É o pior resultado em lançamentos em dez anos. E não há sinal de melhora. É que vivemos, agora, o oposto do que ocorreu nessa década, quando a estabilidade econômica e a maior oferta de crédito, a juros mais acessíveis, para empresas e consumidores impulsionaram o mercado
Dez anos. É o quanto o mercado imobiliário residencial do Rio recuou em
termos de unidades lançadas neste ano de crise. De janeiro a agosto, foram
4.431, mesmo volume registrado em igual período de 2005, de acordo com dados da
Câmara Brasileira da Indústria da Construção. Em vendas, a marcha a ré chega a
2010, despencando de 9.678 para 5.638 unidades comercializadas, queda de 41% em
cinco anos. Os números refletem, ao mesmo tempo, o esforço do mercado para
vender e, principalmente, reduzir o gordo estoque de imóveis novos.
— É o pior resultado em lançamentos em dez anos. E não há sinal de
melhora. É que vivemos, agora, o oposto do que ocorreu nessa década, quando a
estabilidade econômica e a maior oferta de crédito, a juros mais acessíveis,
para empresas e consumidores impulsionaram o mercado — avalia João Paulo de
Matos, presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado
Imobiliário do Rio de Janeiro (Ademi-RJ).
A crise de confiança, continua ele, freou demanda, investimentos e vem
fazendo o setor encolher. Matos destaca que o desempenho do mercado imobiliário
acompanha o da economia. Em 2010, foram 10.692 unidades lançadas no Rio, mais
que o dobro deste ano, de janeiro a agosto. Naquele ano, o PIB do Brasil foi de
7,5%, o maior resultado desde 1986. De lá para cá, a taxa de crescimento
econômico vem caindo. A previsão de economistas do mercado financeiro para este
ano é de retração de 3,10%, segundo o último Boletim Focus, pesquisa do Banco
Central.
— O setor está encolhendo, a exemplo de outros no país. Em poucos anos,
saltamos da escassez de mão de obra para o corte de empregos — destaca Matos.
No estado do Rio, houve retração de 18.533 postos de trabalho na
construção civil de janeiro a setembro, segundo o Sinduscon-Rio, entidade
fluminense que reúne a indústria do setor.
Queda real dos preços existe
Em todo o Brasil, porém, a previsão é de fechamento de 500 mil postos de
trabalho na construção civil este ano. José Carlos Martins, presidente da CBIC,
alerta que o setor está perto de voltar ao nível de emprego de 2009, que era de
2,3 milhões de postos de trabalho. A estimativa é encerrar 2015 com 2,4
milhões.
— Já estivemos com o ministro Joaquim Levy (Fazenda) e esperamos para
breve uma conversa com o (ministro) Nelson Barbosa (Planejamento) para
discutirmos uma possibilidade de alento para o setor. O governo precisa fazer
ajustes concretos para permitir a recuperação da economia e do mercado — frisa
Martins.
Para Pedro de Seixas Corrêa, professor dos MBAs da FGV, a crise de
confiança tirou o setor de um ciclo virtuoso para um vicioso:
— Temos o pior resultado em vendas em cinco anos, mas com ritmo de
atividade similar ao período de alta. No entanto, considerando a expansão do
mercado dos últimos anos, retrocedemos. É reflexo da situação grave de crédito.
Não dá para ter juro acima de 12%. É inviável para empresas e consumidores.
A despeito da diminuição de quase 60% em número de unidades lançadas e de
mais de 40% em vendas em cinco anos, o impacto nos preços parece tímido.
— A queda real no preço existe, considerando a inflação de 2014 e os quase
10% previstos para este ano. O preço dos imóveis, contudo, não cai mais porque
o custo do setor não está caindo — explica Luiz Fernando Moura, diretor da
Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). —
Sem vendas, o negócio é alugar
Em períodos de retração na economia, explica Moura, é comum haver mais
venda que lançamentos de imóveis residenciais, pois a preocupação está em gerar
caixa e reduzir estoques. Mas é preciso atenção, alerta o executivo, ao que
esse movimento pode puxar lá na frente:
— Hoje, com base na atual velocidade de venda de imóveis no país, o
estoque dura mais 13,4 meses. Isso mostra que, havendo melhora no cenário de
crise, será hora de retomar lançamentos.
Corrêa, da FGV, calcula que, no Rio, essa longevidade do estoque seja um
pouco superior, de cerca de 20 meses.
Por ora, com as vendas mornas, crescem as vantagens em outro segmento: o
do aluguel. No Rio, a queda no preço do metro quadrado para locação chegou a
7%, embora a cidade continue a oferecer o metro quadrado mais caro do país, de
acordo com o FipeZap. Já segundo levantamento do Secovi-Rio, o Sindicato da
Habitação, o preço dos imóveis para aluguel caiu 13% este mês, na comparação
com novembro de 2014. Há bairros com quedas acima desse patamar, como Ipanema
(-14,99%), Ilha do Governador (-14,76%) e Copacabana (-13,25%).
— O segmento de locação sempre é mais sensível a variações na economia.
Com a retração no mercado de vendas, a oferta de imóveis para aluguel subiu
quase 60% em um ano. E a procura caiu. Como os proprietários precisam cobrir
custos, são mais flexíveis em condições de contrato e no preço — conta Leonardo
Schneider, vice-presidente do Secovi-Rio.
Para Schneider, as posições se inverteram, colocando o mercado na mão do
inquilino.
Para ampliar a rentabilidade dos estoques de unidades novas, também as
construtoras entraram no setor de locação. A Carvalho Hosken, por exemplo, que
conta com uma imobiliária própria na Barra, trabalha há três anos com aluguel.
Há pouco mais de dois meses, passou a oferecer a possibilidade de uso dos
últimos 30 meses de aluguel como parte do pagamento para comprar a unidade.
(O Globo - Economia - 23/11/2015)
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"Para ampliar a rentabilidade dos estoques de unidades novas, também as construtoras entraram no setor de locação. A Carvalho Hosken, por exemplo, que conta com uma imobiliária própria na Barra, trabalha há três anos com aluguel. Há pouco mais de dois meses, passou a oferecer a possibilidade de uso dos últimos 30 meses de aluguel como parte do pagamento para comprar a unidade"
ResponderExcluirIncrível, eles sempre dão um jeito de manter os preços altos. Quanto mais enrolarem para deixá-los cair para quanto realmente valem, mais irá durar a crise do setor (e no Brasil)
O artigo esqueceu de dizer que, com o preço do aluguel em queda (devido ao excesso de oferta) e com os juros no espaço, o aluguel é uma maneira das construtoras prolongarem o prejuízo, uma vez que o custo imobilizado na construção passa a ser remunerado a uma taxa muito menor do que a inflação e os juros de qualquer aplicação. Ou seja, o dinheiro empregado na construção ficou imobilizado num péssimo "investimento", ao passo que as dívidas contraídas junto aos bancos para financiar as operações (das construtoras) continuam cobrando os juros estratosféricos, e têm prazo de vencimento.
ExcluirA cada mês que sustentam os preços altos, é mais um mês rumo ao precipício.
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ExcluirNão existe estoque de imóveis, quem trabalha com estoque é estoquista. Você já ouviu falar em estoquista de imóveis?
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Esse nome é mais uma idiotia da imprensa dos infernos.
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Cada um se vira como pode né? Isso é lícito.
ExcluirOs Corvos estão sem fubazinho kkkkkkkkk
ResponderExcluirEspécie em extinção, kkkkk
ExcluirMelhor ficar "calado" se não tem nenhum comentário que preste!
ExcluirIsso é um " cabo de guerra "...
ResponderExcluirEu estou firme no meu pedaço de corda, vou até o fim...
Outro comentário inútil!
ExcluirBurrice deles "cabo de guerra" com o mercado. Pois o mercado sempre ganha!
ExcluirSempre ganhava 19:11, em épocas em que as organizações faziam o que queriam, pois a grande massa não tinha acesso a informação, e quando tinha, era manipulada, distorcida e descompactada.
ExcluirHoje ninguém mais se esconde, e a grande força do consumidor é a mobilização, seja positiva ou negativa, pode decidir tudo o que julgar conveniente e importante através de redes sociais, blogs, foruns, sites, etc...acorda...
Com tudo isso os preços estão os mesmo desde janeiro , não tem desconto nenhum tudo fraude !!!!
ResponderExcluirCalma a quebradeira está só no começo!
ResponderExcluirQUEM PUDER SE MANDAR DO BRASIL A HORA E AGORA....http://g1.globo.com/carros/noticia/2015/11/gm-planeja-investir-us100-mi-na-colombia-e-exportar-para-o-brasil.html
ResponderExcluirbrasil na UTI.....ULTIMO APAGUE A VELA...
ResponderExcluirEles são teimosos e continuarão com a teimosia. A culpa agora é do juros do crédito alto... Então, eu pergunto, crédito aqui no Brasil já foi barato? Desde quando 7,5% a.a de juros é barato? Mas, tudo bem... Existem muitos lunáticos por aí que apostam na 'criatividade' como saída para crise. Porém, eu fico impressionado mesmo é com a teimosia dos agentes do setor. Eles insistem com os preços altos e esperam por um milagre. Chega a ser até engraçado.
ResponderExcluirEstou a roer as unhas de curiosidade para saber sobre os próximo capítulos desta tragédia a moda brasileira.
Ps:. Seria interessante se a matéria colocasse pessoas (especialistas de fato) de fora deste seguimento para falar sobre o assunto. A reportagem sairia muito mais interessante se terminasse da seguinte maneira: "[...] A saída mais próxima da crise e, quiçá, menos dolorosa é uma queda expressiva nos preços.".
Eles não são teimosos. Eles têm é gordura pra queimar (ainda). Depois começarão (já iniciaram) os cortes de custos (demissões, etc). E finalmente, a chantagem ao governo (via mídia) no intento de obter maiores prazos, menores juros para o financiamento, etc (a bolsa empresário - porque o lucro é privado, mas o prejuízo deve ser coletivo).
ExcluirSó depois disso é que pensarão em abaixar preços e reduzir margens de lucros.
As demissões já começaram.
Outras fases virão.
O problema deles é que os bancos não vão esperar por eles. As dívidas assumidas têm prazo.
Preços menores, só no final de 2016 em diante.
A crise é mundial e a recessão bate as portas. Não haverá incentivo fiscal ou creditício durante um bom tempo.
O que não devemos esquecer é que este seguimento não é homogêneo e nem todos acumularam tanta gordura. Já existem pequenas e médias empresas que estão pedindo arrego. Os mais fracos sempre caem primeiro. Com construtoras é assim e imobiliárias também. Em outro post, eu já havia relatado que tenho percebido um movimento minimamente curioso, contrário ao que acontecia em 2011/12/13: inúmeras "imobiliárias" pequenas (re)surgindo - muitas com apenas um/a corretor/a, no máximo dois. Penso que isto seja fruto deste momento complicado para eles, pois em tempos de vacas gorgas muitas empresas grandes fundiram-se com/assimilaram outras menores, aumentando consideravelmente seu pessoal. Mas agora... Estamos chegando ao momento do salve-se quem puder. Isto é, sem vendas, sem lucro, demissões tornam-se necessárias, berram para aqueles que eles ajudaram a eleger etc. É a hora da criança chorar, pois o estomago já está roncando.
ExcluirE acho que você está certíssimo quando a questão de que o lucro é pretendido por poucos, mas o prejuízo eles sempre tentam dividir. E isto, para mim, é inaceitável. Cada responsável que assuma suas respectivas responsabilidades.
Enfim, vamos esperar para ver no que tudo isto vai dar. Estou mega curioso para saber qual é o final desta "novela".
Exato. As imobiliárias pequenas são constituídas pelos corretores demitidos das grandes, e sem muito expertise no ramo e capital nao durarão muito. As grandes construtoras estão endivdadas até a alma, vide os balanços contábeis das mesmas.
ExcluirSão ciclos. Esse, ladeira abaixo, só está começando. Preços menores serão verificados lá pro final de 2016.
Até lá, é "sentar nos juros" do rentismo e aguardar.
Pois é, pq os preços, nada de cair.
ResponderExcluirum renomado corretor de uma grande construtora disse ontem em (off) que 2016 será o MAIOR DESASTRE em vendas de imóveis dos últimos 30 anos,pois em reuniões fechadas já falam em QUEBRADEIRA mas não podem soltar isso ao publico pois senão aí que não venderia nada mesmo ao esperarem a o desmoranamento dos preços pressionados pelas dívidas, (construtoras).
ResponderExcluirEstao esperando o 13º pra ver se melhora.....kkkkkkkkkkkkkk....carros idem,gealdeiras idem,ventilador idem.fogao idem,idem idem idem idem...rumo ao atoleiro movediço.....
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