a
Lava-Jato, afirma Cristiane, aumentou a aversão a risco dos investidores, e as
empreiteiras devem ter dificuldades de financiamento para tocar novas obras.
Clientes desistem do imóvel
Segundo um relatório da Fitch, o nível de distratos, em onze construtoras acompanhadas pela agência, chegou a R$ 3,6
bilhões no primeiro semestre deste ano. E deve se manter alto no segundo
semestre, já que muitos projetos serão entregues até o fim do ano, sem que a
economia apresente alguma reação positiva.
— O cenário de crédito ficou mais restritivo e
muitos compradores não foram qualificados para a compra. Ao mesmo tempo, a
expectativa de preço aumentou e o próprio cliente desistiu de adquirir o
imóvel, que acaba retornando para o estoque, que já está alto — relata José Roberto
Romero, um dos analistas da Fitch responsáveis pela elaboração do relatório.
(O Globo - Economia - 13/10/2015)
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PORQUE EM 2016? A RENDA DO BANANENSE VAI AUMENTAR 300% EM 2016?
ResponderExcluirESSA CRISE E PARA SEMPRE E NAO PERCEBERAM AINDA.....? ESSES POMBAIS VAO VIRAR LITERALMENTE "VIVEIROS DE POMBAS MESMO".
Imóvel na zona sul do rio , continua caro..
ResponderExcluirOs imóveis na Tijuca e zona sul está mais caro de junho até outubro subiu 10%. Porque ?
ResponderExcluirPorque aqui tem a "black fraude"....podem aumentar ou diminuir,pois ira dar na mesma. NAO ira vender messsmo.Coisa de pais/pessoas falidas e endividadas.Quem puder se manda dessa terra do nunca.
ExcluirO último que sair apague a luz
ResponderExcluir2016 com previsão de PIB negativo, logo fica difícil entender qual a mágica para os negócios voltarem a crescer no mercado imobiliário.
ResponderExcluirPara esse milagre acontecer só a liberação de crédito farto, porém na atual conjuntura econômica não resolveria o problema, já que temos endividamento das famílias, alta do desemprego, etc. Quem já tem dívidas quer mais se livrar delas.
Essa recessão vai ser longa, não vai acabar num passo de mágica.
E crédito, a juros baixos, não haverá, uma vez que o setor financeiro demanda superávits primários para pagar juros de dívidas.
ExcluirCrédito escasso, renda baixa, desemprego, incerteza, e juros altos só favorecem o investimento no mercado financeiro.
Como o número de distratos e lançamentos entregues aumenta, e a demanda diminui, deveriam baixar os preços para manter a atividade. Mas, não, empresariado burro, vai esticar a corda ao limite até que haja falência em massa e tentar forçar o governo a salvar empresas com aportes de empréstimos e subsídios.
É o velho mantra do mercado, o lucro é privado, mas o prejuízo público.
Perfeito o comentário em sua última frase. Insistem em não enxergar a realidade porque como doaram milhões nas eleições, serão socorridos pelo governo. Quem diga as montadoras de automóveis que irão receber ajuda de R$ 4.000.000.000. Por isso não reduzem os preços dos carros e continuam a manter suas matrizes que não estão no país.
ExcluirESSA CRISE VEIO PRA FICAR....E SO VER AS GRANDES EMPRESAS DEMITINDO AOS MILHARES E ISSO QUER DIZER QUE: MESMO PARA OS GRANDES EMPRESAS(MULTIACIONAIS E NACIONAIS),NAO ESTAO VENDO A CURTO/MEDIO/LONGO PRAZO RECUPERAÇAO DO CONSUMO INTERNO E MUITO MENOS EXTERNO PARA PODEM INVESTIR AQUI NA BANANIA.MODELO ECONOMICO ( ALTA CARGA TRIBUTARIA/CORRUPTA PRA SUSTENTAR DESGOVERNO) ESTA FALIDO PERANTE AOS PAISES EMERGENTES.ATE O PARAGUAY ESTA MELHOR QUE AQUI.POVO MERECE; ATE QUE DEMOROU.....
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