Catorze obras da PDG, em seis estados estão paradas: Amazonas, Pará, Maranhão, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. São quase quatro mil apartamentos nessa situação, pouco menos da metade dos projetos da empresa
O pedido de recuperação judicial da PDG, uma das maiores construtoras e incorporadoras do país, deixou muitos compradores de imóveis em suspense.
O pedido de recuperação judicial da PDG, uma das maiores construtoras e incorporadoras do país, deixou muitos compradores de imóveis em suspense.
Da janela do apartamento onde vive, pagando aluguel, em Belém, o empresário Swami Paes tem vista para onde deveria estar morando: “Era para ser entregue em 2013, então nós fizemos compras de modulados, eletrodomésticos, móveis todos e está tudo entulhado”.
A piscina, onde nenhum morador pôde nadar até agora, está abandonada. “Nós casamos, nos programamos, fizemos um planejamento e esse planejamento nos foi tirado, arrancado”, relata o contador Elton Sena.
Tem gente com esse mesmo sentimento em várias cidades do país. Catorze obras da PDG, em seis estados estão paradas: Amazonas, Pará, Maranhão, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. São quase quatro mil apartamentos nessa situação, pouco menos da metade dos projetos da empresa.
Um deles seria o apartamento do aeronauta Eduardo Pereira, no Rio de Janeiro, mas em vez do prédio, só tem mato. Ele já tinha pago R$ 70 mil quando, por email, a PDG disse que ia suspender a cobrança das prestações: “Já esperava esse email porque a entrega das chaves seria mês que vem, abril de 2017, então não foi tanta surpresa assim esse email”.
Ver estagnado um projeto onde se investiu dinheiro e expectativas e não poder fazer nada, além de esperar, é a situação dos clientes da PDG. O processo de recuperação judicial blinda a empresa de cobranças e execuções. É uma tentativa de dar um fôlego para a empresa apresentar um plano de recuperação e explicar como vai voltar a honrar seus compromissos.
Do auge à queda
A PDG nasceu em 1998, como uma sociedade anônima de capital fechado e cresceu rápido. Fez parcerias em 2003 e, em 2007, otimista com o setor imobiliário, abriu o capital e passou a ofertar ações, se tornando a maior empresa do ramo na bolsa de valores.
A PDG nasceu em 1998, como uma sociedade anônima de capital fechado e cresceu rápido. Fez parcerias em 2003 e, em 2007, otimista com o setor imobiliário, abriu o capital e passou a ofertar ações, se tornando a maior empresa do ramo na bolsa de valores.
Com a desaceleração das vendas, a partir de 2014, a empresa começou a ter problemas financeiros e atrasar ou paralisar as obras. O auxiliar de enfermagem Alcindo Militão dos Santos, que comprou um apartamento em Santo André, no ABC paulista, pediu anulação do contrato e o dinheiro de volta.
Distratos com a PDG cresceram muito nesse período (de 23% em 2014 para 101% em 2016) e as vendas despencaram 64% entre 2014 e 2016. “Como um pobre mortal brasileiro, eu acho que infelizmente não só eu, mas centenas de pessoas perderam o dinheiro”, lamenta Alcindo.
A PDG não quis gravar entrevista. Em nota, afirma que "o plano de recuperação judicial tem como objetivo recuperar sua rentabilidade" e que "pretende dar continuidade às obras em andamento".
Para os credores, a empresa pedir recuperação judicial é preocupante, mas não é pior dos cenários, segundo o especialista em estratégia empresarial, Fernando Luzio: “Agora é a melhor chance que eles têm de proteger o seu investimento, porque é a recuperação judicial que garante que a empresa não vá desaparecer, não vá quebrar. Porque em um risco de uma falência é pior pra todo mundo”.
O plano de recuperação deverá obrigatoriamente prever como a empresa vai pagar seus credores, inclusive os donos de imóveis. O juiz Daniel Carnio Costa, da primeira vara de falências e recuperações judiciais de São Paulo solicitou uma auditoria na documentação apresentada pela PDG e não há prazo para que a Justiça responda se aceita ou não o pedido da empresa.
(Portal G1 - Jornal Hoje - Notícia - 02/03/2017)
VEJA VÍDEOS SOBRE O ASSUNTO AQUI NO BLOG OU PELO LINK
Nada novo...
ResponderExcluirSe esses 666 tivessem procurado no Dr GOOGLE as palavras: bolha imobiliária, mercado imobiliário em 2015, 16, 17..,crise no mercado imobiliário, distratos, etc...
Agora é preparar para um pesadelo de 20 anos, no mínimo.
Quem ainda duvida que os ativos já estão na Itália há muito tempo?
Só ficaram o rescaldo.
3 observações:
ResponderExcluir1 - "O plano de Recuperação Judicial tem como objetivo recuperar sua rentabilidade
... pretende dar continuidade às obras em andamento".
ACREDITO veemente que terá MUITOS que irão continuar a confiar naquela empresa. Brasileiro é um povo desinformado e age pelo "coração". Porém, é mais fácil chora que sentar a B.... na frente do PC e pesquisar/estudar/ler/compreender.
2 - E como fica aqueles que um dia VENDEU a estes compradores o "sonho da casa própria"? Sabemos de quem se fala! Vai valorizar eternamente? Melhor investimento? Quem compra terra nunca erra?.... e por aí vai! >>> R: Não sabia? Sei!<<< - Resposta antecipada.
3 - No final e nas entre linhas, um "ixpecialista" alerta que essa é a melhor hora para comprar PeDeGe. Tanto imóvel, quanto ações em bolsa.
Alguém poderia me responder pelo menos a 2 opção.
Vlw!
A resposta da questão 02 é fácil!
ResponderExcluirR: Os Corvos avarentos. Os coitados dos consumidores vão ligar pra eles e eles já decoraram a resposta:
A empresa vai se recuperar (...);
O dinheiro será devolvido (quando não se sabe);
A valorização vai compensar os problemas;
Ou então... não temos nada com isso, apenas representamos a empresa.
Triste sina de brasileiros que enfrentarão décadas de sofrimento igual à ENCOL.
O Brasil precisa por fim à precariedade das negociações de imóveis na planta. A causa do problema está aí...
ResponderExcluirO sistema atual incentiva a especulação, expõe excessivamente o comprador de boa-fe a (todos) os riscos do mercado (da insolvência da construtora à alteração da situação da economia do país, inclusive das regras de financiamento) durante a obra e, como está provado agora, retira a previsibilidade do fluxo de caixa das construtoras (o volume de vendas das construtoras revelou-se uma peça de fantasia - só se torna real a partir da efetivação das opções de compra, após a entrega dos imóveis), podendo leva-las à ruína.
"garante que a empresa não vá desaparecer, não vá quebrar" já quebrou!!!!! Já era!!! Qual será a próxima? Será que o governo "bonzinho" vai "ajudar" cada uma delas? Empresas privadas com dinheiro público. Pode isso? Com certeza o governo terá a "solução" para as empresas que contribuem com o progresso do Brasil!! Bonito né?!!
ResponderExcluirO cara diz que a empresa não vai quebrar?
ResponderExcluirJá quebrou.
Não há recuperação se não baixarem os preços.