"O que acontece é que o desemprego ainda é grande e a queda na renda é o que mais afeta esse setor. A gente vê muita gente até precisando comprar um imóvel, mas sem condições de arcar com o custo de tudo isso"
O crédito imobiliário caiu 8,8% nos sete primeiros meses do ano comparado
a igual período de 2016. Apesar do avanço de 4,3% em pessoas físicas, a queda
dos empréstimos para empresas em 54,4% no período liderou as baixas do setor.
Os últimos dados do Banco Central apontam que somados os financiamentos de
pessoas físicas e jurídicas, o recuo do volume de crédito saiu de R$ 60,287
bilhões de janeiro a julho do ano passado para R$ 54,935 bilhões em igual
intervalo deste ano.
De acordo com a sócia-diretora da Akamine Negócios Imobiliários, Daniele
Akamine, o pequeno fôlego no crédito das pessoas físicas ainda não é suficiente
para sustentar a retomada do setor exatamente pela renda ainda baixa da
população.
"O que acontece é que o desemprego ainda é grande e a queda na renda
é o que mais afeta esse setor. A gente vê muita gente até precisando comprar um
imóvel, mas sem condições de arcar com o custo de tudo isso", avalia.
As concessões para pessoas físicas saíram do valor de R$ 46,786 bilhões
nos sete primeiros meses de 2016 para R$ 48,782 bilhões neste ano. Já os juros
ficaram em 9,2% ao ano em julho, contra 11,3% do mesmo mês de 2016, uma queda
de 2,1 pontos percentuais.
A executiva pondera que mesmo com a redução dos juros para o financiamento
o pela maior parte dos bancos, o movimento ainda é restrito.
"Além disso, a falta de confiança também influencia, principalmente
porque quando o País começou a sentir uma pequena retomada, veio a crise em
maio. É como se fosse um jogo de tabuleiro, onde todo mundo voltou para o
início por causa de uma jogada errada", acrescenta Akamine.
Para pessoas jurídicas, o impacto foi ainda pior. Os financiamentos para
empresas saíram de R$ 13,501 bilhões nos sete primeiros meses de 2016 para R$
6,153 bilhões no mesmo intervalo deste ano.
Apesar disso, informações da Associação Brasileira das Entidades de
Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) sinalizam alta de 19,8% no valor das
contratações por recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE)
para construção, em junho contra igual mês de 2016, da cifra de R$ 711 milhões
para R$ 872 milhões. Estão contabilizados, porém, recursos direcionados para
reformas e materiais.
A eterna expectativa
Para o professor de economia do Mackenzie Agostinho Pascalicchio, apesar
da melhora pontual no segmento de construção civil, os financiamentos demoram a
retomar.
"Mesmo com os estoques, o mercado vem mostrando uma nova tendência de
lançamentos, muito mais modestos em relação à metragem e custos. Isso é o que
tem mantido os empréstimos pontuais de períodos recentes e, mesmo que tênue,
deve mostrar crescimento", comenta o professor.
Segundo o especialista do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais
(Ibmec) Walter Franco, no entanto, a queda consecutiva na Selic deve começar a
alavancar a demanda.
"Estamos caminhando para uma redução natural no custo do empréstimo
imobiliário num médio e longo prazo. A economia ainda não decolou, mas os
empresários já esperam a sinalização de confiança necessária para voltar a
investir", afirma Walter Franco.
Para pessoas jurídicas, por sua vez, as taxas de juros cobradas
demonstraram queda de 2 pontos percentuais, saindo de 13,3% a.a. em julho do
ano passado para 11,3% a.a. em igual mês de 2017.
Impactos no funding
Segundo os especialistas consultados pelo DCI, porém,
há preocupação com o impacto da possível cobrança de imposto de renda em letras
de crédito imobiliário (LCI), consideradas pelo governo para amenizar o déficit
primário, já em R$ 159 bilhões para 2017.
"O LCI foi o instrumento mais utilizado como funding do setor nos
últimos anos e tirar a vantagem de isenção do imposto de renda seria afastar o
aplicador que concentra seus recursos nessa ferramenta, uma vez que a
rentabilidade seria afetada. Isso traria uma menor captação por esse
meio", analisa Pascalicchio.
Para Franco, no entanto, apesar de o movimento limitar apetite de
investidores, parte da captação das instituições financeiras seria compensada
com a migração dos recursos para a poupança, situação que já tem acontecido de
maneira mais forte nos últimos 40 dias.
"Afeta de alguma forma, com certeza, mas o sistema financeiro ainda
teria como fazer concessões. O ajuste vem mais pelo cenário macro", diz.
Nessa linha, Akamine afirma que a melhora deve vir a partir de 2018.
"No segundo semestre o crédito para pessoa física já deve ter melhora. As
empresas, no entanto, ainda sofrem por mais tempo, talvez só em 2019",
conclui a executiva.
(Portal DCI - Finanças - 29/08/2017)
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Se depender de mim a estatística continua em queda livre.
ResponderExcluirEstou me preparando para comprar em 2026. Quando o metro quadrado tiver em R $280,00.
Logo os "ex-bolhudis" seráo brinde, pra se livrar das despesas...kkkk Que fim trágico Brazuelense.Sem imóvel,sem carroça,sem emprego, sem renda,sem transporte,sem saúde.sem nada.CRUELLLLLLLLLLL...
ResponderExcluirNo Hell temos vendas portuguesas> Paga 700 mil e vende por 150 mil... agora não sei que e mais doido, o que vende ou quem compra...kkkk...corvos piram...
ResponderExcluirVision, KD vc......?