“A construção é de fato o destaque negativo na extinção de vagas. Começamos a ter alguns sinais incipientes de melhora no mercado de trabalho ao final do ano passado, mas as revisões para baixo na expectativa de geração de vagas passa pela decepção com a construção civil [...]"
Profissões ligadas à agropecuária e indústria têxtil foram as que tiveram
maior perda de fôlego nos 12 meses encerrados em junho de 2018, após terem
esboçado reação nos 12 meses imediatamente anteriores, terminados em junho de
2017. Já entre as dez profissões que mais destruíram postos de trabalho em 2017
e permanecem cavando o fundo poço em 2018, sete estão relacionadas à construção
civil.
Os dados são de um levantamento exclusivo, com base nas informações do
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho,
pedido pelo Estadão/Broadcast à Confederação Nacional do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo (CNC).
Entre os dez piores desempenhos, a profissão que proporcionalmente fechou
mais vagas dentro da construção nos 12 meses encerrados em junho foi a de
supervisores de construção civil, com demissão de 8.566 trabalhadores e queda
de 8,7% no pessoal ocupado com carteira nessa posição, após já ter dispensado
17.282 pessoas nos 12 meses anteriores. O total de trabalhadores formais
atuando com montagem de estruturas de madeira, metal e compósitos em obras
civis encolheu 5,2% nos 12 meses terminados em junho, 5.996 vagas a menos. A
terceira maior queda no pessoal ocupado, de 4,9%, ocorreu na profissão de
trabalhadores de estruturas de alvenaria, com 17.496 dispensados nos últimos 12
meses.
“A construção civil continua apanhando da baixa taxa de investimento, da
falta de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Um dos destaque foi a
queda nas vagas para engenheiros civis. Ou seja, mesmo os trabalhadores mais
qualificados não estão encontrando oportunidade de trabalho”, ressaltou Fabio
Bentes, chefe da Divisão Econômica da CNC e responsável pelo estudo.
Engenheiros
Foram eliminadas 2.110 vagas formais de engenheiros civis no
País nos 12 meses encerrados em junho, uma queda de 3,2% no total ocupado nessa
profissão em relação aos 12 meses anteriores, terminados em junho de 2017,
quando outras 6.189 vagas já tinham sido extintas. Em dois anos, mais de oito
mil engenheiros civis perderam o emprego com carteira assinada.
“A construção é de fato o destaque negativo na extinção de vagas.
Começamos a ter alguns sinais incipientes de melhora no mercado de trabalho ao
final do ano passado, mas as revisões para baixo na expectativa de geração de
vagas passa pela decepção com a construção civil. O setor ainda tem
dificuldades, tem fragilidades. É difícil prever alguma reação em termos de
emprego nesse setor”, avaliou Thiago Xavier, analista da Tendências Consultoria
Integrada, que reviu a previsão de geração de vagas do Caged para este ano, de
uma expectativa inicial de 600 mil novos postos para 350 mil vagas geradas.
Na semana passada, o Ministério do Trabalho divulgou dados do Caged para o
mês de junho que mostraram que o saldo entre geração e fechamento de vagas
ficou negativo pela primeira vez no ano, após cinco altas consecutivas. Foram
661 postos de trabalho destruídos.
Trabalhador da construção civil há 25 dos seus 51 anos de vida, Alexino
dos Reis Soares confirma a dificuldade de encontrar um trabalho com carteira
assinada na área. Tanto ele quanto o filho atuam na informalidade. Quando
raramente abre uma vaga, os salários costumam ser tão baixos que afugentam
candidatos, testemunha o trabalhador.
“Até tentei uma vaga para trabalhar num condomínio, porque a jornada era
boa, dava para sair cedo, mas o salário era muito baixo. Tem muita gente que eu
conheço em obra que prefere trabalhar por conta própria por causa disso, porque
pagam muito mal”, contou Soares.
(Estadão - Economia - Notícias - 23/07/2018)
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A coisa está difícil para a turma da construção civil. Deve estar bom para quem quer reformar o imóvel.
ResponderExcluirEssa notícia é terrível.
ResponderExcluiro BR precisamos de construir muita infraestrutura, estamos ficando pra trás na competição internacional.
o PT deu sorte de pegar uma fase de grande prosperidade mundial, desde 2009, que ainda dura até hoje com o vice da chapa 13 surfando nas exportações, basta melhorar o cambio que o setores que vendem pra fora sobem 30% as vendas do dia pra noite como é o caso da volks, mas isto não vai durar para sempre.
Na década de 80 ficou famosa a história real do "engenheiro que virou suco"
ResponderExcluiro cara formado na USP, especializado, experiente e tudo mais, não arrumava nada, construção congelada, escandalos de corrupção em Itaipu, Caparaó, ponte rio-niterói, bolha de imóveis estourada, recorde de calotes que quebrou o BNH (o MCMV da época)
O tal engenheiro pegou a onda natureba que estava começando. Foi vender suco natural na avenida paulista,