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quinta-feira, 20 de abril de 2017

O Globo: Crise, fatores locais e "efeito PDG" derrubam setor imobiliário no Rio

O pedido de recuperação judicial da PDG contribuiu para que um cenário crítico se desenhasse na Barra da Tijuca. [...] Os proprietários se organizam para enfrentar o momento de crise enfrentado pela empresa com a Associação de Defesa dos Condôminos e Credores da PDG (ADCPDG) [...] Muita gente foi enganada. Sinceramente, não acredito que a PDG vá sair dessa

Em 2013, os investimentos feitos por toda a cidade para a realização da Rio-2016 inspiraram o então prefeito Eduardo Paes, que, apostando em uma espiral de valorização dos imóveis, encomendou à Estrela uma versão carioca de um clássico dos jogos de tabuleiro. Assim surgiu o Banco Imobiliário Cidade Olímpica, distribuído para crianças da rede municipal de ensino. Contrariando o prognóstico, porém, um ano após o megaevento esportivo, o segmento enfrenta o momento mais delicado de uma crise prolongada, facilmente perceptível na Barra da Tijuca. O bairro, que abriga o Parque Olímpico, foi também o que mais recebeu empreendimentos comerciais e residenciais. Boa parte deles segue vazia, à espera de compradores e ocupação.

O pedido de recuperação judicial da PDG contribuiu para que um cenário crítico se desenhasse na Barra da Tijuca. Fica no bairro o principal empreendimento da construtora na cidade, o The City Business, na Avenida Embaixador Abelardo Bueno. O complexo reuniria três prédios comerciais, atualmente semiprontos, e um shopping que ainda não começou a ser erguido. Ao todo, são 1.044 salas. Do total, 640 já foram compradas. Os proprietários se organizam para enfrentar o momento de crise enfrentado pela empresa com a Associação de Defesa dos Condôminos e Credores da PDG (ADCPDG), constituída em fevereiro deste ano.

A entidade já representa cerca de 140 proprietários. E, aos poucos, começa a receber também a adesão de compradores de imóveis da construtora em outros empreendimentos da região, como o Expert Suite Services, na Estrada dos Bandeirantes, em Jacarepaguá; e o Grand Family Condomínio Club, em Vargem Grande. Advogado do grupo, que recorre à Justiça para garantir a entrega das unidades, José Roberto Soares de Oliveira explica que a intenção é fazer com que uma outra empresa dê continuidade às obras.

Efeito Encol
— Desde a quebra da Encol, as incorporações são protegidas pelo patrimônio de afetação: uma legislação que determina que o dinheiro arrecadado pelas construtoras em lançamentos vá diretamente para as obras. Assim, os proprietários não estão entre os 23 mil credores da PDG; as compras não estão atreladas à recuperação judicial. O ideal é que outra empresa assuma as obras e as conclua, uma vez que a recuperação judicial pode durar entre 180 e 360 dias, antes de uma possível transformação em falência — analisa.

O cirurgião geral Armindo Fernando Costa, presidente da Associação de Médicos da Barra da Tijuca (Amebarra), adquiriu em 2014 uma sala comercial no The City Business. A ideia era que o espaço, avaliado em cerca de R$ 300 mil, fosse utilizado pelo filho, recém-formado em Medicina, como consultório. Indignado com o tratamento dado pela empresa aos clientes e com a paralisação das obras, ele decidiu mobilizar outros clientes da PDG.

— Realizamos nossa última assembleia no dia 9. Tenho explicado aos condôminos que, isoladamente, ninguém tem chance de vencer uma gigante do setor imobiliário como a PDG. Para obtermos alguma coisa, precisamos atuar em conjunto. Eu fui um dos cem primeiros compradores, aos quais foram oferecidas vantagens, como isenção de condomínio e taxas por dois anos. Na ocasião, houve um lançamento cinematográfico de tão impressionante. Muita gente foi enganada. Sinceramente, não acredito que a PDG vá sair dessa. A dívida da empresa é muito grande — afirma.

Em nota, a PDG diz que tem atualmente 20 obras, a maioria em São Paulo e no Rio. Dessas, três devem ser entregues aos clientes em breve e três estão em andamento, entre elas, a do The City Business. As outras 14, esclarece, estão paralisadas, aguardando a negociação entre a construtora e os bancos financiadores, no âmbito da recuperação judicial.

Com dívida bilionária, PDG não é exceção
No pedido de recuperação apresentado em fevereiro na 1ª Vara de Falências de São Paulo, a empresa informou ter dívidas de R$ 6,2 bilhões. A situação enfrentada pela PDG não é exceção em meio à crise política e econômica do país. Divulgada no início do ano pela Associação de Dirigentes do Mercado Imobiliário, a Pesquisa Ademi compara os dados de lançamentos do ano olímpico com os do ano anterior. Embora o número de lançamentos em toda a cidade tenha crescido, sobretudo os de imóveis residenciais, que passaram de 5.857 para 7.329, no bairro ele diminuiu de 409 para 87. Entre as unidades de perfil comercial, a queda foi abrupta: foram 142 lançadas em 2015, contra nenhuma em 2016.

Presidente da Ademi, Cláudio Hermolin diz que a redução dos lançamentos está relacionada a uma superoferta disponibilizada nos últimos anos, em virtude dos Jogos Olímpicos. Mas pondera que outros problemas afetaram o mercado na região, como o impasse na definição do Plano de Estruturação Urbana (PEU) das Vargens.

— Até 2014, a região de Barra da Tijuca, Jacarepaguá e Recreio era campeã de lançamentos e, também, de vendas. Ela sempre absorvia os novos empreendimentos, mas isso foi mudando com a crise, e o mercado reagiu, reduzindo o número de lançamentos. O PEU das Vargens também imobiliza uma grande área porque, apesar de o nome atrelá-lo a Vargem Grande e Vargem Pequena, sua abrangência começa já a partir da Avenida Abelardo Bueno. É uma área muito grande, capaz de absorver lançamentos de diversos tipos, para os mais variados públicos — afirma.

Preços em queda e vacância recorde
O Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro (Secovi-Rio) divulgou na semana passada sua Pesquisa de Cenário Imobiliário da Barra da Tijuca e Adjacências. O estudo mostra que, embora a Barra continue a ser o bairro com o maior valor médio de metro quadrado para locação residencial na região, o valor da unidade caiu 7% de janeiro de 2016 a março deste ano. No segmento comercial, a desvalorização foi de 15,5%. 

Vice-presidente do Secovi-Rio, Leonardo Schneider reforça que o momento de crise beneficia os clientes com liquidez, que podem obter vantagens importantes nas negociações e se tornam mais fortes no momento de apresentação de uma proposta de negócio.

— O valor do metro quadrado para aluguel retrocedeu aos patamares de 2012. O número elevado de lançamentos, unido à crise, produziu um cenário único. Hoje, temos uma taxa recorde de vacância de imóveis comerciais no Rio: ela está na faixa dos 35%, e talvez seja ainda maior na Barra, que abriga a maior parte dos novos empreendimentos. Em um bom momento econômico, essa taxa oscila entre 8% e 10%. Nossa previsão é que a cidade precise de cinco anos para absorver essa demanda, ou seja, até 2020. O mercado está totalmente nas mãos dos inquilinos e dos compradores — analisa.

A crise do mercado em números
87: Foi o número de unidades residenciais lançadas durante 2016, na Barra. No ano anterior foram 409. A queda aconteceu em um ano em que aumentou o número de lançamentos no restante da cidade.

15,5%: Foi a depreciação do metro quadrado de imóveis comerciais entre janeiro de 2016 e março deste ano no bairro.

7%: Foi a redução no valor médio do metro quadrado residencial na região. A exceção ocorreu no Jardim Oceânico, área valorizada graças à inauguração da Linha 4 do Metrô.

35%: É a taxa de vacância de imóveis comerciais em toda a cidade. Especialistas estimam que ela seja ainda maior na Barra, devido aos lançamentos para a Rio-2016. Em um bom momento econômico, o índice costuma oscilar entre 8% e 10%.

2020: É quando, segundo estimativa do Secovi-Rio, a cidade terá conseguido absorver todos os lançamentos imobiliários feitos com ênfase nos Jogos Olímpicos de 2016.

Prédios olímpicos fracassam
Entre os empreendimentos construídos em função da Olimpíada, chamam a atenção o desempenho aquém do esperado do Pontal Oceânico, onde dois condomínios serviram à Vila de Mídia; do Riserva Golf, vizinho ao campo de golfe olímpico; e do Ilha Pura, que foi a Vila dos Atletas.

Os planos para o Ilha Pura eram ousados. Durante as obras, os responsáveis pelo empreendimento, as construtoras Carvalho Hosken, dona do terreno, e Odebrecht, afirmavam que o complexo seria a maior área residencial da região. Foram feitas 3.604 unidades, em 31 prédios, em um terreno de 820 mil m². Atualmente, porém, o espaço é uma grande exposição de blocos de concreto. Segundo dados das construtoras, 300 unidades foram postas à venda, ainda em 2014, e, destas, 40% chegaram a ser comercializadas. O número representa 6,6% de apartamentos ocupados entre todos os prontos. No segundo semestre, as chaves começarão a ser entregues, e haverá oferta de mais unidades.

Em uma entrevista no ano passado, Carlos Carvalho, dono da Carvalho Hosken, disse que a região fora planejada para moradores de alto poder aquisitivo. Aparentemente, porém, o custo elevado dos apartamentos se tornou em um dos problemas para a comercialização.

— Fizeram imóveis amplos, com valor do metro quadrado muito alto. Lá, um apartamento de mais de 100m² sai a pelo menos R$ 1 milhão; é difícil haver público para isso. Pelo que ouvi, vão tentar mudar a estratégia, tornando-a mais agressiva e apostando nas locações com opção de compra, em que o aluguel é absorvido na hora da venda. Outra alternativa possível é tentar vender unidades para cooperativas habitacionais, empurrar para Forças Armadas, Petrobras, algo assim. Acho que superestimaram o empreendimento, pensando que ele seria facilmente vendido, como aconteceu com a Vila do Pan, mas os apartamentos aqui são totalmente diferentes — afirma o administrador Rogério Appelt, que trabalha com estudos de terrenos para incorporadoras e que mora na região.

(O Globo - Rio - Bairros - 20/04/2017)

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21 comentários:

  1. Outros fatores também contruem

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  2. Abaixem os preços que o setor comece a andar

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    1. Nem abaixando preço resolve a "Motumbada Carioca"..tem que vender o "Hell de Janeiro Faixa de Gazza" para algum país mais sério....de preferência com treinamento em "Guerrilha"...kkkk

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  3. Apto com 40 metros quadrados a 300k
    Não venderão nunca

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  4. "Boa parte deles segue vazia, à espera de compradores e ocupação."
    Issa lembra uma reportagem do "history channel"..O MUNDO SEM NINGUEM...KKKKKKKKK...virou "RIO SEM NINGUEM"...pior ainda...coisa de Brazuela à vista.

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  5. "Fizeram imóveis amplos, com valor do metro quadrado muito alto. Lá, um apartamento de mais de 100m² sai a pelo menos R$ 1 milhão; é difícil haver público para isso. Pelo que ouvi, vão tentar mudar a estratégia, tornando-a mais agressiva e apostando nas locações com opção de compra, em que o aluguel é absorvido na hora da venda. Outra alternativa possível é tentar vender unidades para cooperativas habitacionais, empurrar para Forças Armadas, Petrobras, algo assim. Acho que superestimaram o empreendimento, pensando que ele seria facilmente vendido, como aconteceu com a Vila do Pan, mas os apartamentos aqui são totalmente diferentes — afirma o administrador Rogério Appelt, que trabalha com estudos de terrenos para incorporadoras e que mora na região."

    A MELHOR OPÇAO E: VENDER O RIO PARA OS CHINESES....KKKK

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  6. Vice-presidente do Secovi-Rio, Leonardo Schneider reforça que o momento de crise beneficia os clientes com liquidez, que podem obter vantagens importantes nas negociações e se tornam mais fortes no momento de apresentação de uma proposta de negócio
    OBS:E BARCA FURADA KKKKKKKKKKK...

    — O valor do metro quadrado para aluguel retrocedeu aos patamares de 2012. O número elevado de lançamentos, unido à crise, produziu um cenário único. Hoje, temos uma taxa recorde de vacância de imóveis comerciais no Rio: ela está na faixa dos 35%, e talvez seja ainda maior na Barra, que abriga a maior parte dos novos empreendimentos. Em um bom momento econômico, essa taxa oscila entre 8% e 10%. Nossa previsão é que a cidade precise de cinco anos para absorver essa demanda, ou seja, até 2020. O mercado está totalmente nas mãos dos inquilinos e dos compradores — analisa.
    OBS : QUE FIQUEM COM ESSE MIÇÃO NAS MÃOS....KKKKK

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  7. Vish..Muitos propriotários serão "MOTUMBADOS"...,pois estão de "QUATTRO"...devido o "TOMBO"...causado pelo "TROPEÇO"...alguns serão "KAMIKAZES"...

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  8. Quem ri da desgraça alheia atrai desgraça para si...

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    1. Corvo detectado!
      Não venha tentar comprar a consciência dos incautos Satanás.
      Estamos rindo de todos que ficavam enganando o povo, vendendo sem nenhuma vergonha, apartamentos de 40 metros quadrados, por 280.000.
      Estamos rindo das imobiliárias que eram sagazes, arrogantes, cínicos, traiçoeiros, desonestos.
      Faziam de tudo por 6%.

      Agora chegou a nossa vez, vamos cuspir o lixo de volta.

      Morram abraçados em seus tijolos.

      Essa é para os Corretores que não vendem nem para o ☕ kkkk 😂 😂 kkkk 😂 😂 😂 kkkk 😂 😂.

      Agora, quem não quer sair do aluguel sou eu.

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    2. A ganância extrema e que atrai coisa ruim .Tudo que e demais faz mal,ate dinheiro demais faz mal,pois deixam de ser gente boa.Resumo: ganancia e uma doença,sempre quer mais,mais,mais,mais,mais.....Não acumulem tesouros nessa terra...não adianta nada.

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    3. Tempo não e dinheiro,tempo e vida...Quem sabe agora aprendam a não esfolar o trabalhador com suas mentiras de valorizaçao 30%aa.

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  9. Pode baixar preço, baixar juros e o mais que fizerem!!
    Se não tiver emprego nada vai rolar, entendam, emprego e não subemprego...
    E se tiver emprego o 2° passo do povo é pagar as dívidas...depois voltar a comer bem.....depois voltar os filhos pra escola particular....depois voltar a se vestir....talvez comprarão imoveis....talvez....daqui uns 15 a 20 anos

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    1. esqueceu de carro e smartphone, brasileiro que é brasileiro precisa arrotar caviar...

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  10. Redução dos preços seráo inevitaveis,"Não tem saída".Quem ja pagou para investir vai perder,quem está pagando,o melhor e parar de pagar, e quem só deu entrada pare pagar, pois os preços irão desabar para se ajustar ao bolso dos brasileiros.Porém demorara uns 8 anos esse ajuste, o "de volta para o passado",pois necessitará de emprego e renda pra continuarem os projetos.Automoveis idem,Bens duráveis idem também...700,00 o m2 estaria de bom tamanho pra girar o mercado imobiliário,mas ganância dos "corvos", deixou essa herança maldita, acabando com o sonho da casa prória.

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  11. q nada, é so os juros baixarem q voltam os gananciosos (especuladores) a comprar, eles estao escondido agora, mas continuam gananciosos, pessoas com poupança de 20 mil reais se achavam investidores, a culpa de tudo isso ai são das construtoras e dos gananciosos , um se achando investidor, queriam multiplicar o dinheiro na compra do imovel e a construtora vendia essa ilusão...

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  12. Çaldadi da curtura do Corvo véi...

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  13. Kkkkkkkkk.

    O apartamento da porta do lado do meu está a 4 anos vazio e o cara já baixou bastante ninguém queR.

    Ele me ofereceu o apartamento dizendo que eu deveria fazer dúplex.

    Kkkkkkkkk....tô bem tranquilo

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  14. Quem compra terra só se ferra!!!!!

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  15. Aparece aí corvo, queremos dar mais risada...

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