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segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Valor: Crise imobiliária vai retrair o consumo de cimento em 2017

"Segundo Carvalho, as incorporadoras têm ainda um grande volume de distratos de imóveis vendidos e não têm mercado para investir fora do país." [...] O cenário de incerteza política e econômica travou o setor da construção ­ em infraestrutura e edificações ­, atingindo em cheio o consumo de cimento

A indústria cimenteira do País não enxerga sinais de reação do consumo no próximo ano. Por isso, já projeta que vai enfrentar o terceiro ano seguido de retração da demanda do produto, afetada pela crise econômica brasileira. Após 11% de queda em 2015 e algo de 13% a 15% neste ano, as fabricantes estimam ao menos 5% de recuo nas compras de cimento em 2017. Essa é a estimativa preliminar do Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), que reúne as empresas do setor.

Neste cenário, de três anos consecutivos de queda, o consumo de cimento no país pode baixar do patamar de 72 milhões de toneladas em 2014 ­ último ano de crescimento, com um magro 1% ­ para 52 milhões a 53 milhões de toneladas. Com isso, a ociosidade das fábricas instaladas no país, na média, indica chegar a 50% ou um pouco mais, considerando que há ainda alguns projetos entrando em operação. Ao todo, o país tem 23 fabricantes e uma capacidade indo além de 100 milhões de toneladas/ano.

Neste ano, novas unidades fabris, como a de Arcos (MG), da Cia. Siderúrgica nacional (CSN), com mais de 2 milhões de toneladas anuais, foram inauguradas. Em maio, a Votorantim Cimentos pôs para operar uma fábrica em Primavera (PA), de 1,2 milhão de toneladas. Além de projetos de expansão de outros fabricantes.

Crise bateu forte
Em outubro, o mercado registrou seu maior baque mensal de vendas desde o início da crise ­ decréscimo de 18,1%, tomando por base o mesmo mês de 2015. No acumulado de dez meses, o volume comercializado somou 47,9 milhões de toneladas, com recuo de 13,4% sobre igual período de um ano atrás. A média das vendas diárias, considerada um termômetro mais realista do mercado, mostrou acentuação do esfriamento da demanda ­ 14,5%, conforme dados preliminares do SNIC.

A crise bateu tão forte sobre o setor que uma grande cimenteira, com atuação no Brasil e no exterior ­ InterCement /Cimpor, controlada pelo do grupo Camargo Corrêa ­, encerrou o período janeiro a setembro com queda de 19,2% nas vendas no mercado brasileiro, conforme balanço divulgado.

"As condições que garantiram a expansão do mercado cimenteiro no país de 2005 a 2014 ruíram todas ­ emprego e renda das pessoas em alta, juros e inflação em patamares baixos, crédito em condições competitivas, entre outras", afirma José Otávio de Carvalho, presidente do SNIC. O consumo saltou 80%, saindo de 40 milhões de toneladas.

Do auge à crise imobiliária
Ele informa que, no auge do consumo brasileiro de cimento, 70% das vendas se destinavam ao segmento de edificações: construção de imóveis residenciais, comerciais e industriais. O restante era distribuído para obras de infraestrutura e para o varejo (utilização em reformas e ampliações).

"Não vejo perspectivas de retomada tão cedo dessas variáveis macroeconômicas", diz o executivo do SNIC. Segundo Carvalho, as incorporadoras têm ainda um grande volume de distratos de imóveis vendidos e não têm mercado para investir fora do país. "É preciso que a população volte a ter emprego e renda para ter confiança na aquisição de imóveis".

Para Carvalho, a única saída que sobra para alentar o mercado é por meio de obras de infraestrutura, seja reativando programas como o PAC ou com oferta de concessões. Os Estados estão quebrados financeiramente e grandes empreiteiras (que foram importantes gestores de projetos no setor) estão sem capacidade de movimentação após a Lava-­Jato.

O cenário de incerteza política e econômica travou o setor da construção ­ em infraestrutura e edificações ­, atingindo em cheio o consumo de cimento. Somou­se a isso os efeitos da expansão da capacidade de produção (novos entrantes), levando a um aumento da concorrência, com forte impacto nos preços de venda. Mas, avalia o executivo, isso é ruim para as empresas, pois ninguém compra mais cimento só porque o preço baixou e vai estocar.

Para Carvalho, tudo indica que teremos algo parecido com a crise do petróleo, no início dos anos 80, quando a indústria teve quatro anos seguidos de queda nas vendas, voltando a se recuperar somente três a quatro anos depois. Ou seja, o patamar de consumo de 2014 poderá se repetir apenas em 2021/2022. "Continuamos sem enxergar o fundo do poço", afirma o executivo.

A situação do mercado, com excesso de oferta de capacidade de produção, já leva especialistas a avaliar que pode ocorrer uma onda de consolidação de ativos no setor se a situação continuar se agravando e a concorrência ficar ainda mais acirrada.

(Valor Online - Empresas - 18/11/2016)

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9 comentários:

  1. Os estoques de imóveis para vendas e locações estão elevados, qualquer aumento na construção irá aumentar os estoques. Portanto a recuperação no setor de cimento somente ocorrerá com a redução dos estoques atuais de imóveis prontos. Não podemos esquecer que muitas unidades que estão sendo terminadas entrarão no mercado em breve, fato que juntamente com os distratos contribuirá para aumentar ainda mais os estoques. Existe saída sim: Reduzam os preços dos imóveis, pois nos níveis atuais ninguém comprará. Estamos aguardando preços reais para pensar em comprar.

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  2. Nem se o Brasil sair da recessão os preços voltam a subir. A verdade que ninguém quer dizer é que os preços da moradia (tanto venda quanto aluguel) subiram duas, três vezes mais que a renda desde 2007. O resultado ta aí, o setor parece um país arrasado depois de uma guerra.A única saída possível é amargarem prejuízos por um tempo, vendendo pelo quanto der, tentando fechar a conta mês a mês, evitar se endividar mais ainda e quem sabe não precisa pedir recuperação judicial. Quanto mais resistência à aceitação da situação próxima da explosão de falências tiverem as construtoras (que parecem aguardar descer um profeta do céu com a solução), pior será na hora da quebra, pois a cada dia, a cada minuto, a cada mês pioram as condições da população de comprar sua caixinha de fósforo. A escolha é só delas: quer quebrar gostoso ou quer tentar se salvar?

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  3. Tentem vender com redução de 40% para ver o que acontece. Acho que aí aparecerão alguns compradores.Mesmo assim os estoques continuarão muito alto.

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  4. Ap de 46m2 em Jundiaí-SP por 190 mil..isso porque é bem simples do MCMV
    Só podem estar loucos....financiado em 30 anos chega a 320 mil...
    Gracas a Deus tive tempo de pular fora desse barco furado...essa areia com cimento não vale mais que 100 mil..
    Preciso de um imóvel, mas só um pouco compra nas condições atuais ....
    Desejo a todos muita sabedoria e conhecimento para não ficar 30 anos sofrendo financeiramente!

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  5. È muito mais negócio comprear um terreno e construir......

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    1. Nós preços que os terrenos estão? Nada hoje é bom negócio. Por culpa das construtoras, os terrenos inflaram muito de preços nos últimos anos e apenas nesses últimos dois anos começaram a reduzir.

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    2. Realmente o melhor é construir mesmo, mas o preço dos terrenos podem encarecer um pouco, e claro, dependendo do padrão de construção o imóvel pode ficar bem caro, pois o que mais gasta na construção é o tipo de acabamento, padrão alto é caro mesmo, padrão médio já pode caber no bolso. Em todos os casos tem que pesquisar

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    3. Não fica caro.
      Eu paguei 150.000 em um lote de 200m e gastei 150.000 para construir uma casa de 140m.
      Total 300.000.
      Preço de um apartamento de 50 metros quadrados

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