A percepção é que há três grupos mais sensíveis a esse cenário. O primeiro é formado por companhias listadas em bolsa que têm enfrentado dificuldades financeiras e são recorrentes no setor citações a PDG Realty e Rossi Residencial. [...] O segundo grupo de empresas potencialmente mais afetadas pela crise compreende incorporadoras vinculadas a construtoras envolvidas na Operação Lava-Jato. E o terceiro grupo é formado pelas incorporadoras regionais, de médio e pequeno porte
O pedido de recuperação judicial da construtora Viver pode ter aberto caminho para outras empresas de
incorporação imobiliária recorrerem ao mesmo expediente com vistas a garantir
sua continuidade operacional. A crise econômica do país e seu forte impacto nas
vendas de imóveis, o aumento dos distratos e o encarecimento do crédito
comprometem a estrutura de capital de empresas, que já vinham lutando para se
manter em dia com os compromissos financeiros, na avaliação de profissionais do
setor e da área jurídica.
Além de incitar especulações sobre potenciais candidatas à recuperação
judicial, a iniciativa da Viver, apurou o Valor, instaurou um clima de apreensão
nos bancos que estão expostos a esse setor. Ao fim do segundo trimestre, o
passivo total das incorporadoras listadas em bolsa superava R$ 45 bilhões, uma
parte referente a recursos tomados junto aos bancos como dívida corporativa e
para a produção de imóveis. "É possível que novos pedidos sejam feitos nos
próximos meses", diz o advogado Eduardo Takemi Kataoka, do escritório
Galdino, Coelho, Mendes Advogados, que está à frente do processo da Viver.
A mesma leitura é compartilhada pela consultoria Alvarez & Marsal, que
é especializada na recuperação de empresas e desde fevereiro trabalha na
reestruturação da Viver. "Essa deve ser a primeira de algumas empresas,
mas não temos claramente a visão de quais seriam as outras", afirma o
diretorgeral da A&M na América Latina, Luis de Lucio. Uma combinação de
fatores macroeconômicos e o fato de o mercado imobiliário não reagir tão
rapidamente em momentos de recuperação contribuem para o cenário desafiador,
conforme De Lucio.
Desde 2012
A crise na indústria, comenta o executivo, remete a 2012 e a situação
continuou se deteriorando até 2016. Nesse intervalo, a taxa de desemprego
passou de 4,6% (em dezembro daquele ano) para 11,3% em junho, segundo dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a taxa de juros saiu
de 7,25% para 14,25% ao ano.
Ao mesmo tempo, o número de imóveis vendidos praticamente caiu à metade e
os distratos (devoluções por compradores de imóveis às incorporadoras)
atingiram a marca de 45% em junho deste ano, segundo dado da Associação
Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em outras palavras, para
cada dois imóveis vendidos, praticamente um retorna às empresas e vão novamente
à venda. Os estoques, por sua vez, seguem em volumes constantes desde 2012,
mas, com a queda na procura a velocidade de vendas caiu para cerca de 30% (para
zerar os estoques, seriam necessários quase três anos).
Próximas da lista
A percepção é que há três grupos mais sensíveis a esse cenário. O primeiro
é formado por companhias listadas em bolsa que têm enfrentado dificuldades
financeiras e são recorrentes no setor citações a PDG Realty e Rossi
Residencial. A PDG anunciou no início de agosto a reestruturação de R$ 4
bilhões em dívidas com seus principais credores, passo considerado fundamental
para retomada de obras paradas e entrega de projetos em curso. Para um
analista, que preferiu não se identificar, isso protege a companhia ao menos no
curto prazo. Procurada, a PDG informou que não comentaria o assunto.
A Rossi, por sua vez, iniciou em agosto do ano passado uma profunda
reestruturação operacional e financeira, o que resultou em redução de cerca de
45% de suas operações. No fim de março, informou a conclusão parcial do
processo de reestruturação de 90% de dívida corporativa com os principais
credores, Bradesco e Banco do Brasil, com extensão do prazo de pagamento e redução
dos custos financeiros. "Os principais credores estão suportando
integralmente a nossa operação", diz o diretor financeiro e de relações
com investidores da Rossi, Fernando Miziara. "Falar em recuperação judicial
da Rossi é leviano. Não existe e nunca existiu".
O segundo grupo de empresas potencialmente mais afetadas pela crise
compreende incorporadoras vinculadas a construtoras envolvidas na Operação
Lava-Jato. E o terceiro grupo é formado pelas incorporadoras regionais, de
médio e pequeno porte, que podem estar enfrentando dificuldades para acessar
recursos junto aos bancos seja para rolar dívidas, seja para financiar a
operação e também têm sido afetadas pela suspensão de obras.
De acordo com a M&A, há outro fator que tem tirado o sono de gestores
de incorporadoras: o elevado volume de ações movidas por clientes após atrasos
em obras, entrega com qualidade duvidosa e não entregas. A estimativa é de que
as empresas no setor estejam enfrentando, neste momento, "milhares"
de ações dessa natureza.
(Valor Online - Empresas - 28/09/2016)
VEJA VÍDEOS SOBRE O ASSUNTO AQUI NO BLOG OU PELO LINK
Eu não sou corretor. To ate pesquisando algo pra comprar mas esses preços não ajudam e esse desemprego também ... bom esses dias eu passei em Pinheiros e vi de longe um estande de vendas de um predio de alto padrão. Pra minha surpresa estava cheio de pessoas lá. Com isso eu concluí que nesse país tem muita gente que compra esses imóveis caros em áreas nobres. Essa crise é pra quem não tem dinheiro.
ResponderExcluirEstavam de preto?,Entao eram corvos...Puro teatro..eram todos contratados pra efeitar o pavao...provavel somente "corvos depenados" nesse evento pra "filar boia"...kkkk tipo fuba com couve ,"intende....deveria ter ido ate la pra nos contar,ou trazido um "kit corvo".
ExcluirÉ igual loja de roupa. Se todo mundo que entrasse comprasse.........
Excluirhttp://www.dgabc.com.br/Noticia/188016/desindustrializacao-se-intensifica-no-grande-abc
ResponderExcluirEstava lendo hoje essa reportagem do Diario grande abc e de repente saiu do site.Acho que proibiram a reportagem,pois nao ficou 02 minutos no site.
Por que sera hein...? Sera que e pra nao causar panico no povo do abcdmr?Devido a desindustrializaçao e falencia de empresas,onde irao todos serao demitidos?
Como irao vender os "espigoes-pombais" de 40m2 a 500mil...kkkkkk. Dos quais, tem um monte com contruçoes paradas, em estoque,distratados,leiloes, etc.....
Na minha opinião, o problema, no mercado imobiliário, está concentrado nas grandes capitais e suas regiões metropolitanas (SP, RJ é MG), além do DF. As grandes construtoras dessas localidades erraram muito (Rossi e PDG são os exemplos mais evidentes) e agora correm até o risco de desaparecer (essas duas, na minha opinião, já estão virtualmente falidas).
ResponderExcluirNas demais praças, temos os reflexos de uma gortesca e fortíssima crise econômica (digo grotesca porque provocada pelo mau governo do PT) que está arrasando o país (e o setor mais atingido, como sempre ocorre, é o de bens duráveis e imóveis).
Mercado intermo é caro e esta saturado,e nao tem mercado externo para exportaçao, porque devido altos impostos,sindicatos,etc..nao compensa fabricar mais nada aqui,pois nao consegue competividade la fora.Brasil caminha pra ser um imenso deposito/lojas de produtos de outros paises...Ware House Brasil.
ExcluirTemer tem à solução!😂😂😂😂😂
ResponderExcluir