Os imóveis devolvidos ou retomados aumentam ainda mais o estoque de casas e apartamentos prontos, “encalhados” à espera de um comprador. Por consequência, o mercado imobiliário, sofre mais um baque: a baixa demanda e a grande oferta, que insiste em forçar uma desvalorização de algumas propriedades
Como se já não bastasse a estagnação no setor da construção civil, que
reduziu as vagas de trabalho, e também a quantidade de lançamentos de
empreendimentos, levantamento da Associação Brasileira do Mutuário da Habitação
(ABMH) revela cenário ainda mais preocupante: quem comprou imóvel nos anos anteriores
à crise, época de crescimento e muito otimismo, está devolvendo sua casa ou
apartamento, ou pior ainda, perdendo a propriedade por causa da inadimplência
com os agentes financiadores.
Dados revelados por reportagem publicada nesta edição apresenta cenário
desafiador para os gestores públicos, bancos e empresários deste segmento,
dentre outros grandes atores da economia. Quando a crise chega ao ponto de
aumentar distratos no setor imobiliário, é uma contundente demonstração de que
os danos causados pela recessão são gravíssimos, e que levarão longo período
para serem reparados.
Do sonho ao pesadelo
A perspectiva do cidadão que perde ou devolve o imóvel que financiou é uma
das mais desanimadoras e ao mesmo tempo, desafiadoras. É a constatação de que a
pessoa ficou sem nenhuma outra alternativa para se sustentar ou pagar dívidas.
Ao se desfazer da casa ou apartamento, o mutuário certamente voltará a pagar
aluguel: comprometendo ainda mais sua renda mensal (se é que em alguns casos
ela ainda existe, por causa do aumento no desemprego), e deixará de investir
mensalmente em algo que era muito mais que uma dívida, era a concretização da
aquisição de um patrimônio. Sonho a ser
realizado por boa parte dos brasileiros.
Para bancos e incorporadoras o problema também é sério. Os imóveis
devolvidos ou retomados aumentam ainda mais o estoque de casas e apartamentos
prontos, “encalhados” à espera de um comprador. Por consequência, o mercado
imobiliário, sofre mais um baque: a baixa demanda e a grande oferta, que
insiste em forçar uma desvalorização de algumas propriedades.
O trabalhador que perde o emprego, ou que vê sua renda familiar ser
reduzida durante a crise, certamente cortará gastos com lazer, vestuário, e
bens móveis antes de sacrificar a própria moradia. A perda do imóvel indica não
restar praticamente nada a ser feito para tentar reverter a situação.
A retomada em massa de casas a partir de 2006, nos Estados Unidos, foi o
maior sintoma de que a crise de 2008 estava por vir. O aumento das devoluções
de imóveis no Brasil ainda não ocorre em níveis como os verificados na maior
economia do planeta na década passada, porém, é necessário que nossas
autoridades tomem medidas para frear os efeitos da crise no mercado
imobiliário. Este segmento da economia, diga-se de passagem, é fundamental para
retomar o crescimento.
(Correio do Estado - Opinião - 21/11/2016)
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Desculpe, mas a desvalorização não é de alguns imóveis e sim generakizada. O nivel de devoluções não chegou ao nivel dos EUA, ultrapassou na verdade. Deve ser por baixo uns 50%. É só se informar direito.
ResponderExcluirE agora , José ?
ResponderExcluirExatamente... os preços dos imóveis subiram demais na onda do emprego em alta e crédito farto (NA REALIDADE O QUE VIVEMOS NOS ÚLTIMOS 12 ANOS FOI UM CONTO DE FADAS COLETIVO). O preço desta ilusão agora está aí...não há o que negar...
ResponderExcluirPara desovar é simples: abaixem 50% do valor atual.
ResponderExcluirSimples resultado da bolha somada aos mutuotários. Veremos se só assim esse povo desinformado aprende o valor de guardar o dinherinho suado e que financiamento de 30 anos é algo só aqui nessa banânia.
ResponderExcluirNada e mais facil quebrar tudo e fazer de novo!
ResponderExcluirtai a lei de falencia que na me deixa mentir.
Brasil pais dos ricos!