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terça-feira, 3 de abril de 2012

Resultados ruins, ações em queda e prejuízos bilionários

A Gafisa, quinta maior construtora residencial do país em receita, registrou a maior queda de suas ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em mais de três anos, após relatar prejuízo anual de R$ 1,093 bilhão, causado por cancelamentos de compras e provisões. Na esteira dos resultados ruins, divulgados no domingo, o setor de construção foi destaque de baixa na Bovespa, num dia em que o Ibovespa subiu 1,09%. As ações ordinárias (ON, com voto) da Gafisa caíram 4,19%, a R$ 4,12. Os papéis chegaram a cair 8,6%, para R$ 3,93, o menor nível em um pregão desde dezembro de 2008.

A empresa teve prejuízo de R$ 1,093 bilhão em 2011, após um lucro líquido de R$ 416 milhões no ano anterior. A Gafisa apresentou números preliminares não auditados, justificando que, após realizar "profunda análise dos impactos econômicos das mudanças estratégicas adotadas e da revisão orçamentária requerida (...), os auditores vão necessitar de tempo adicional para completar seus trabalhos". Os dados consolidados devem ser divulgados até dia 9.

O resultado foi afetado por ajustes de R$ 889,5 milhões, incluindo revisão de custos, provisões e cancelamentos - 69% na Tenda (unidade para baixa renda) e 31% na Gafisa. No quarto trimestre, a Gafisa reajustou o orçamento de custos de construção no valor de R$ 587 milhões, 6% da base original de custos totais. Com isso, o impacto nos resultados foi de R$ 440,9 milhões.
 
Os números "refletem a contínua deterioração" dos resultados da companhia, já que "grande parte dos ajustes foram deixados para o fim do ano", escreveram os analistas Guilherme Rocha, Daniel Gasparete e Vanessa Quiroga, do Credit Suisse Group AG, em relatório a clientes. "Com nível recorde de endividamento e com cenário futuro que não está claro, continuamos a recomendar cautela."

Segundo Luis Gustavo Pereira, estrategista da corretora Futura, os resultados das construtoras no quarto trimestre de 2011 já vinham decepcionando investidores. Por isso, os dados de ontem influenciam o mercado como um todo. A concorrente MRV ON perdeu 4,25% (R$ 12,40), maior baixa do Ibovespa. Também caíram Rossi ON (2,23%, a R$ 9,64), PDG ON (2,06%, a R$ 6,18) e Brokfield ON (1,37%, a R$ 5,75).

- O resultado da Gafisa serve de motivo para vender ações do setor - disse Pereira.

Uma das medidas adotadas para arrecadar fundos foi a venda de direitos creditórios de algumas das unidades já vendidas. A prática, normal no setor quando o imóvel está pronto, chegou a ser feita em empreendimentos não entregues, como o Quintas do Pontal, no Recreio dos Bandeirantes. Segundo fontes, é estranho que isso seja o feito com imóveis em construção.

- O mais provável é que eles estejam tentando arrecadar dinheiro para finalizar as obras. Mas se essas obras tiverem sido financiadas por agentes financeiros, é bem preocupante. Se está vendendo seus recebíveis, como a construtora vai pagar o financiamento ao agente bancário depois? - indaga um analista.

A desculpa de sempre
O Quintas do Pontal é uma das obras que a Gafisa tem dificuldade para finalizar. Algumas das 70 casas vendidas não começaram a ser construídas. Em nota recente, o grupo informou que concentrava esforços na entrega de unidades. E que um grande volume, que incluía o empreendimento, deveria ser entregue no primeiro semestre. A nota diz que o atraso deveu-se a problemas do setor, como falta de mão de obra e chuva além da média.

(O Globo - Rio de Janeiro/RJ - PRIMEIRO CADERNO - P. 23 - 03/04/2012)

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Um comentário:

  1. A recessão está chegando. Este é o primeiro sinal no setor que mais emprega no Brasil! Estamos ferrados!

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