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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O Tempo: Imóveis de luxo encalham em BH. Demora chega a dez anos

“Colocamos à venda há alguns anos, mas desistimos. Após investir na reforma na área de lazer, resolvemos tentar novamente agora, há cerca de dois meses”, informou a proprietária

Local preferido dos endinheirados do passado, a orla da lagoa da Pampulha ainda ostenta os belos casarões das décadas de 50 a 70, verdadeiros retratos da elite de Belo Horizonte na época. Os tempos mudaram, e, atualmente, quem percorre os cerca de 18 quilômetros da orla percebe que muitos deles estão vazios e vários disponíveis para alugar ou vender. A reportagem do jornal percorreu toda a orla da lagoa e verificou aproximadamente 40 imóveis e lotes com anúncios de venda ou aluguel. O valor das mansões varia de R$ 1 milhão a R$ 9,8 milhões, o que faz com que a oferta aumente, mas a procura, não. Alguns estão esperando comprador há dez anos.

Projetada pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer, o casarão da herdeira Flávia Simão é um exemplo claro. O imóvel construído por seu avô, Alberto Dalva Simão, apesar de sua história, está à venda há cerca de dez anos. “Acredito que o valor é que dificulta o negócio. Estamos pedindo R$ 7 milhões, mas ela foi avaliada em muito mais”, revela. Apesar da relíquia, o imóvel no bairro São Luiz, cuja obra ficou pronta em 1966, não é tombado pelo patrimônio público.

Os interessados em investir num imóvel desse porte devem desembolsar ainda um alto valor na manutenção, segundo explicou o cineasta Sânzio Machado, 39, morador de uma casa também no bairro São Luiz. Ele conta que observa o aumento da oferta de imóveis na região, alguns deles há três ou quatro anos parados. “Acho que é até normal um tempo como esse para vender, porque é caro viver em uma casa. É preciso empregados, investimento em segurança, reforma, ou seja, um custo muito alto”, disse.

Novas desculpas: documentação ou inventário
Para o advogado e corretor Sérgio Bontempo, diretor da Imobiliária Bontempo Netimóveis, a dificuldade na venda está na mudança da necessidade do comprador. “As pessoas que procuram imóveis nessa faixa de preço estão preferindo residir em prédios, por causa da segurança”, informa.

O entorno da lagoa é caracterizado ainda como zona unifamiliar, ou seja, só é permitida a edificação que abrigue uma só família, conforme o diretor da Gold Imóveis, Giovanni Barone, que tem forte atuação na Pampulha. Segundo ele, a imobiliária possui cerca de 70 imóveis em oferta na região da lagoa, mas nega que haja dificuldades de vendas. “O que pode acontecer são problemas na documentação ou no inventário, que dificulta a negociação”, disse.
Nem reforma ajuda a vender
Hoje, o morador convive com o mau cheiro, insetos, a falta de segurança e um fluxo cada vez maior de pessoas.

A má conservação do local afasta o morador da orla, segundo explicou a vice-presidente do CMI/Secovi-MG, Cássia Ximenes. “O comprador também evita adquirir um imóvel em que pague caro e, ainda, tenha que investir em reformas. Algumas das casas precisariam de uma verdadeira plástica”, brincou.

Foi por isso que a proprietária de uma casa à venda por R$ 2,65 milhões na orla, Ana Paula Paiva, decidiu reformar antes. “Colocamos à venda há alguns anos, mas desistimos. Após investir na reforma na área de lazer, resolvemos tentar novamente agora, há cerca de dois meses”, informou a proprietária.

(Jornal O Tempo - Capa - Economia - 05/02/2015)

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2 comentários:

  1. 10 anos vivendo no mundo de Alice e ainda não acordaram?

    Brasileiro adora rasgar dinheiro mesmo.

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  2. Quem vai pagar 7 milhões numa casa hoje em dia?
    Quem tem essa grana pra queimar vai comprar seu próprio terreno em um condomínio fechado e construir a casa do jeito que quiser.
    Podem pôr o valor para 1 milhão que ainda não vão vender.

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