Mas se tem gente precisando vender de um lado, do outro tem gente com muita dificuldade em comprar. Os negócios imobiliários, que são de longo prazo e envolvem muito dinheiro, dependem de confiança e financiamento, duas coisas que andam difíceis
As dificuldades do mercado para quem compra e vende imóveis estão exigindo
paciência de compradores e de vendedores na hora da negociação. Algumas
imobiliárias estão convencendo os donos dos imóveis a baixar os preços e os
descontos podem chegar a 30%.
A casa comprada há quatro anos para abrigar a família foi morada de um
sonho realizado para Charlyton Feitosa: “Foi bom por conta do imóvel, do
bairro. Agora, nesse momento, eu vou ter que me desfazer do meu sonho pra
tentar seguir novos horizontes, melhorar e sair da crise”.
Há onze meses, Charlyton, que é empreiteiro, não pega uma grande obra: “Eu
me descapitalizei e agora preciso vender meu imóvel pra tentar voltar pro
mercado com capital próprio”.
Ruim pra todo mundo
Mas se tem gente precisando vender de um lado, do outro tem gente com
muita dificuldade em comprar. Os negócios imobiliários, que são de longo prazo
e envolvem muito dinheiro, dependem de confiança e financiamento, duas coisas
que andam difíceis.
Não bastasse a lentidão da recuperação da economia, no mês passado a Caixa
Econômica Federal passou a financiar só 50% do valor dos imóveis usados e
suspendeu as chamadas operações com interveniente quitante, negociações
envolvendo imóveis que ainda tinham prestações a pagar. Nos últimos 12 meses, a
queda no número de financiamentos foi de 18% na comparação na comparação com
mesmo período do ano passado.
“É ruim para o mercado porque o momento hoje é de retomada, os sinais de
lançamentos, aumento das vendas. O mercado precisaria também do apoio do
sistema financeiro, principalmente da Caixa, que detém dois terços do
financiamento imobiliário. Então, é na contramão”, avalia Flávio Amary,
presidente do Secovi-SP.
Para reduzir os estoques de imóveis à venda ou até para alugar tem
imobiliária fazendo promoção. “Existe uma boa negociação, são descontos de até
30%, vão de 6% a 30%. Então, flexibilidade é a palavra de ordem aqui do
mercado”, afirma Elaine Fouto, diretora de uma imobiliária.
Charlyton, por exemplo, tirou R$ 50 mil do preço final da casa: “Dá cerca
de 8% do valor do imóvel. Vale porque eu preciso urgente do dinheiro para abrir
uma franquia para minha esposa e investir na minha empreiteira. Tem obras pra sair,
pra eu voltar ao mercado e quem sabe voltar a comprar o meu imóvel novamente,
no futuro”.
(Portal G1 - Jornal Hoje - Notícia - 13/10/2017)
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Quem sabe uma crise como essa traga um pouco de bom senso num mercado carente disso...
ResponderExcluirIsso já está acontecendo a um bom tempo, casas e aptos encalhados, que só vendem quando o proprietário cai na real...
ResponderExcluir