“Colocamos à venda há alguns anos, mas desistimos. Após investir na reforma na área de lazer, resolvemos tentar novamente agora, há cerca de dois meses”, informou a proprietária
Local preferido dos
endinheirados do passado, a orla da lagoa da Pampulha ainda ostenta os belos
casarões das décadas de 50 a 70, verdadeiros retratos da elite de Belo
Horizonte na época. Os tempos mudaram, e, atualmente, quem percorre os cerca de
18 quilômetros da orla percebe que muitos deles estão vazios e vários
disponíveis para alugar ou vender. A reportagem do jornal percorreu
toda a orla da lagoa e verificou aproximadamente 40 imóveis e lotes com
anúncios de venda ou aluguel. O valor das mansões varia de R$ 1 milhão a R$ 9,8
milhões, o que faz com que a oferta aumente, mas a procura, não. Alguns estão
esperando comprador há dez anos.
Projetada pelo renomado
arquiteto Oscar Niemeyer, o casarão da herdeira Flávia Simão é um exemplo
claro. O imóvel construído por seu avô, Alberto Dalva Simão, apesar de sua
história, está à venda há cerca de dez anos. “Acredito que o valor é que
dificulta o negócio. Estamos pedindo R$ 7 milhões, mas ela foi avaliada em
muito mais”, revela. Apesar da relíquia, o imóvel no bairro São Luiz, cuja obra
ficou pronta em 1966, não é tombado pelo patrimônio público.
Os
interessados em investir num imóvel desse porte devem desembolsar ainda um alto
valor na manutenção, segundo explicou o cineasta Sânzio Machado, 39, morador de
uma casa também no bairro São Luiz. Ele conta que observa o aumento da oferta
de imóveis na região, alguns deles há três ou quatro anos parados. “Acho que é
até normal um tempo como esse para vender, porque é caro viver em uma casa. É
preciso empregados, investimento em segurança, reforma, ou seja, um custo muito
alto”, disse.
Novas desculpas: documentação ou inventário
Para o
advogado e corretor Sérgio Bontempo, diretor da Imobiliária Bontempo
Netimóveis, a dificuldade na venda está na mudança da necessidade do comprador.
“As pessoas que procuram imóveis nessa faixa de preço estão preferindo residir
em prédios, por causa da segurança”, informa.
O entorno
da lagoa é caracterizado ainda como zona unifamiliar, ou seja, só é permitida a
edificação que abrigue uma só família, conforme o diretor da Gold Imóveis,
Giovanni Barone, que tem forte atuação na Pampulha. Segundo ele, a imobiliária
possui cerca de 70 imóveis em oferta na região da lagoa, mas nega que haja
dificuldades de vendas. “O que pode acontecer são problemas na documentação ou
no inventário, que dificulta a negociação”, disse.
Nem reforma ajuda a vender
Hoje, o morador convive com o mau cheiro, insetos, a falta de segurança e um fluxo cada vez maior de pessoas.
A má conservação do local afasta o morador da orla, segundo explicou a vice-presidente do CMI/Secovi-MG, Cássia Ximenes. “O comprador também evita adquirir um imóvel em que pague caro e, ainda, tenha que investir em reformas. Algumas das casas precisariam de uma verdadeira plástica”, brincou.
Foi por isso que a proprietária de uma casa à venda por R$ 2,65 milhões na orla, Ana Paula Paiva, decidiu reformar antes. “Colocamos à venda há alguns anos, mas desistimos. Após investir na reforma na área de lazer, resolvemos tentar novamente agora, há cerca de dois meses”, informou a proprietária.
Hoje, o morador convive com o mau cheiro, insetos, a falta de segurança e um fluxo cada vez maior de pessoas.
A má conservação do local afasta o morador da orla, segundo explicou a vice-presidente do CMI/Secovi-MG, Cássia Ximenes. “O comprador também evita adquirir um imóvel em que pague caro e, ainda, tenha que investir em reformas. Algumas das casas precisariam de uma verdadeira plástica”, brincou.
Foi por isso que a proprietária de uma casa à venda por R$ 2,65 milhões na orla, Ana Paula Paiva, decidiu reformar antes. “Colocamos à venda há alguns anos, mas desistimos. Após investir na reforma na área de lazer, resolvemos tentar novamente agora, há cerca de dois meses”, informou a proprietária.
(Jornal O Tempo - Capa - Economia - 05/02/2015)
VEJA VÍDEOS SOBRE O ASSUNTO AQUI NO BLOG OU PELO LINK
10 anos vivendo no mundo de Alice e ainda não acordaram?
ResponderExcluirBrasileiro adora rasgar dinheiro mesmo.
Quem vai pagar 7 milhões numa casa hoje em dia?
ResponderExcluirQuem tem essa grana pra queimar vai comprar seu próprio terreno em um condomínio fechado e construir a casa do jeito que quiser.
Podem pôr o valor para 1 milhão que ainda não vão vender.