A expectativa dos empresários também sofreu queda significativa: é a pior perspectiva desde 1999, início da série histórica, em relação ao desempenho da construção civil e do crescimento econômico. "É uma sondagem assustadoramente próxima de zero"
A construção civil teve seu pior resultado desde 2003, com queda de 8,3%
no PIB do setor no acumulado dos últimos três trimestres, de acordo com o
balanço do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado
de São Paulo), divulgado nesta terça (8) em São Paulo.
Os principais motivos para o mau desempenho são o crescimento do
desemprego, a retração do crédito e de investimentos públicos e privados,
aumento da inflação e da taxa de juros, diminuição da renda e do consumo das
famílias e queda na confiança dos consumidores e empresários.
O presidente do Sinduscon, José Romeu Ferraz Neto, diz acreditar que os
preços dos imóveis em São Paulo podem aumentar em 2016, pelas regras do Plano
Diretor vigente, aprovadas em agosto de 2014. As novas diretrizes para
construções residenciais elevam os custos, segundo incorporadores.
A demanda, porém, pode não acompanhar o avanço nos preços. Com a
diminuição da renda e aumento do desemprego, aumentam os saques à poupança e
diminuem as possibilidades de acesso ao crédito.
As duas principais fontes de financiamento dos clientes são poupança e
FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). "Enquanto a taxa de juros
estiver em 14,25%, não há como pensar em outra alternativa", diz Ana Maria
Castelo, coordenadora de projetos do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de
Economia) da Fundação Getúlio Vargas, responsável pela pesquisa.
Eduardo Zaidan, vice-presidente do Sinduscon-SP, vê relação entre a
diminuição do crédito e o agravamento do déficit habitacional. "A demanda
é o crescimento no número de famílias, e isso não para por causa da
crise", diz.
Confiança em baixa
A expectativa dos empresários também sofreu queda significativa: é a pior
perspectiva desde 1999, início da série histórica, em relação ao desempenho da
construção civil e do crescimento econômico. "É uma sondagem
assustadoramente próxima de zero", diz Castelo.
A baixa confiança do empresariado e do consumidor em uma saída para a
crise política também tem influência no mercado da construção. "O que
queremos é uma solução rápida, com ou sem Dilma, para que medidas como o ajuste
fiscal possam ser retomadas", afirma o presidente do Sinduscon.
Ferraz não vê consequência direta da Operação Lava Jato nas áreas
atendidas pela instituição, com exceção de uma crise de confiança. "Há
impacto porque a investigação pegou grandes empresas na área de infraestrutura
e a Petrobras diminuiu investimentos, o que afetou toda uma cadeia a partir do
final de 2014", afirma. "E isso também afetará 2016".
A Lava Jato teria, como efeito positivo, o aumento nos investimentos em
ferramentas de governança. A pesquisa do sindicato aponta que a segunda
estratégia de negócio mais procurada pelos empresários do setor é a
"promoção de mudanças organizacionais".
(Folha de São Paulo - Mercado - 08/12/2015)
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