Cancelamentos de contratos, atrasos em projetos, queima de caixa e, mais recentemente, o efeito negativo da crise econômica na indústria de construção civil levaram a Viver a tomar medidas extremas e, desde o início de 2014, a construtora não realizou nenhum lançamento
Pressionada por dificuldades financeiras e uma pesada dívida e pela crise
do setor imobiliário, na última sexta-feira, à noite, a incorporadora Viver comunicou ao mercado,
em Fato Relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que ajuizou
pedido de recuperação judicial na cidade de São Paulo.
A ação da Viver Incorporadora e Construtora foi feita em conjunto com algumas
de suas controladas diretas e indiretas (Grupo Viver) e a decisão foi aprovada
pelo conselho de administração da empresa e das demais sociedades do grupo em
reuniões realizadas nos dias 13 e 15.
A Viver é a primeira incorporadora imobiliária de capital aberto a entrar
com pedido de recuperação judicial, retratando as dificuldades que atravessa o setor
em razão da crise econômica do país nos últimos anos. Tal cenário gerou uma
forte retração nos lançamentos de imóveis devido à queda na compra de novas
moradias, bem como de empreendimentos para usos comerciais.
Desde 2011
As dificuldades financeiras da construtora e incorporadora, que até o
começo de 2011 se chamava Inpar, são acompanhadas há anos pelo mercado. Apesar
dos esforços para reduzir custos e reequilibrar a estrutural de capital, com vistas
a garantir liquidez, a situação da companhia seguiu se deteriorando.
Cancelamentos de contratos, atrasos em projetos, queima de caixa e, mais
recentemente, o efeito negativo da crise econômica na indústria de construção
civil levaram a Viver a tomar medidas extremas e, desde o início de 2014, a construtora
não realizou nenhum lançamento.
À época, a dívida líquida corporativa estava em R$ 261,4 milhões. Somando
financiamentos de projetos e o Sistema Financeiro de Habitação (SFH), esse
valor saltava a R$ 906,1 milhões, contra disponibilidade de R$ 25,5 milhões de caixa.
A Viver divulgou ainda resposta a pedido de esclarecimentos da CVM sobre
duas ações de execução ajuizadas contra ela, ambas de execução de título
extrajudicial. Uma delas do Banco Santander, referente a contrato de
financiamento de empreendimento imobiliário, movida pelo banco em face da Inpar
Projeto 94 SPE Ltda. e da Viver Incorporadora e Construtora, que corre na 43ª
Vara Cível de São Paulo, no valor de R$ 13.461.604,65.
A outra ação de execução foi movida pela Swiss Re Corporate Solutions
Brasil Seguros, na 29ª Vara Cível, ajuizada em 13 de setembro de 2016, no valor
de R$ 2.446.825,96.
Na quinta-feira à tarde, a Viver informou que tomou conhecimento de ações
de execução judicial contra si no total de R$ 15 milhões, sem fornecer mais
detalhes, e indicou que iria avaliar “alternativas estratégicas” para resolver
essa questão.
Dois dias antes, já havia sido alvo de outra execução judicial, de
garantias de Cédulas de Crédito Imobiliário (CCI), que resultou na
transferência de duas propriedades em Sumaré (SP) ao credor. Com isso, uma
dívida de R$ 18,8 milhões foi liquidada e registrada uma baixa de R$ 18,5
milhões no ativo da construtora.
No comunicado, a incorporadora, que tem como principal acionista o fundo americano
Paladin, com 31,6% e no segmento residencial, sobretudo de média e baixa renda,
alegou que a ação judicial visa "garantir a continuidade operacional do Grupo
Viver".
A empresa lembrou que em 2012 foi iniciado o processo de reestruturação,
mas que, não obstante o sucesso desse plano, a companhia, junto com seus
assessores financeiro e jurídico, “deu início a uma nova fase deste processo
que abrangeria a reestruturação de dívidas, redução agressiva de suas despesas
gerais e administrativas, revisão de sua estratégia de médio e longo prazo,
dentre outras medidas”.
Mas, destacou no pedido feito à Justiça e no comunicado ao mercado, devido
ao cenário de deterioração da economia, dificuldades em honrar compromissos com
bancos e as recentes ações de execução de dívidas com credores e diversos bloqueios
judiciais não restou outra alternativa à empresa a não ser o pedido de
recuperação judicial.
(Valor Online - Empresas - 17/09/2016)
VEJA VÍDEOS SOBRE O ASSUNTO AQUI NO BLOG OU PELO LINK
Começou o efeito manada...
ResponderExcluirQue comecem os jogos da Pirâmide.
Quem dá menos?
Na verdade essa incorporadora apenas formalizou sua "dificuldade". Várias estão assim. Várias!! Acabou o oba-oba!!
ResponderExcluirTai a realidade aos corvos de plantao:
ResponderExcluir"Mas, destacou no pedido feito à Justiça e no comunicado ao mercado, devido ao cenário de deterioração da economia, dificuldades em honrar compromissos com bancos e as recentes ações de execução de dívidas com credores e diversos bloqueios judiciais não restou outra alternativa à empresa a não ser o pedido de recuperação judicial."
E a primeira de muiiiiiitas.....vai veno.
Não ter dinheiro para pagar uma dívida mereca de 2.446 mil reais.
ResponderExcluirImagine o que faz com os demais.
Que pena a VIVER vai morrer .
ResponderExcluirInfelizmente, às vezes, precisa da morte para que haja justiça...
ResponderExcluirNão temam Temer tem à solução!😂😂😂
ResponderExcluirE tem mesmo.
ExcluirTem cadeia para os petralhas iguais a você kkkkkkkk
Essa daí não era aquela construtora que não entregou uns apartamentos semi prontos em Itaquera e os sem teto invadiram? Acho que isso aconteceu na época da Copa do Mundo
ResponderExcluirUm colega de trabalho está desesperado, pois a esposa perdeu o emprego e ele não teve dinheiro para pagar a prestação do imóvel este mês.
ResponderExcluirQuem comprou a juros absurdos fez a maior besteira da vida, como ele tem grandes chances de perder o imóvel, todo dinheiro poupado indo pelo ralo,não foi falta de aviso.